Eduardo Campos tenta acalmar e aplacar inimigos, os adversários ficam para depois. Renan sabe contar nos dedos, mas chama isso de MATEMÁTICA. Há muito tempo digo aqui: só o Brasil aumenta juros com satisfação, pensando que é solução.A emoção e o sofrimento na Comissão da Verdade.
Foi emocionante, comovente, mas improdutiva a reunião na Alerj da Comissão da Verdade. Assistir o depoimento de tantas vítimas da ditadura, revivendo muitos anos depois, tudo o que sofreram, foi realmente inacreditável.
E é tudo duplamente improdutivo, a palavra obrigatória que usei no início.
Primeiro, que é impiedoso, cruel e destruidor. Praticamente ser torturado novamente, numa repetição do que aconteceu não só com os que depunham, mas também com os que desapareceram. Eram lembrados, mais tristeza, angústia, sofrimento.
E segundo, que a Comissão da Verdade sinaliza, claramente, que não vai revogar a tão proclamada “anistia ampla, geral e irrestrita”, que só absolveu os criminosos, assassinos, torturadores. Deixam entrever que não têm poderes para isso. Ou então repetem os que tentam suavizar os que não foram nunca suaves, mas agora seriam e são beneficiados pelo fato de terem morrido.
Repetindo Bernard Shaw: “Morreram fétidos de respeitabilidade, se julgando em odor de santidade”. Nada melhor para identificar esses torturadores, os que assumiram ou os que se esconderam.
A Comissão da Verdade tem que restabelecer os fatos. Nem adianta a “justificativa” de que já morreram. Afinal, todos têm que morrer, não podem ser absolvidos, imunizados ou inocentados apenas porque o coração parou de bater. A vida, como esses crimes, não prescreve nunca.
O PRESIDENCIÁVEL AÉCIO, EM MARCHA DESALINHADA
O ex-governador de Minas finalmente dá a impressão de que será candidato mesmo. Anuncia que vai percorrer o Brasil inteiro, “para ficar mais conhecido”. Isso não basta, é perda de tempo.
Pode, e nada contra, que percorra o Brasil todo, mas nas horas vagas. Durante a caminhada para atingir ou conquistar Brasília, precisa “morar” em São Paulo. Quer dizer: não apenas no estado e na capital, mas tentando obter o apoio de Alckmin e de Serra. Sem eles não vai nem para o segundo turno, que é o objetivo quase confessado.
O PARTIDO DE DONA MARINA CHEGA AOS 500 MIL
É o primeiro passo para a candidatura. Nunca tive dúvidas de que ela atingiria o total necessário. Minha restrição, apenas em relação à propriedade ou transferência dos votos que teve em 2010, e se repetiria em 2014.
Nas pesquisas, não está correspondendo. O governador de Pernambuco, decepcionado, aparece bem abaixo dela, o que provoca desespero e quase desistência.
O ponto de referência tem de ser a votação do ex-governador Garotinho, pelo mesmo inexistente PSB: 15 milhões de votos. Longe disso não dá nem para conversar.
EDUARDO CAMPOS: SINAIS DE DESISTÊNCIA
São cada vez mais numerosos e visíveis. Desde os problemas com a própria sucessão, até a sonata e fuga dos governadores que deveriam apoiá-lo, consagrá-lo, carregá-lo até o Planalto. Dia sim e outro também, Eduardo Campos vem com a afirmação de que é candidato e não de “mentirinha” (royalties para Joaquim Barbosa).
A fala de agora: “Sou perseguido por todos os lados, inventam coisas que eu não disse, minha candidatura é irreversível”. E os governadores do Amapá, Espírito Santo e Amapá, eleitos pelo PSB? E que dizem abertamente, “não é a hora do governador”. Digamos, ele tem 10 meses para falar por falar. Depois, acabou o tempo.
Mas para fingir que continua, parte para a ofensiva de desmontar os contrários, puxa, que trabalho. Em vez de começar pelos adversários, dá prioridade aos inimigos. E escolhe logo Ciro Gomes para jantar, quem mais importante e irreversível do que esse?
ESSE É O RENAN CALHEIROS
O presidente do Senado comunicou ao Planalto que não colocaria em votação a MP que permitiria a redução das contas de luz para residências e empresas. Garantiu que, votada na Câmara na terça-feira e na outra segunda no Senado, não cumpriria os 7 dias que ele mesmo estabelecera.
E para que todos entendessem, resolveu decodificar e explicou: “Isso não é política, é matemática”. Ah! Renan, você nunca se preserva? Podiam ter dito a você, presidente do Senado (recusando proposta de um presidente da República), que MATEMÁTICA é o todo, ARITMÉTICA é a parte que trata apenas de números. Eu sei que não é fácil, Renan.
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PS – Na semana passada, escrevi aqui: “Na próxima reunião do Copom, no próximo dia 29 (ontem), não haverá espaço para alta de 0,25. Ou fica nos atuais 7,50 ou sobe 0,50 para 8% cravados”.
PS2 – Subiu 0,50 num dia de notícias inteiramente desagradáveis. O dólar subiu quase 2 por cento, a Bolsa caiu 2,50 e o PIB do tamanho da frustração que provocou.
PS3 – No trimestre, alta de 0,6 do PIB , o que surpreendeu negativamente e desagradou a todos. Esperava-se alta de 1 por cento no trimestre, o que daria, mantida a media, alta de 4 por cento no ano.
PS4 – Como no primeiro trimestre de 2012, a alta foi exatamente desse 0,6%, e no final subiu apenas 0,8%. Todos torcem ou apostam para uma não repetição.
PS5 – E o ministro Mantega, que é sempre naturalmente otimista, não foi. Já se prevê um novo “pibinho”, por enquanto, de 2,9 para 2013.
30 de maio de 2013
Helio Fernandes
Foi emocionante, comovente, mas improdutiva a reunião na Alerj da Comissão da Verdade. Assistir o depoimento de tantas vítimas da ditadura, revivendo muitos anos depois, tudo o que sofreram, foi realmente inacreditável.
E é tudo duplamente improdutivo, a palavra obrigatória que usei no início.
Primeiro, que é impiedoso, cruel e destruidor. Praticamente ser torturado novamente, numa repetição do que aconteceu não só com os que depunham, mas também com os que desapareceram. Eram lembrados, mais tristeza, angústia, sofrimento.
E segundo, que a Comissão da Verdade sinaliza, claramente, que não vai revogar a tão proclamada “anistia ampla, geral e irrestrita”, que só absolveu os criminosos, assassinos, torturadores. Deixam entrever que não têm poderes para isso. Ou então repetem os que tentam suavizar os que não foram nunca suaves, mas agora seriam e são beneficiados pelo fato de terem morrido.
Repetindo Bernard Shaw: “Morreram fétidos de respeitabilidade, se julgando em odor de santidade”. Nada melhor para identificar esses torturadores, os que assumiram ou os que se esconderam.
A Comissão da Verdade tem que restabelecer os fatos. Nem adianta a “justificativa” de que já morreram. Afinal, todos têm que morrer, não podem ser absolvidos, imunizados ou inocentados apenas porque o coração parou de bater. A vida, como esses crimes, não prescreve nunca.
O PRESIDENCIÁVEL AÉCIO, EM MARCHA DESALINHADA
O ex-governador de Minas finalmente dá a impressão de que será candidato mesmo. Anuncia que vai percorrer o Brasil inteiro, “para ficar mais conhecido”. Isso não basta, é perda de tempo.
Pode, e nada contra, que percorra o Brasil todo, mas nas horas vagas. Durante a caminhada para atingir ou conquistar Brasília, precisa “morar” em São Paulo. Quer dizer: não apenas no estado e na capital, mas tentando obter o apoio de Alckmin e de Serra. Sem eles não vai nem para o segundo turno, que é o objetivo quase confessado.
O PARTIDO DE DONA MARINA CHEGA AOS 500 MIL
É o primeiro passo para a candidatura. Nunca tive dúvidas de que ela atingiria o total necessário. Minha restrição, apenas em relação à propriedade ou transferência dos votos que teve em 2010, e se repetiria em 2014.
Nas pesquisas, não está correspondendo. O governador de Pernambuco, decepcionado, aparece bem abaixo dela, o que provoca desespero e quase desistência.
O ponto de referência tem de ser a votação do ex-governador Garotinho, pelo mesmo inexistente PSB: 15 milhões de votos. Longe disso não dá nem para conversar.
EDUARDO CAMPOS: SINAIS DE DESISTÊNCIA
São cada vez mais numerosos e visíveis. Desde os problemas com a própria sucessão, até a sonata e fuga dos governadores que deveriam apoiá-lo, consagrá-lo, carregá-lo até o Planalto. Dia sim e outro também, Eduardo Campos vem com a afirmação de que é candidato e não de “mentirinha” (royalties para Joaquim Barbosa).
A fala de agora: “Sou perseguido por todos os lados, inventam coisas que eu não disse, minha candidatura é irreversível”. E os governadores do Amapá, Espírito Santo e Amapá, eleitos pelo PSB? E que dizem abertamente, “não é a hora do governador”. Digamos, ele tem 10 meses para falar por falar. Depois, acabou o tempo.
Mas para fingir que continua, parte para a ofensiva de desmontar os contrários, puxa, que trabalho. Em vez de começar pelos adversários, dá prioridade aos inimigos. E escolhe logo Ciro Gomes para jantar, quem mais importante e irreversível do que esse?
ESSE É O RENAN CALHEIROS
O presidente do Senado comunicou ao Planalto que não colocaria em votação a MP que permitiria a redução das contas de luz para residências e empresas. Garantiu que, votada na Câmara na terça-feira e na outra segunda no Senado, não cumpriria os 7 dias que ele mesmo estabelecera.
E para que todos entendessem, resolveu decodificar e explicou: “Isso não é política, é matemática”. Ah! Renan, você nunca se preserva? Podiam ter dito a você, presidente do Senado (recusando proposta de um presidente da República), que MATEMÁTICA é o todo, ARITMÉTICA é a parte que trata apenas de números. Eu sei que não é fácil, Renan.
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PS – Na semana passada, escrevi aqui: “Na próxima reunião do Copom, no próximo dia 29 (ontem), não haverá espaço para alta de 0,25. Ou fica nos atuais 7,50 ou sobe 0,50 para 8% cravados”.
PS2 – Subiu 0,50 num dia de notícias inteiramente desagradáveis. O dólar subiu quase 2 por cento, a Bolsa caiu 2,50 e o PIB do tamanho da frustração que provocou.
PS3 – No trimestre, alta de 0,6 do PIB , o que surpreendeu negativamente e desagradou a todos. Esperava-se alta de 1 por cento no trimestre, o que daria, mantida a media, alta de 4 por cento no ano.
PS4 – Como no primeiro trimestre de 2012, a alta foi exatamente desse 0,6%, e no final subiu apenas 0,8%. Todos torcem ou apostam para uma não repetição.
PS5 – E o ministro Mantega, que é sempre naturalmente otimista, não foi. Já se prevê um novo “pibinho”, por enquanto, de 2,9 para 2013.
30 de maio de 2013
Helio Fernandes
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