É difícil ─ e mais, deselegante ─ criticar a imprensa em um veículo de imprensa. Cheira a covardia ou sectarismo.
Não é o caso. Até porque, como em tudo na vida, há que se fazer divisões. Infelizmente.
Esta manchete do Diário do Comércio, divulgada nacionalmente pelo blog do Augusto Nunes, é um exemplo do que deveria ser a imprensa.
Há exagero? Ofensas? Inverdades? Ou retrata um fato na completa acepção do que seja notícia?
Quem sou eu para ditar rumos ou padrões para a imprensa? Bem, sou um leitor. E como tal mereço respeito, como qualquer outro. Leitor: não é consumidor. É formador de opinião. Não é comprador de carnes e cereais. Pretende entender o que acontece ao seu redor. Não é um torcedor de um time de futebol: quer posicionar-se em relação ao próprio futuro.
Teriam os jornalistas ao menos a noção da importância do que escrevem, do que opinam e para onde ─ e como ─ podem levar as matérias que produzem? Pensam em quem lê? Ou continuamos ─ leitores ─ a ser uma ficção quase fantasmagórica?
Quantos escrevem para si próprios!
Os que escrevem por encomenda sequer me preocupam. São conhecidos. Os conhecemos. E desprezamos. Não são jornalistas.
Não se trata de defender o BBB da Globo ou de atacar o Corinthians! Na verdade falamos de nossas vidas ─ inclusive a deles! ─ e de nosso futuro.
Parafraseando o filósofo Neném Prancha, do Rio de Janeiro, que dizia que “pênalti é tão importante que quem deveria bater era o presidente do clube”, assim deveria ser com o jornalismo.
Após escrever e antes de publicar, um jornalista deveria submeter o texto aos filhos e amigos.
E perguntar: “faz sentido com a vida, com a verdade, com a decência”? Certamente seria um parâmetro para os que não conseguem ter no espelho a resposta do que vivem.
Não se trata de apologia de uma oposição que pretendo cada vez mais intensa. À Era da Mediocridade. Até admito que existam (???) jornalistas que defendam o estado de coisa que se instalou no Brasil.
Admito que possam existir. Mesmo que não os consiga identificar.
Trata-se de um respeito ao meu direito de leitor. O ridículo, a megalomania, a doença da menos valia, a mentira e a falsidade, são necessariamente matéria de interesse jornalístico. Na visão de um leitor.
Seja do macaco Simão no zoo do Rio, do jogador que se acha o novo Pelé, da celebridade instantânea de um reality show que se julga Fernanda Montenegro ou do palhaço que se elegeu deputado e prefere optar pelo circo desprezando o Parlamento.
Porque não com um co-presidente que delira, mente, ofende, envergonha e se mostra um doente mental?
Que linha divisória ─ ética ─ separa a crítica a um “João-ninguém” que se julga o novo Pelé e é ridicularizado por isto e um presidente que nunca leu (e nunca lerá!) e se compara com Cristo, ou Lincoln? A comparação é sempre com o personagem da hora: seja uma discussão teológica ou um filme de Hollywood! A biografia nunca seria lida (e nem será!) por quem já afirmou que “jornal provoca azia!”. Só as antas não percebem que o jornal de hoje é o livro de história de amanhã. Faz parte da natureza das antas.
Assim, infelizmente, mais que louvar o Diário do Comércio (e eu louvo), sinto uma profunda desesperança pelos OUTROS veículos de imprensa, que, perdendo leitores, não entendem o motivo. E não observam que na WEB se tem um jornalismo que mereça o nome.
Quem perde? Todos nós! Mas, como ingênuos bovinos caminhando para o matadouro que só terão a certeza do fim quando não haverá mais porteira para escapar, os jornalistas dóceis e politicamente corretos irão se perguntar: por quê?
A resposta, talvez, esteja nas manchetes do Diário do Comércio.
01 de março de 2013
REYNALDO ROCHA
Não é o caso. Até porque, como em tudo na vida, há que se fazer divisões. Infelizmente.
Esta manchete do Diário do Comércio, divulgada nacionalmente pelo blog do Augusto Nunes, é um exemplo do que deveria ser a imprensa.
Há exagero? Ofensas? Inverdades? Ou retrata um fato na completa acepção do que seja notícia?
Quem sou eu para ditar rumos ou padrões para a imprensa? Bem, sou um leitor. E como tal mereço respeito, como qualquer outro. Leitor: não é consumidor. É formador de opinião. Não é comprador de carnes e cereais. Pretende entender o que acontece ao seu redor. Não é um torcedor de um time de futebol: quer posicionar-se em relação ao próprio futuro.
Teriam os jornalistas ao menos a noção da importância do que escrevem, do que opinam e para onde ─ e como ─ podem levar as matérias que produzem? Pensam em quem lê? Ou continuamos ─ leitores ─ a ser uma ficção quase fantasmagórica?
Quantos escrevem para si próprios!
Os que escrevem por encomenda sequer me preocupam. São conhecidos. Os conhecemos. E desprezamos. Não são jornalistas.
Não se trata de defender o BBB da Globo ou de atacar o Corinthians! Na verdade falamos de nossas vidas ─ inclusive a deles! ─ e de nosso futuro.
Parafraseando o filósofo Neném Prancha, do Rio de Janeiro, que dizia que “pênalti é tão importante que quem deveria bater era o presidente do clube”, assim deveria ser com o jornalismo.
Após escrever e antes de publicar, um jornalista deveria submeter o texto aos filhos e amigos.
E perguntar: “faz sentido com a vida, com a verdade, com a decência”? Certamente seria um parâmetro para os que não conseguem ter no espelho a resposta do que vivem.
Não se trata de apologia de uma oposição que pretendo cada vez mais intensa. À Era da Mediocridade. Até admito que existam (???) jornalistas que defendam o estado de coisa que se instalou no Brasil.
Admito que possam existir. Mesmo que não os consiga identificar.
Trata-se de um respeito ao meu direito de leitor. O ridículo, a megalomania, a doença da menos valia, a mentira e a falsidade, são necessariamente matéria de interesse jornalístico. Na visão de um leitor.
Seja do macaco Simão no zoo do Rio, do jogador que se acha o novo Pelé, da celebridade instantânea de um reality show que se julga Fernanda Montenegro ou do palhaço que se elegeu deputado e prefere optar pelo circo desprezando o Parlamento.
Porque não com um co-presidente que delira, mente, ofende, envergonha e se mostra um doente mental?
Que linha divisória ─ ética ─ separa a crítica a um “João-ninguém” que se julga o novo Pelé e é ridicularizado por isto e um presidente que nunca leu (e nunca lerá!) e se compara com Cristo, ou Lincoln? A comparação é sempre com o personagem da hora: seja uma discussão teológica ou um filme de Hollywood! A biografia nunca seria lida (e nem será!) por quem já afirmou que “jornal provoca azia!”. Só as antas não percebem que o jornal de hoje é o livro de história de amanhã. Faz parte da natureza das antas.
Assim, infelizmente, mais que louvar o Diário do Comércio (e eu louvo), sinto uma profunda desesperança pelos OUTROS veículos de imprensa, que, perdendo leitores, não entendem o motivo. E não observam que na WEB se tem um jornalismo que mereça o nome.
Quem perde? Todos nós! Mas, como ingênuos bovinos caminhando para o matadouro que só terão a certeza do fim quando não haverá mais porteira para escapar, os jornalistas dóceis e politicamente corretos irão se perguntar: por quê?
A resposta, talvez, esteja nas manchetes do Diário do Comércio.
01 de março de 2013
REYNALDO ROCHA
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