Para atrair clientes, corretoras oferecem desconto na cotação
Casa de câmbio no Centro do Rio: em menos de um mês moeda acumula alta de 4% Domingos Peixoto
A escalada do dólar, que acumula alta de 4% desde o dia 22 de maio — de R$ 2,05 para R$ 2,14 —, tem deixado o turista apreensivo para comprar a moeda americana, segundo levantamento feito pelo GLOBO em corretoras de Rio e São Paulo. A percepção dos operadores de câmbio é que apenas quem programou a viagem com antecedência, mas não garantiu o dinheiro para gastar no passeio com antecedência, enfrenta o alto patamar atual da moeda americana. A boa notícia é que, para atrair os viajantes casas de câmbio, já começam a oferecer promoções e mais flexibilidade na negociação do preço de venda.
— Há ainda muita procura, mas poucos fechamentos. Percebemos que quem compra são as pessoas já com compromissos de viagem — afirma Bueno.
Há quem espere uma melhora no próximo mês, quando as férias efetivamente começam e não dá mais para adiar a compra do dólar.
— Muita gente comprava a moeda aos poucos e ia juntando. Esse tipo de investidor sumiu — conta José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora.
Carreira ressalta que aumentou o número de pessoas que pedem para serem informadas diariamente sobre a cotação do dólar turismo, mas que, mesmo diante de uma redução da procura, a empresa não cogita trabalhar com promoções:
— O dólar está caro para todo mundo — justifica.
Agências como a Party Tour, de Ipanema, apesar de tampouco trabalharem com promoções, negociam taxas nesses momentos de alta do dólar e apreensão no mercado. Na semana passada, o dólar turismo era vendido por R$ 2,28 na agência.
A programação com antecedência, no entanto, ainda segura a procura em algumas casas. A Pioneer corretora de câmbio, de São Paulo, diz que continua a vender seu volume diário usual da moeda e que o novo patamar que o dólar atingiu ainda não é "impeditivo para viagens", diz.
— Com um aumento de cerca de dez pontos, perde-se R$ 100 a cada US$ 1 mil dólares comprados. Para quem viaja, não é muita coisa.
Um vendedor que opera no mercado informal de câmbio, vendendo o dólar a R$ 2,21, afirmou que também não observou retração na demanda ainda.
— Quem sabe depois de julho, quando as férias passarem — disse.
Para Carreira, da Fair Corretora, um recuo do dólar no médio prazo é esperado, mas não a patamares inferiores a R$ 2.
— Se o governo continuar conseguindo fazer mudanças, trazendo dinheiro novo, dando estímulos como a redução do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), a tendência é de queda. Mas se ele largar o câmbio, a alta tende a ser ainda maior.
17 de junho de 2013
Renata Cabral - O Globo
A escalada do dólar, que acumula alta de 4% desde o dia 22 de maio — de R$ 2,05 para R$ 2,14 —, tem deixado o turista apreensivo para comprar a moeda americana, segundo levantamento feito pelo GLOBO em corretoras de Rio e São Paulo. A percepção dos operadores de câmbio é que apenas quem programou a viagem com antecedência, mas não garantiu o dinheiro para gastar no passeio com antecedência, enfrenta o alto patamar atual da moeda americana. A boa notícia é que, para atrair os viajantes casas de câmbio, já começam a oferecer promoções e mais flexibilidade na negociação do preço de venda.
A TOV Corretora, por exemplo, planeja uma promoção no fim do mês para aumentar a venda da moeda americana, que caiu em torno de 50% desde que o dólar começou a subir, há cerca de um mês, estima o operador Jair Bueno. O último saldão, feito às vésperas do feriado de Corpus Christi, no entanto, não deu o resultado esperado. Na época, o dólar turismo foi oferecido com R$ 0,03 de desconto para quantias em espécie e R$ 0,05 mais barato para crédito em cartão pré-pago. O desconto do próximo saldo ainda não foi decidido.
— Há ainda muita procura, mas poucos fechamentos. Percebemos que quem compra são as pessoas já com compromissos de viagem — afirma Bueno.
Há quem espere uma melhora no próximo mês, quando as férias efetivamente começam e não dá mais para adiar a compra do dólar.
— Muita gente comprava a moeda aos poucos e ia juntando. Esse tipo de investidor sumiu — conta José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora.
Carreira ressalta que aumentou o número de pessoas que pedem para serem informadas diariamente sobre a cotação do dólar turismo, mas que, mesmo diante de uma redução da procura, a empresa não cogita trabalhar com promoções:
— O dólar está caro para todo mundo — justifica.
Agências como a Party Tour, de Ipanema, apesar de tampouco trabalharem com promoções, negociam taxas nesses momentos de alta do dólar e apreensão no mercado. Na semana passada, o dólar turismo era vendido por R$ 2,28 na agência.
A programação com antecedência, no entanto, ainda segura a procura em algumas casas. A Pioneer corretora de câmbio, de São Paulo, diz que continua a vender seu volume diário usual da moeda e que o novo patamar que o dólar atingiu ainda não é "impeditivo para viagens", diz.
— Com um aumento de cerca de dez pontos, perde-se R$ 100 a cada US$ 1 mil dólares comprados. Para quem viaja, não é muita coisa.
Um vendedor que opera no mercado informal de câmbio, vendendo o dólar a R$ 2,21, afirmou que também não observou retração na demanda ainda.
— Quem sabe depois de julho, quando as férias passarem — disse.
Para Carreira, da Fair Corretora, um recuo do dólar no médio prazo é esperado, mas não a patamares inferiores a R$ 2.
— Se o governo continuar conseguindo fazer mudanças, trazendo dinheiro novo, dando estímulos como a redução do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), a tendência é de queda. Mas se ele largar o câmbio, a alta tende a ser ainda maior.
17 de junho de 2013
Renata Cabral - O Globo
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