O ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, convoca os militantes petistas para se manifestarem a favor de Lula depois das festas de Natal e Ano-Novo. Diz Carvalho ser preciso dar um basta aos ataques “sem limite” que, ao alvejarem o ex-presidente, também se dirigiram contra o governo e o Partido dos Trabalhadores, para “destruí-los” na perspectiva das eleições de 2014.
Os ataques partem da casa-grande e são executados diligentemente por seus porta-vozes. Palavras, palavras, palavras. Impressas e faladas. Nem sempre miram exclusivamente em Lula, às vezes balas da saraivada são reservadas à presidenta Dilma. Certa a expressão “ataque sem limite”. Pergunto, porém, aos meus atentos botões qual seria o peso específico desta campanha midiática.
Pacientes, convidam-me a atentar para uma recentíssima pesquisa do Datafolha, divulgada domingo 16. Segundo o instituto, no caso acima de qualquer suspeita, houvesse hoje o pleito presidencial, Dilma, ou Lula eventualmente candidato, ganhariam com tranquilidade no primeiro turno.
Claro, observam os botões com sua tradicional isenção, não contariam com o sufrágio dos nativos que gostariam de morar em Coral Gables ou Dubai. Teriam, no entanto, os votos da maioria da nação verde-amarela.
Segundo o Datafolha, os números a favor de Dilma e Lula já foram melhores, ainda assim a popularidade de ambos é muito grande. Em compensação, revela (a contragosto?) a pesquisa, quem perde pontos é a mídia. Há menos gente a confiar nela e mais a desconfiar. Informações preciosas para o governo, o que torna mais difícil entender por que a primeira reação firme e forte à campanha dos barões midiáticos se dá somente agora, com a fala do ministro Gilberto Carvalho.
Permito-me assumir por escassos minutos o papel do PT e das suas lideranças. Não caberia o revide ao presidente do partido? E não haveria de ter sido resposta pronta e imediata a cada acusação sem prova?
O que se viu foi o comportamento do deputado Odair Cunha, relator da CPI do Cachoeira, herói da velhacaria, de resto instado pela própria direção do seu partido ao recuo dos pedidos de indiciamento do diretor da sucursal de Veja em Brasília, Policarpo Jr., e de investigação do pro-curador-geral da República, Roberto Gurgel.
Nem assim os integrantes da CPI ficaram satisfeitos e ao cabo, na terça 18, atiraram o relatório ao lixo. Cunha tem ainda o desplante de declarar-se aplastrado pelo “rolo de pizza”. Mas parece que todos ali, investigados e investigadores, contavam com a chegada de Papai Noel.
Insondável o destino dos jogos partidários dentro da chamada base governista, mas é aceitável a companhia de figuras do porte de Miro Teixeira, deputado do PDT de Leonel Brizola? Dentro da maioria parlamentar, Teixeira é o porta-voz da Globo, aquela que combateu ferozmente o fundador e grande líder do partido. Diga-se que de quando em quando os botões sugerem com alguma perfídia: as nossas autoridades, salvo honrosas exceções, apreciam sobremaneira aparecer no vídeo da Globo e nas Páginas Amarelas de Veja.
Outros editoriais de Mino Carta:
A traição do PT
Operação 2014
Aonde eles pretendem chegar?
Vejam só, teria sido operação elementar, além de plenamente justificada, convocar Policarpo Jr. e desnudar a postura murdoquiana de Roberto Civita, o boss da Abril. Mas lá do alto do comando petista veio a ordem: não e não. Com que cara estes senhores se preparam a apoiar o chamado do ministro Gilberto Carvalho?
Nada deixaria mais nítida a desonestidade, e portanto o antijornalismo de Veja, a figurar com destaque entre os incansáveis acusadores de Lula e do governo. E que faz o PT? Assiste sem piscar à rejeição final do relatório da CPI.
Há 1.500 anos Justiniano avisava: quem cala consente. Permito-me recordar que Cachoeira promete: “Serei o garganta profunda do PT”. Há petistas que não se contentam em calar, eles contribuem para facilitar a vida de quem ameaça e ataca sistematicamente a eles mesmos e às suas figuras mais representativas.
Dão sua mãozinha. Sei que me repito, e peço desculpas. Que fazer, contudo, se navegamos em mesmice?
Por exemplo, José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça. É admissível que nada tenha a dizer a respeito das interpretações, como direi, desabridas, da nossa Constituição por parte do Supremo Tribunal Federal? Falo da Carta Magna, alicerce do Estado, a ditar as regras de vida do País e da Nação.
Deveriam causar espécie, e até apreensão, certas intervenções sobre o texto sagrado cometidas pelos eminentes Barbosa, Fux, Celso de Mello e companhia. E o ministro, não é da Justiça? Afirma, porém, que está tudo bem, com um sorriso natalino.
22 de dezembro de 2012
Mino Carta, Carta Capital
NOTA AO PÉ DO TEXTO
O que causa espécie neste texto, são as divagações angelicais sobre as "celebridades", parece que atacadas injustamente por um golpe da mídia venal. São inocentes. Tudo o que vem sendo propalado e divulgado pela imprensa, decorrente de informações da PF é um grande embuste, a que é preciso reagir e demonstrar que a verdade é outra, e que os estragos provocados pela corrupção deslavada de uma máfia incrustada no coração do poder palaciano, que as sucessivas defenestrações de ministros envolvidos em fraudes e peculatos,
lançadas às costas do 'inimputável', deve-se as artimanhas da 'zelites" e dos banqueiros, que "nuncaantesnessepaiz' ganharam tanto dinheiro.
O que causa espécie não é a 'suposta' intervenção praticada no 'texto sagrado' pelos ministros Barbosa, Fux, Celso de Mello e companhia, ou a 'desabrida' interpretação da Constituição, mas a ligeireza do texto atropelando as razões óbvias que ensejaram todo o 'imbroglio' - falo do mensalão e seus efeitos colaterais perversos e corruptos, até o recente (será que já há outro em andamento?) e escandaloso 'rosegate'.
O que causa espécie são as intenções nada ocultas do Presidente da Câmara forçando uma crise institucional, confrontando o Supremo Tribunal Federal, ao ameaçar abrigar no Congresso Nacional os mensaleiros condenados. O que significariam as palavras de ordem do mentor desse deputado, seu Zé Dirceu, feito incosequentemente Presidente:
“O importante agora é reforçar Marco Maia e depois a hora de ir para a rua.”
O que pretende esse baderneiro condenado a dez anos e mais meses, ao apedrejar o Supremo?
Isso causa espécie... E não pouca!
Será que esse 'basta aos ataques sem limites' oriundos da "casa-grande" ao 'patrimônio' e a presidente Dilma, trará no bojo reativo, os esclarecimentos, e toda a verdade sobre as 'calúnias' contra eles assacadas?
Será que enfim, a verdade como uma fênix, surgira dessa montanha de cinzas e mentiras?
Por que não se convocou para a CPI do Cachoeira, a Delta, o Cabral, Cavendish... E outras figuras pardas? Ó ingênua interrogação!
Quase morri de rir, quando um deputado invocando a representatividade do voto popular, do parlamento eleito democraticamente pelo 'povo' para representar os 'seus direitos', avocava-se com o soberano direito de cassar os vigaristas condenados. Não cabe a Justiça atropelar o sacrossanto direito do Parlamento. Ele representa o Povo!
A eterna ladainha dos palanques! "Senatus populusque romanus".
Diante dos escândalos, do cinismo que pratica descaradamente o fisiologismo, do enriquecimento ilícito de figurinhas constantemente envolvidas em peculatos e propinas, do
corporativismo praticado com a maior desfaçatez na cara da nação, pergunto aos meus botões: mas que 'direitos' esses parlamentares representam no Congresso?
O direito a falta de políticas públicas voltadas para a segurança, a saúde, o saneamento, a educação, a cidadania? O direito de assistir na TV a interminável novela de uma país espoliado?
Pela correção do Ministro Barbosa, frustrou-se o desejo da nação, que já não suporta mais a leviandade inconsequente da politicalha que se pratica neste país.
Ah! meu Brasil brasileiro... Cantado em prosa e verso, continua adormecido e servil.
m.americo
Os ataques partem da casa-grande e são executados diligentemente por seus porta-vozes. Palavras, palavras, palavras. Impressas e faladas. Nem sempre miram exclusivamente em Lula, às vezes balas da saraivada são reservadas à presidenta Dilma. Certa a expressão “ataque sem limite”. Pergunto, porém, aos meus atentos botões qual seria o peso específico desta campanha midiática.
Pacientes, convidam-me a atentar para uma recentíssima pesquisa do Datafolha, divulgada domingo 16. Segundo o instituto, no caso acima de qualquer suspeita, houvesse hoje o pleito presidencial, Dilma, ou Lula eventualmente candidato, ganhariam com tranquilidade no primeiro turno.
Claro, observam os botões com sua tradicional isenção, não contariam com o sufrágio dos nativos que gostariam de morar em Coral Gables ou Dubai. Teriam, no entanto, os votos da maioria da nação verde-amarela.
Segundo o Datafolha, os números a favor de Dilma e Lula já foram melhores, ainda assim a popularidade de ambos é muito grande. Em compensação, revela (a contragosto?) a pesquisa, quem perde pontos é a mídia. Há menos gente a confiar nela e mais a desconfiar. Informações preciosas para o governo, o que torna mais difícil entender por que a primeira reação firme e forte à campanha dos barões midiáticos se dá somente agora, com a fala do ministro Gilberto Carvalho.
Permito-me assumir por escassos minutos o papel do PT e das suas lideranças. Não caberia o revide ao presidente do partido? E não haveria de ter sido resposta pronta e imediata a cada acusação sem prova?
O que se viu foi o comportamento do deputado Odair Cunha, relator da CPI do Cachoeira, herói da velhacaria, de resto instado pela própria direção do seu partido ao recuo dos pedidos de indiciamento do diretor da sucursal de Veja em Brasília, Policarpo Jr., e de investigação do pro-curador-geral da República, Roberto Gurgel.
Nem assim os integrantes da CPI ficaram satisfeitos e ao cabo, na terça 18, atiraram o relatório ao lixo. Cunha tem ainda o desplante de declarar-se aplastrado pelo “rolo de pizza”. Mas parece que todos ali, investigados e investigadores, contavam com a chegada de Papai Noel.
Insondável o destino dos jogos partidários dentro da chamada base governista, mas é aceitável a companhia de figuras do porte de Miro Teixeira, deputado do PDT de Leonel Brizola? Dentro da maioria parlamentar, Teixeira é o porta-voz da Globo, aquela que combateu ferozmente o fundador e grande líder do partido. Diga-se que de quando em quando os botões sugerem com alguma perfídia: as nossas autoridades, salvo honrosas exceções, apreciam sobremaneira aparecer no vídeo da Globo e nas Páginas Amarelas de Veja.
Outros editoriais de Mino Carta:
A traição do PT
Operação 2014
Aonde eles pretendem chegar?
Vejam só, teria sido operação elementar, além de plenamente justificada, convocar Policarpo Jr. e desnudar a postura murdoquiana de Roberto Civita, o boss da Abril. Mas lá do alto do comando petista veio a ordem: não e não. Com que cara estes senhores se preparam a apoiar o chamado do ministro Gilberto Carvalho?
Nada deixaria mais nítida a desonestidade, e portanto o antijornalismo de Veja, a figurar com destaque entre os incansáveis acusadores de Lula e do governo. E que faz o PT? Assiste sem piscar à rejeição final do relatório da CPI.
Há 1.500 anos Justiniano avisava: quem cala consente. Permito-me recordar que Cachoeira promete: “Serei o garganta profunda do PT”. Há petistas que não se contentam em calar, eles contribuem para facilitar a vida de quem ameaça e ataca sistematicamente a eles mesmos e às suas figuras mais representativas.
Dão sua mãozinha. Sei que me repito, e peço desculpas. Que fazer, contudo, se navegamos em mesmice?
Por exemplo, José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça. É admissível que nada tenha a dizer a respeito das interpretações, como direi, desabridas, da nossa Constituição por parte do Supremo Tribunal Federal? Falo da Carta Magna, alicerce do Estado, a ditar as regras de vida do País e da Nação.
Deveriam causar espécie, e até apreensão, certas intervenções sobre o texto sagrado cometidas pelos eminentes Barbosa, Fux, Celso de Mello e companhia. E o ministro, não é da Justiça? Afirma, porém, que está tudo bem, com um sorriso natalino.
22 de dezembro de 2012
Mino Carta, Carta Capital
NOTA AO PÉ DO TEXTO
O que causa espécie neste texto, são as divagações angelicais sobre as "celebridades", parece que atacadas injustamente por um golpe da mídia venal. São inocentes. Tudo o que vem sendo propalado e divulgado pela imprensa, decorrente de informações da PF é um grande embuste, a que é preciso reagir e demonstrar que a verdade é outra, e que os estragos provocados pela corrupção deslavada de uma máfia incrustada no coração do poder palaciano, que as sucessivas defenestrações de ministros envolvidos em fraudes e peculatos,
lançadas às costas do 'inimputável', deve-se as artimanhas da 'zelites" e dos banqueiros, que "nuncaantesnessepaiz' ganharam tanto dinheiro.
O que causa espécie não é a 'suposta' intervenção praticada no 'texto sagrado' pelos ministros Barbosa, Fux, Celso de Mello e companhia, ou a 'desabrida' interpretação da Constituição, mas a ligeireza do texto atropelando as razões óbvias que ensejaram todo o 'imbroglio' - falo do mensalão e seus efeitos colaterais perversos e corruptos, até o recente (será que já há outro em andamento?) e escandaloso 'rosegate'.
O que causa espécie são as intenções nada ocultas do Presidente da Câmara forçando uma crise institucional, confrontando o Supremo Tribunal Federal, ao ameaçar abrigar no Congresso Nacional os mensaleiros condenados. O que significariam as palavras de ordem do mentor desse deputado, seu Zé Dirceu, feito incosequentemente Presidente:
“O importante agora é reforçar Marco Maia e depois a hora de ir para a rua.”
O que pretende esse baderneiro condenado a dez anos e mais meses, ao apedrejar o Supremo?
Isso causa espécie... E não pouca!
Será que esse 'basta aos ataques sem limites' oriundos da "casa-grande" ao 'patrimônio' e a presidente Dilma, trará no bojo reativo, os esclarecimentos, e toda a verdade sobre as 'calúnias' contra eles assacadas?
Será que enfim, a verdade como uma fênix, surgira dessa montanha de cinzas e mentiras?
Por que não se convocou para a CPI do Cachoeira, a Delta, o Cabral, Cavendish... E outras figuras pardas? Ó ingênua interrogação!
Quase morri de rir, quando um deputado invocando a representatividade do voto popular, do parlamento eleito democraticamente pelo 'povo' para representar os 'seus direitos', avocava-se com o soberano direito de cassar os vigaristas condenados. Não cabe a Justiça atropelar o sacrossanto direito do Parlamento. Ele representa o Povo!
A eterna ladainha dos palanques! "Senatus populusque romanus".
Diante dos escândalos, do cinismo que pratica descaradamente o fisiologismo, do enriquecimento ilícito de figurinhas constantemente envolvidas em peculatos e propinas, do
corporativismo praticado com a maior desfaçatez na cara da nação, pergunto aos meus botões: mas que 'direitos' esses parlamentares representam no Congresso?
O direito a falta de políticas públicas voltadas para a segurança, a saúde, o saneamento, a educação, a cidadania? O direito de assistir na TV a interminável novela de uma país espoliado?
Pela correção do Ministro Barbosa, frustrou-se o desejo da nação, que já não suporta mais a leviandade inconsequente da politicalha que se pratica neste país.
Ah! meu Brasil brasileiro... Cantado em prosa e verso, continua adormecido e servil.
m.americo
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