Grigoriy Yefimovich Rasputin foi um místico monge russo, politicamente influente no final do período czarista. Por volta de 1905, a sua reputação de operar milagres levou-o à Corte Imperial onde ele teria salvado a vida do filho do czar, que era hemofílico. A partir daí, a czarina passou a dedicar-lhe-á uma confiança extrema.
Com tal proteção, Rasputin possuia um prestígio desmedido na Corte e, principalmente, sobre a família imperial.Todavia, seu comportamento dissoluto levou o Czar a afastar-se do mesmo, embora a Czarina continuasse a confiar nele.
No entanto, a Primeira Guerra Mundial trouxe consequências funestas para Rasputin, já odiado pelo povo e pelos nobres, que o acusaram de espionagem ao serviço da Alemanha. Rasputin conseguiu escapar de várias tentativas de assassinato, mas acabou por ser vítima de uma trama de parlamentares e aristocratas russos.
O Rasputin “brasileiro” atende pelo nome de Marco Aurélio Garcia. Não é monge, nem faz milagres, contudo possui uma singular influência nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT). Hoje com 72 anos, nascido em Porto Alegre/RS, é um prestigiado ideólogo da esquerda e professor aposentado do Departamento de História da Unicamp.
Desde seu tempo de estudante, MAC militou no movimento estudantil e, nos anos 60, foi vice-presidente da UNE além de vereador na sua cidade natal. Entre 1970 e 1979, se auto-exilou no Chile. Com a queda de Salvador Allende, viajou para a França. Retornou ao Brasil após a Lei de Anistia promulgada no governo do Presidente João Figueiredo, logo retomando as atividades políticas, sendo um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores.
Em 1990, na condição de Secretário de Relações Internacionais do PT, MAC foi um dos organizadores e fundadores do Foro de São Paulo, organização inspirada por Cuba e que intenta reunir todos os grupos de esquerda da América Latina e do Caribe. A partir das eleições de 1994, assumiu as funções de coordenador dos Programas de Governo dos candidatos petistas. Quando da eleição de Lula foi criado, especialmente para ele, o cargo de Assessor Especial para Assuntos Internacionais, que continua a ocupar no governo Dilma Roussef, como se o Ministério das Relações Exteriores (MRE) não tivesse valia alguma.
Quem, senão ele, foi o reponsável intelectual pela reviravolta no procedimento do Itamaraty na questão do gás boliviano, no problema do calote equatoriano e no atendimento às pretensões do bispo garanhão, à época presidente do Paraguai, quanto ao pagamento da dívida de Itaipu? Mais recentemente, quem terá censurado a Colômbia pela morte de membros das FARC em território do Equador que, de resto, lhes dava guarida? Quem terá apresentado a idéia de afastar o Paraguai para permitir a entrada da Venezuela no Mercosul? E pela facilidade com que aceitamos as exigências argentinas com respeito ao comércio bilateral, quem será o responsável? De quem terá sido a idéia da UNASUL?
A verdade é que, embora operado em fevereiro último de problemas coronarianos, nosso Rasputin ainda é a eminência parda do Planalto quando se trata de assuntos internacionais. Visceralmente contrário a tudo que tenha origem nos Estados Unidos, pertence à Velha Guarda comunista que idolatra Fidel Castro.
Resumindo: cada País tem o Rasputin que merece!
27 de maio de 2013
Osmar José de Barros Ribeiro é Tenente Coronel na Reserva do EB.
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