O jornalista, tradutor e poeta gaúcho Mário de Miranda Quintana (1906-1994), constrói o poema “O Auto-Retrato” discutindo dois atos: o ato de criação da obra e o ato de se construir enquanto pessoa, revelando que há uma relação intrínseca entre o autor e sua obra.
Segundo Mariana Denize Muniz Bezerra, graduada em Português pela Universidade de Brasília, “o título do poema mostra a necessidade do Poeta em se auto-retratar para o outro.
O uso de pronomes possessivos durante todo o poema destaca o caráter intimista da criação poética. Com o uso de advérbios expressando dúvida e a relação temporal criada entre o verbo existir, o Poeta vai construindo sua própria imagem para o leitor.
Ao opor figuras como a criança e o louco, o Poeta busca afirmar a dificuldade inerente ao ato de se descobrir enquanto pessoa e poeta. Criador e criação se misturam dentro do poema”.
O genial poeta Quintana
###
O AUTO-RETRATO
Mário Quintana
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore…
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança…
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão…
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança…
Corrigido por um louco!
(Colaboração enviada pelo poeta Paulo Peres – site Poemas & Canções)
21 de outubro de 2012
Segundo Mariana Denize Muniz Bezerra, graduada em Português pela Universidade de Brasília, “o título do poema mostra a necessidade do Poeta em se auto-retratar para o outro.
O uso de pronomes possessivos durante todo o poema destaca o caráter intimista da criação poética. Com o uso de advérbios expressando dúvida e a relação temporal criada entre o verbo existir, o Poeta vai construindo sua própria imagem para o leitor.
Ao opor figuras como a criança e o louco, o Poeta busca afirmar a dificuldade inerente ao ato de se descobrir enquanto pessoa e poeta. Criador e criação se misturam dentro do poema”.
O genial poeta Quintana
###
O AUTO-RETRATO
Mário Quintana
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore…
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança…
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão…
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança…
Corrigido por um louco!
(Colaboração enviada pelo poeta Paulo Peres – site Poemas & Canções)
21 de outubro de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário