Retirada de pessoas de áreas de risco no estado ficou à míngua por dois anos
- Em Petrópolis, nenhuma casa popular foi construída desde 2009
O descaso com vidas humanas perdidas em enchentes na Região Serrana pode ser traduzido em números sombrios.
Dados do Sistema de Acompanhamento Financeiro do Estado (Siafem) obtidos pelo GLOBO revelam que, no ano passado, o programa de reassentamento de pessoas de áreas de risco em todo o estado, que tinha uma dotação orçamentária de R$ 112,8 milhões, chegou ao fim do ano com apenas R$ 2,2 milhões (1,9%) gastos.
Mesmo seguindo a lógica perversa de que em anos de tragédia se costuma retirar de gavetas empoeiradas projetos nunca realizados, a situação não é diferente. Prova disso é que, em 2011, quando as chuvas provocaram a morte de mais de 900 pessoas na região, o investimento no programa, que começou com previsão de R$ 209,1 milhões, foi zero.
Nenhuma casa em Petrópolis
Nos últimos quatro anos, Petrópolis, que tem cerca de 18 mil pessoas morando em situação de perigo — e acordando sobressaltadas de madrugada com sirenes anunciando mais um temporal —, não viu ser erguida uma única casa. Em Friburgo, serão finalizadas até maio, de acordo com a prefeitura, 1.800 unidades habitacionais em Conselheiro Paulino, com recursos do Minha Casa Minha Vida repassados pelo estado.
A prefeitura de Teresópolis informou que o vice-governador Luiz Fernando Pezão prometeu, em fevereiro, iniciar a construção de 1.600 casas no mês que vem.
20 de março de 2013
Carla Rocha - O Globo
Colaborou Fabíola Gerbase
Colaborou Fabíola Gerbase
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