ANTIGAMENTE OS CARTAZES NA RUA COM ROSTOS DE CRIMINOSOS OFERECIAM RECOMPENSA, HOJE EM DIA PEDEM VOTOS.
Nos Estados Unidos, na Espanha, em Portugal, na França, na Grécia...
A morte de Stéphane Hessel esta semana deixou órfãos em todo o mundo.
Foi um livro quase panfleto escrito pelo intelectual francês, com o título Indignai-vos, o inspirador de movimentos que ocuparam as ruas nesses países para cobrar reformas que acabem com o abismo entre ricos e pobres e tornem o mundo menos desigual.
Hessel nasceu em Berlim, em 1917, naturalizou-se francês em 1937, lutou contra a ocupação da França pelas tropas de Hitler, sobreviveu aos campos de concentração nazistas e foi um dos redatores da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Durante a vida inteira, nunca perdeu a capacidade de se revoltar diante das injustiças sociais.
Durante a vida inteira, nunca perdeu a capacidade de se revoltar diante das injustiças sociais.
Lançou Indignai-vos quando tinha 93 anos.
Morreu na quarta-feira, aos 95.
Sua capacidade de indignação faz falta ao Brasil.
Sua capacidade de indignação faz falta ao Brasil.
O país, que passou 500 anos dominado pela direita corrupta, viu o poder trocar de mãos e experimenta hoje um período de distribuição de renda impensável até pouco tempo atrás.
Mas as mudanças pararam por aí.
A corrupção, que desvia dos cofres públicos dinheiro que poderia melhorar a educação e a saúde, por exemplo, continua a envergonhar o país.
Quem ousa denunciar as falcatruas é classificado como golpista.
Ora, golpista é quem traiu a população, prometendo uma reforma ética na política e depois aliou-se ao que havia de mais podre no Congresso e caiu de boca nas práticas que antes condenava.
Ora, golpista é quem traiu a população, prometendo uma reforma ética na política e depois aliou-se ao que havia de mais podre no Congresso e caiu de boca nas práticas que antes condenava.
Na Grécia, esta semana, um tribunal condenou à prisão perpétua, pelo crime de peculato, o ex-presidente de Salônica, segundo maior município do país.
Ele foi julgado culpado pelo desvio de 17 milhões de euros do erário entre 1999 e 2010.
Agora, imagine uma coisa dessas no Brasil.
Agora, imagine uma coisa dessas no Brasil.
Nem pensar!
Aqui, corrupto nenhum, de direita ou de esquerda, jamais iria passar o resto da vida numa cadeia. Pelo contrário, mesmo condenados, eles continuam a debochar de nós, os eleitores, e atuar com a maior desfaçatez na cena política brasileira.
Plácido Fernandes Vieira Correio Braziliense
Plácido Fernandes Vieira Correio Braziliense
01 de março de 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário