Os indicadores de atividade dão sinais cada vez mais claros de que a economia brasileira se aproxima de uma recessão, ainda que leve e passageira.
Ontem, essa hipótese foi reforçada pelo Banco Central, que registrou, em maio, retração de 1,4% no Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Foi o maior tombo mensal desde dezembro de 2008, quando o Brasil sentiu o impacto do estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos.
Naquele mês, a queda foi de 4,3% e o país mergulhou na recessão, como quase todo o mundo.
Mesmo pessimista, nem o mercado acreditava em um recuo tão grande do IBC-Br em maio. Os analistas apostavam em retração de, no máximo, 1,2%. Com o resultado captado pelo BC, no acumulado de 12 meses, o indicador aponta alta de 1,89%, sinalizando que o Brasil terá de conviver com pibinhos por um bom período. Nas contas dos especialistas, tudo leva a crer que, no segundo trimestre do ano, o PIB oficial, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), avançou entre 0,5% e 0,8%, abaixo, portanto, da estimativa de 1% alardeada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Ontem, essa hipótese foi reforçada pelo Banco Central, que registrou, em maio, retração de 1,4% no Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Foi o maior tombo mensal desde dezembro de 2008, quando o Brasil sentiu o impacto do estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos.
Naquele mês, a queda foi de 4,3% e o país mergulhou na recessão, como quase todo o mundo.
Mesmo pessimista, nem o mercado acreditava em um recuo tão grande do IBC-Br em maio. Os analistas apostavam em retração de, no máximo, 1,2%. Com o resultado captado pelo BC, no acumulado de 12 meses, o indicador aponta alta de 1,89%, sinalizando que o Brasil terá de conviver com pibinhos por um bom período. Nas contas dos especialistas, tudo leva a crer que, no segundo trimestre do ano, o PIB oficial, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), avançou entre 0,5% e 0,8%, abaixo, portanto, da estimativa de 1% alardeada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A se confirmar mais esse resultado fraco — entre janeiro e março, o salto foi de frustrante 0,6% —, o crescimento da economia neste ano será inferior a 2%, mais para 1,5% do que para 1,8%. Mantega, porém, manterá o discurso de que é possível um incremento de 3%.
A queda no IBC-Br ocorreu um mês depois de o BC iniciar o ciclo de alta dos juros, com o objetivo de combater a disparada da inflação, que, em março, havia estourado o teto da meta de 6,5%. Em abril, a taxa básica (Selic) passou de 7,25% para 7,5% ao ano e, em maio, atingiu 8%.
Nesta semana, com os juros pulando para 8,5% ao ano, o mercado sacramentou que o governo tinha perdido a guerra para o crescimento do PIB deste ano. O objetivo do arrocho monetário, agora, é tentar salvar 2014, quando a presidente Dilma Rousseff buscará a reeleição. Mas os especialistas veem um ano ainda mais difícil do que 2013, com PIB minguado, inflação na casa dos 6% e desemprego em alta.
Confusão
As mudanças bruscas dos indicadores, sempre para pior, têm assustado os analistas e técnicos do governo. “Nossa aposta era de avanço de 2,2% para o PIB neste ano. Mas esse número, agora, adquiriu viés de baixa.
Estou ressabiado em fazer uma análise para o segundo trimestre, porque a confusão é tanta que está difícil entender os indicadores”, disse José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. Na avaliação do economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank (BES), Jankiel Santos, independentemente da instabilidade dos números, o certo é que o IBC-Br “jogou um balde de água fria em todo mundo”.
Para os analistas, tudo está pesando contra a economia brasileira.
Não bastasse o mercado externo estar ruim, com a Europa ainda em recessão, a China desacelerando rapidamente e os Estados Unidos se recuperando a passos lentos, há uma desconfiança generalizada em relação ao governo, que tem cometido uma sucessão de erros — o mais grave deles, ter sido leniente no combate à inflação que corroeu o poder de compra das famílias já muito endividadas.
As empresas suspenderam os investimentos produtivos, o dólar disparou, criando mais pressões sobre o custo de vida, e as contas públicas estão desmoralizadas.
“Em meio a tudo isso, a indústria caiu 2% em maio e as vendas do varejo ficaram estagnadas”, disse o economista-chefe do INVX Global, Eduardo Velho.13 de julho de 2013
SIMONE KAFRUNI Correio Braziliense
A queda no IBC-Br ocorreu um mês depois de o BC iniciar o ciclo de alta dos juros, com o objetivo de combater a disparada da inflação, que, em março, havia estourado o teto da meta de 6,5%. Em abril, a taxa básica (Selic) passou de 7,25% para 7,5% ao ano e, em maio, atingiu 8%.
Nesta semana, com os juros pulando para 8,5% ao ano, o mercado sacramentou que o governo tinha perdido a guerra para o crescimento do PIB deste ano. O objetivo do arrocho monetário, agora, é tentar salvar 2014, quando a presidente Dilma Rousseff buscará a reeleição. Mas os especialistas veem um ano ainda mais difícil do que 2013, com PIB minguado, inflação na casa dos 6% e desemprego em alta.
Confusão
As mudanças bruscas dos indicadores, sempre para pior, têm assustado os analistas e técnicos do governo. “Nossa aposta era de avanço de 2,2% para o PIB neste ano. Mas esse número, agora, adquiriu viés de baixa.
Estou ressabiado em fazer uma análise para o segundo trimestre, porque a confusão é tanta que está difícil entender os indicadores”, disse José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. Na avaliação do economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank (BES), Jankiel Santos, independentemente da instabilidade dos números, o certo é que o IBC-Br “jogou um balde de água fria em todo mundo”.
Para os analistas, tudo está pesando contra a economia brasileira.
Não bastasse o mercado externo estar ruim, com a Europa ainda em recessão, a China desacelerando rapidamente e os Estados Unidos se recuperando a passos lentos, há uma desconfiança generalizada em relação ao governo, que tem cometido uma sucessão de erros — o mais grave deles, ter sido leniente no combate à inflação que corroeu o poder de compra das famílias já muito endividadas.
As empresas suspenderam os investimentos produtivos, o dólar disparou, criando mais pressões sobre o custo de vida, e as contas públicas estão desmoralizadas.
“Em meio a tudo isso, a indústria caiu 2% em maio e as vendas do varejo ficaram estagnadas”, disse o economista-chefe do INVX Global, Eduardo Velho.13 de julho de 2013
SIMONE KAFRUNI Correio Braziliense
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