"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

JUSTIÇA QUEBRA SIGILOS BANCÁRIO E FISCAL DE AURÉLIO MIGUEL,O JUDOCA QUE VIROU POLÍTICO E ENRIQUECEU

 

A Justiça de São Paulo determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do vereador Aurélio Miguel (PR), ex-campeão olímpico de judô, suspeito de cobrar propina de shoppings da capital.


Campeão de corrupção

Seus bens estão estimados atualmente em mais de R$ 25 milhões, com 25 imóveis, contra os cerca de R$ 1,4 milhão (valor corrigido) declarados na primeira eleição, em 2004.

De acordo com o Ministério Público, Miguel tem um patrimônio aparentemente compatível com sua renda quando se trata de pessoa física. Não consegue explicar, porém, o patrimônio de suas empresas. Dos 25 imóveis, 13 estão em nome das empresas.

A determinação atende o pedido feito pelo Gaeco de São Paulo, grupo da Promotoria especializado em crime organizado, que investiga o vereador desde junho do ano passado.

LAVAGEM DE DINHEIRO

A quebra dos sigilos ocorre dentro de um inquérito, em andamento, que apura suposta lavagem de dinheiro. Deve abastecer ainda outra investigação aberta para apurar enriquecimento ilícito.
Miguel já é alvo de ação judicial por improbidade, na área cível, e foi denunciado por corrupção na última sexta-feira, na área criminal.

Ele é suspeito de ter recebido mais de R$ 1,1 milhão em propina para não revelar irregularidades detectadas em shoppings centers na capital pela CPI do IPTU, presidida pelo vereador em 2009. Os empreendimentos eram ligados ao grupo Brookfield, que nega irregularidades.

Além das contas bancárias registradas em nome do ex-judoca (pessoa física), a quebra de sigilos atinge também a mulher do parlamentar, Michele Nunes Miguel, e todas as empresas em nome deles.

19 de fevereiro de 2013
Rogério Pagnan e Evandro Spinelli (Folha)

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