Renan Calheiros anuncia reforma administrativa no Senado. Presidente da Casa tenta conter pressão popular contra seu mandato com agenda positiva. Álvaro Dias (PSDB-PR) irá protocolar pedido de impeachment para que a CCJ analise
Para tentar conter a pressão popular contra seu novo mandato como presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai anunciar na tarde desta terça-feira reformas administrativas no Senado, como a redução de cargos comissionados e do serviço médico.
O novo presidente do Senado enfrenta a pressão popular para sair do cargo, e um abaixo-assinado na internet no site Avaaz pelo seu impeachment já tem mais de 1,5 milhão de assinaturas.
Com duas reuniões da Mesa Diretora agendadas para esta terça-feira e para quarta-feira, Renan Calheiros define as medidas que marcarão sua gestão à frente da Casa e do processo legislativo pelos próximos dois anos. A reunião desta terça-feira focará os projetos referentes à administração da Casa.
A última versão do projeto da reforma administrativa (PRS 96/09) deverá ser analisada. A reunião de quarta-feira, no mesmo horário, tratará novamente da área administrativa e também da legislativa.
Desde 1995, quando o processo legislativo passou a migrar rapidamente para o âmbito digital, a área legislativa do Senado não é reestruturada. Outros setores foram reestruturados, mas ganharam uma dimensão que muitos senadores hoje consideram desnecessária e merecedora de enxugamento.
Nessas duas reuniões, o presidente do Senado começará a pôr em prática as medidas anunciadas em seu discurso de posse, no dia 1º de fevereiro. Na ocasião, ele se comprometeu a priorizar a transparência, a austeridade administrativa e a modernização do trabalho parlamentar.
E logo depois de sua posse, Renan resumiu o que deseja:
– Nós temos compromissos óbvios com relação à austeridade e à transparência e não vamos perder tempo para materializá-las. Vamos implementar rapidamente o que for consenso e o quer for necessário para continuar reduzindo os gastos do Senado.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), um dos parlamentares que irá receber o manifesto pedindo o impeachment de Renan Calheiros, afirmou nesta terça-feira que irá protocolar pedido para que a Comissão de Constituição e Justiça analise esse pedido dos manifestantes. Ele diz que irá tentar dar efeitos jurídicos a esse ato que, a princípio, só tem significado político.
- Não podemos ignorar essa manifestação, que pode não ter efeitos jurídicos, mas tem um forte peso político. Acho que cabe à CCJ analisar se há aplicabilidade regimental para essa manifestação -, afirmou o senador.
19 de fevereiro de 2013
Júnia Gama - O Globo com Agência Senado
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