Se eu trabalhasse no Palácio do Planalto e fosse da assessoria política ou se fosse marqueteiro, eu bolaria um plano para aumentar ainda mais a já fantástica popularidade da Presidenta Dilma. Para aumentar a popularidade e também para ampliar de 110 para 148% as possibilidades de sua reeleição.
Eu mobilizaria o serviço de informação e inteligência do gunverno, que funciona subordinado diretamente ao gabinete presidencial. E que é repleto de sherloques e arapongas coçando o secreto saco o dia inteiro. E daria a este serviço a tarefa de criar um boato pra ser espalhado em Banânia. Um boato dando conta de que o Bolsa Voto iria ser extinto e o curral eleitoral seria obrigado a arrancar o sustento com o suor do próprio rosto.
Como o serviço de inteligência tem escritórios e representações em todos os estados da federação, eu escolheria apenas 14 deles pra soltar o boato. Seria um número suficiente pra fazer a história ser disseminada nas demais regiões banânicas. E soltaria o boato calculadamente conforme as exigências do calendário, botando o batalhão parasitário em desassossego num final de semana, tempo de futebol e cerveja.
Comprovada a eficácia do boato, com amplo material na imprensa sobre multidões invadindo as agências da Caixa, viria a segunda parte do plano.
Como o boato foi criado no nível da Presidência da República, eu escalaria alguém do primeiríssimo escalão, uma ministra de estado, por exemplo, para botar a culpa do boato na oposição. Como se existisse esta instituição no atual momento banânico… Merda e oposição são sinônimos no império do Socialismo Muderno. A oposição, desde que o PT chegou ao poder, é igual peido de aviador: sumiu no ar. Tá toda no bolso de… Ah… Deixa pra lá. O assunto agora é outro.
Pois bem: como não há qualquer diferença entre ser militante do PT e ser ministro do PT, pois a canalhice, a jumentice, a falta de ética e, sobretudo, a irresponsabilidade é a mesma em ambos o caso, não haveria qualquer problema em escalar uma ministra pra tão avacalhada tarefa (sem qualquer intenção e fazer trocadilho…). Isto até mesmo pela certeza da impunidade e pela constatação de que vivemos num país escroto feito Banânia. E eu mandaria a ministra botar no twitter uma mensagem mais ou menos assim:
Horas depois, eu aconselharia a ministra a tirar o cu da reta e dar outra tuitada dizendo que não era bem assim, que não queria ter dito aquilo, que não está afim de polemizar, que não falará mais nada, etc. etc. etc. etc…
Depois do bololô formado, depois da constatação de que uma Ministro de Estado (idiota e tabacuda, é verdade, mas formalmente uma Ministra de Estado) deu uma cagada de tal magnitude, eu aconselharia a Presidenta da República a ir a uma solenidade pública no mesmo dia. A ir, por exemplo, à inauguração de um navio, com ampla cobertura da mídia reacionária e catrefa, durante a qual faria um duro discurso desmentindo o boato, dizendo que ele fora “desumano e criminoso”.
Nestas horas, a grande imprensa golpista é indispensável pra fazer chegar ao povão os tolôtes que Dilma caga pela boca. À noite, no horário nobre, em todas as grandes redes de televisão do país, SBT, Band, Record e Globo, Banânia inteira tomaria conhecimento de que Dilma, o Dragão da Bondade, estava atenta pra proteger os desvalidos do curral de eleitores, vitimas do tenebroso boato inventando pela oposição, pelos reacionários, pelas forças obscurantistas e pelos catrefas que lutam contra as grandes conquistas populares.
Seria a glória!!!!
E pronto:
A mundiça, a pobreza, os miséráveis, os excluídos (que, apesar de extintos no papel, continuam existindo na vida real…) aplaudiriam, se alegrariam e orariam em louvor a sua mãe, madrinha e salvadora. Dilma seria maior e mais protetora que Lula, Getúlio Vargas e Evita Perón somados! A Dama da Priquita de Titânio, ao contrário de Collor que só fez prometer, teria salvo de fato os descamisados de morrer de fome.
No discurso, eu aconselharia Dilma a dizer que iria botar a Polícia Federal para apurar o crime. Todavia, com uma recomendação importante: a pergunta básica que sempre é feita quando se abre uma investigação, “a quem interessa o crime?”, seria posta de lado. Não haveria necessidade de se fazer pergunta tão indiscreta quanto incômoda.
Isto tudo eu faria se fosse da assessoria política da Presidência. Todavia, tudo que escrevi aqui é puro exercício de imaginação. Pura divagação.
Pra concluir esta obra de ficção, eu diria que a TV NBR, o canal oficial do gunverno federal, distribuiria pro país inteiro, inclusive pro JBF, as duras e ameaçadoras palavras da Redentora Dilma.
Seria mais ou menos assim:
27 de maio de 2013
Luiz Berto Filho, escritor pernambucano, edita o Jornal da Besta Fubana.
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