A eleição está próxima, e quero pedir aos que cultivam valores semelhantes aos meus – ativistas, sobretudo – que façam do objetivo de derrotar Romney uma de suas prioridades até o dia de votar.
Obama é o menos pior
Um ativista amigo meu disse-me recentemente: “Ouvi que você está apoiando Obama.” Levei um susto. Até me senti ofendido: “Apoiando Obama? Eu?!”
“O que faço” – disse a ele – “é nunca perder ocasião para demonstrar que Obama se identifica completamente com Wall Street, presidente que legalizou a tortura, é cúmplice de torturadores, assassino que mata civis na guerra dos drones, sujeito que ordenou guerra ilegal contra a Líbia, que apoia sequestros, prisão por prazo indefinido sem processo, e que já processou mais ‘vazadores’ de informação verdadeira (como eu!) que todos os presidentes anteriores somados. E você me diz que eu apoio Obama? Eu?!”
Meu amigo disse: “Mas em Democracy Now você disse que as pessoas nos estados indecisos votassem em Obama! Como pôde dizer isso? Não moro em estado indeciso. Mas eu, em nenhum caso, sob nenhum argumento, votaria em Obama.”
Respondi-lhe que: em nenhum caso algum governo Romney/Ryan pode ser melhor que o governo Obama – sequer pode ser diferente – em nenhum dos crimes graves que listei, cometidos, todos, pelo governo Obama; nem em qualquer outro setor.
Em todos os casos, um governo Romney/Ryan será pior, talvez catastroficamente pior, em várias outras questões importantes: pode atacar o Irã, pode indicar juízes ainda piores para a Suprema Corte, pode fazer ainda mais mal à economia do país, pode agredir ainda mais as mulheres e seu direito de decidir sobre o próprio corpo, pode reduzir ainda mais a assistência pública à saúde, pode agredir ainda mais o meio ambiente, pode nos afundar ainda mais na economia do petróleo.
Expliquei: “Não apoio Obama. Oponho-me completamente ao atual Partido Republicano. Não é eleição entre Barack Obama e algum candidato progressista. Os eleitores, em meia dúzia de estados indecisos, ou em uma dúzia de estados onde a disputa ainda é apertada, vão decidir se Mitt Romney e Paul Ryan terão ou não muito poder pelos quatro, talvez oito, próximos anos, ou não.”
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NÃO HÁ ESCOLHA
Como Noam Chomsky disse recentemente, “a organização Republicana é hoje extremamente perigosa, não só para os EUA, mas para o mundo. Vale a pena empenhar muito esforço para impedir que cheguem ao poder, mesmo sem alimentar qualquer ilusão sobre as alternativas Democratas.”
Seguindo essa lógica, Chomsky disse a um entrevistador o mesmo que eu disse a Amy Goodman: “Se eu vivesse em estado indeciso, votaria contra Romney/Ryan, o que implica votar em Obama porque não há escolha.”
A eleição, agora, virou loteria. Significa que estamos numa daquelas ocasiões nas quais nós, os progressistas – uma pequena minoria do eleitorado – podemos realmente fazer diferença significativa e influir no resultado de eleição nacional, conforme pendamos para um lado ou para o outro.
O único modo acessível aos progressistas e Democratas, de impedir que Romney chegue ao poder, agora, é convencer gente nos estados indecisos, a votar em Obama: sair de casa, ir votar e votar em Obama. É preciso, agora, mobilizar os votos, naqueles estados, de progressistas e liberais decepcionados que, hoje, estão tendendo a não votar ou a votar em algum dos candidatos dos partidos menores (porque, como eu, estão, além de decepcionados, também furiosos, indignados, com muito do que Obama fez nos últimos quatro anos e, provavelmente, continuará a fazer).
* Daniel Ellsberg, 81 anos, é o analista militar norte-americano, que, em 1971, entregou ao The New York Times, documentos secretos do Departamento de Defesa sobre as atividades das Forças Armadas dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã. Artigo enviado por Sergio Caldieri.
Obama é o menos pior
Um ativista amigo meu disse-me recentemente: “Ouvi que você está apoiando Obama.” Levei um susto. Até me senti ofendido: “Apoiando Obama? Eu?!”
“O que faço” – disse a ele – “é nunca perder ocasião para demonstrar que Obama se identifica completamente com Wall Street, presidente que legalizou a tortura, é cúmplice de torturadores, assassino que mata civis na guerra dos drones, sujeito que ordenou guerra ilegal contra a Líbia, que apoia sequestros, prisão por prazo indefinido sem processo, e que já processou mais ‘vazadores’ de informação verdadeira (como eu!) que todos os presidentes anteriores somados. E você me diz que eu apoio Obama? Eu?!”
Meu amigo disse: “Mas em Democracy Now você disse que as pessoas nos estados indecisos votassem em Obama! Como pôde dizer isso? Não moro em estado indeciso. Mas eu, em nenhum caso, sob nenhum argumento, votaria em Obama.”
Respondi-lhe que: em nenhum caso algum governo Romney/Ryan pode ser melhor que o governo Obama – sequer pode ser diferente – em nenhum dos crimes graves que listei, cometidos, todos, pelo governo Obama; nem em qualquer outro setor.
Em todos os casos, um governo Romney/Ryan será pior, talvez catastroficamente pior, em várias outras questões importantes: pode atacar o Irã, pode indicar juízes ainda piores para a Suprema Corte, pode fazer ainda mais mal à economia do país, pode agredir ainda mais as mulheres e seu direito de decidir sobre o próprio corpo, pode reduzir ainda mais a assistência pública à saúde, pode agredir ainda mais o meio ambiente, pode nos afundar ainda mais na economia do petróleo.
Expliquei: “Não apoio Obama. Oponho-me completamente ao atual Partido Republicano. Não é eleição entre Barack Obama e algum candidato progressista. Os eleitores, em meia dúzia de estados indecisos, ou em uma dúzia de estados onde a disputa ainda é apertada, vão decidir se Mitt Romney e Paul Ryan terão ou não muito poder pelos quatro, talvez oito, próximos anos, ou não.”
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NÃO HÁ ESCOLHA
Como Noam Chomsky disse recentemente, “a organização Republicana é hoje extremamente perigosa, não só para os EUA, mas para o mundo. Vale a pena empenhar muito esforço para impedir que cheguem ao poder, mesmo sem alimentar qualquer ilusão sobre as alternativas Democratas.”
Seguindo essa lógica, Chomsky disse a um entrevistador o mesmo que eu disse a Amy Goodman: “Se eu vivesse em estado indeciso, votaria contra Romney/Ryan, o que implica votar em Obama porque não há escolha.”
A eleição, agora, virou loteria. Significa que estamos numa daquelas ocasiões nas quais nós, os progressistas – uma pequena minoria do eleitorado – podemos realmente fazer diferença significativa e influir no resultado de eleição nacional, conforme pendamos para um lado ou para o outro.
O único modo acessível aos progressistas e Democratas, de impedir que Romney chegue ao poder, agora, é convencer gente nos estados indecisos, a votar em Obama: sair de casa, ir votar e votar em Obama. É preciso, agora, mobilizar os votos, naqueles estados, de progressistas e liberais decepcionados que, hoje, estão tendendo a não votar ou a votar em algum dos candidatos dos partidos menores (porque, como eu, estão, além de decepcionados, também furiosos, indignados, com muito do que Obama fez nos últimos quatro anos e, provavelmente, continuará a fazer).
* Daniel Ellsberg, 81 anos, é o analista militar norte-americano, que, em 1971, entregou ao The New York Times, documentos secretos do Departamento de Defesa sobre as atividades das Forças Armadas dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã. Artigo enviado por Sergio Caldieri.
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