Com a iniciativa, Pontífice acata sugestão dos cardeais proposta durante as reuniões que antecederam o conclave
VATICANO - O Papa Francisco deu início neste sábado à sua esperada revolução com a criação de um grupo de oito cardeais, formado por representantes de cinco continentes, que irão estudar uma reforma na Cúria romana após os últimos escândalos da Igreja Católica. Com a iniciativa, o Pontífice acata sugestão dos cardeais proposta durante as Congregações Gerais que precederam o conclave, segundo um comunicado do Vaticano.
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De acordo com o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, o grupo acumulará “funções de assessoramento e não tomará decisões”, sendo designado para “aconselhar e ajudar o Papa”. e foi constituído para aconselhar o governo da Igreja Universal e estudar um projeto de revisão da Constituição Apostólica promulgada por João Paulo II em 1988.
A Constituição regula a composição e as competências dos distintos organismos que formam a cúria.
O argentino Jorge Bergoglio, que completa um mês de pontificado neste sábado, tem surpreendido o mundo por gestos considerados inovadores, por seu caráter humilde e próximo aos fiéis, mas ainda não havia tomado decisões sobre as organizações da Igreja.
A reforma foi um dos principais temas das Congregações, quando ainda estava latente o escândalo do Vatileaks - roubo de documentos que revelaram a existência de divisões entre os membros da Igreja, corrupção financeira e pedofilia - pesando sobre o papado de Bergoglio a necessidade de trazer mais transparência e confiança ao Vaticano, além de reduzir as cargas econômicas.
Participarão do grupo o presidente do Governo do Estado da Cidade do Vaticano, o italiano Giuseppe Bertello, o arcebispo de Santiago do Chile, o cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa, o arcebispo de Bombai, Oswald Gracias, o arcebispo de Munique, Reinhard Marx, e o arcebispo de Kinshasa (República Democrática do Congo), Laurent Monsengwo Pasinya.
A lista se completa com o arcebispo de Boston, Sean Patrick O'Malley, um dos cardeais mais comprometidos na luta contra os padres pedófilos, assim como o arcebispo de Sidney, George Pell, e o de Tegucigalpa, Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, que terá a função de coordenador. O bispo de Albano, na Itália, Marcello Semeraro, será o secretário.
A primeira reunião coletiva do grupo foi fixada para os dias 1º, 2 e 3 de outubro. O Papa Francisco, no entanto, já está em contato com integrantes do mencionado grupo. Ainda não se sabe qual será a frequência dos encontros.
14 de abril de 2013
O Globo
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