"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 13 de julho de 2013

BANCOS PÚBLICOS JÁ PREVEEM PIB ABAIXO DE 2% NESTE ANO. DILMA É UM DESASTRE!

  
Em um cenário de desaceleração da economia --reforçado ontem pelo Banco Central, que apontou retração da atividade em maio-- e com a perspectiva de que os dados de junho mostrarão impacto negativo das manifestações no país, bancos oficiais já trabalham com uma perspectiva de crescimento abaixo de 2% neste ano.
 
O dado não é divulgado oficialmente, mas a Folha apurou que ele está sendo incorporado nos modelos de análise de risco usados para a concessão de grandes operações de crédito.
 
O número é importante para avaliar a capacidade de geração de fluxo de caixa em determinados setores tomadores de empréstimos.
 
O indicador de atividade do Banco Central (IBC-Br) apontou recuo na economia de 1,4% em maio em relação a abril, abaixo do esperado pelo mercado financeiro e o pior resultado desde 2008.
 
No período acumulado de 12 meses, o crescimento medido pelo índice do Banco Central é de apenas 1,89%.
 
Para Mauro Rochlin, professor de economia do Ibmec, o dado deixa claro que, "de fato, a economia brasileira está com taxas muito próximas de uma estagnação".
 
MANIFESTAÇÕES
 
Apesar disso, o resultado não foi considerado surpreendente dentro do governo.
A equipe econômica já esperava um número ruim. A maior preocupação atualmente é com o resultado de junho, que deverá mostrar o impacto das manifestações por todo o país na economia.
 
O ministro Guido Mantega (Fazenda) foi alertado pelos varejistas para o fato de que as vendas na segunda quinzena de junho foram muito afetadas pelas manifestações, que provocaram o fechamento do comércio em várias partes do país. Mas os técnicos do governo ainda tentam mapear o tamanho do estrago.
 
O receio é que, se concretizado um impacto maior em junho, o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre do ano será ruim. E, com isso, a recuperação da economia na segunda metade do ano poderá não ser tão boa como espera o governo, afetando diretamente o ânimo dos empresários, principalmente para investir.
 
A recuperação dos investimentos é a aposta da equipe econômica para sustentar o crescimento neste ano e em 2014, quando a presidente Dilma tentará se reeleger.
 
Ontem, Mantega se reuniu com empresários e investidores para ouvir as inquietações e tentar convencê-los a não abandonar a agenda investimentos.
 
Para Rochlin, porém, sem crescimento, isso não será tarefa fácil. "Tivemos um crescimento mais alto em abril e queda em maio, essa trajetória errática confunde. Não há uma estabilidade dos índices e isso retrai investidores."
 
Segundo ele, "é consagrado" o papel das expectativas para retomada de investimento.
 
"O governo não tem sido capaz de despertar o espírito animal nos empresários. Os passos que ele toma não trazem segurança."

13 de julho de 2013
VALDO CRUZ e  SHEILA D'AMORIM - Folha de São Paulo

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