Artigos - Cultura
O que me incomoda é caixa de ressonância dos me®dia: algumas das vezes acrítica, porque entre os pasquins — como, por exemplo, o jornal Público — a percentagem de estúpidos é superior ao normal; outras vezes propositada quando alinhada com um certo niilismo ético de uma política cultural de “terra queimada”.
Quando dizemos que “aquele animal sente dor”, essa nossa constatação é intuitiva.
Do ponto de vista estritamente do método científico positivista, nenhum cientista pode verificar e confirmar que um animal sente dor.
O cientista pode inferir a dor de um animal, mas essa inferência tem origem intuitiva, e não uma origem estritamente científica no sentido de verificação empírica e positivista.
A presumível dor de um ser não é um critério científico — em sentido estrito do método científico — para estabelecer razões para o aborto ou para a eutanásia. A constatação da dor de um qualquer ser é intuitiva, e por isso, do domínio da ética, e logo, do domínio da filosofia.
Quando a ciência diz que “um feto humano não sente dor”, incorre em um grave erro e abuso metodológicos.
Por isso é que Richard Dawkins é burro, porque ele deveria estar concentrado na biologia em vez de se meter pela filosofia adentro.
Porém, para além de burro, é estúpido, porque ele consegue intuir a dor de um animal qualquer, mas já não consegue intuir a presença de um ser humano num feto humano.
20 de março de 2013
Orlando Braga
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