"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 17 de junho de 2013

SERIA BOM...


Não é nada, não é nada, são seis arenas novas só para a Copa-Cozinha das Confederações, competição cobaia para a "melhor" Copa do Mundo no ano que vem. Por enquanto, os novos estádios, segundo os confiáveis cálculos oficiais, custaram a merreca de mais de R$ 5 bilhões só de cimento, ferro e grama.

A farra que acaba quando termina a Copa, daria para construir pelo menos um hospital público de alto padrão, quase assim tipo Sírio-Libanês, em cada capital. O que, na verdade, também não significaria nenhum "valor residual" para o povo, eis que elitizando o SUS, os políticos ocupariam todos os leitos.

Então, seus manés, tanto faz construir estádios quanto hospitais que tudo vai dar na mesma. Mas que seria bom, seria.

Seria bom o pobretão feliz poder encher a boca e dizer que foi atendido no Hospital Mineirão, aquele em que Dilma Vana, a sua mineira de estimação, também estava se tratando.

Seria bom o pobre encher o peito e a boca e dizer que estava no apartamento ao lado da UTI do Maracanã, onde Lula cuidava do gogó que não tem nada e Sérgio Cabral rezava por ele.

Seria bom ver sua expressão de contentamento ao contar que acabava de ter alta do Hospital Castelão, onde passou por Cid Gomes rumo à sala de recuperação.

Seria bom escutar o trabalhador assalariado falando à porta de saída do Arena Pernambuco, hospital de fino trato, onde ele cruzara duas vezes com Eduardo Campos no Setor de Raio-X e, por isso mesmo sentir-se são e salvo.

Seria bom ouvir a baiana vendedora de acarajé exultar de pura felicidade por estar curada, assim como se fosse por um passe de mágica, só porque o Jaques Wagner era seu vizinho de quarto.

Seria bom, mas não é, Seu Mané.
 
17 de junho de 2013
sanatório da notícia

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