Alguns leitores ainda acreditavam que a CPI do Cachoeira era “prá valer” e ia apurar alguma coisa. Outros achavam que julgar a CPI como algo predestinado a se transformar numa das maiores piadas que a política nacional já viu era “coisa da Globo”.
Mas, o que presenciamos ontem, no plenário da CPI, simplesmente corroborou o que todo mundo já sabia “bem lá no fundo”: está tudo mesmo acertado para que não se chegue a lugar algum ou, no máximo, se punam os atores já conhecidos e fartamente banhados pela grana do Cachoeira já expostos na mídia.
Não se pode levar a CPI a sério e concordar com a não convocação e com a recusa em quebrar os sigilos (fiscais, bancários e telefônicos) dos governadores e demais políticos citados diretamente pelo contraventor (durante as escutas e por filmagens) como participantes do esquema. Marconi Perillo (PSDB/GO), Agnelo Queiroz (PT/DF), Sérgio Cabral (PMDB/RJ) e os deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB/GO) e Sandes Júnior (PP/GO) estão envolvidos e enrolados nessa história nojenta até o último fio de cabelo e devem prestar esclarecimentos de suas ligações com o bicheiro.
Os casos de Sérgio Cabral e Agnelo Queiroz são os piores porque estão atuando ativamente para ficarem a margem das convocações. Um indício fortíssimo de que temem uma investigação séria. Sérgio Cabral, inclusive, não tem como explicar as ligações íntimas e extremamente “ativas” que tem com um dos principais braços do esquema que é a construtora Delta.
Ao mesmo tempo, fica muito difícil compreender como uma das maiores construtoras do país, dona de grande parte dos contratos do PAC e da Copa do Mundo, de repente se declara incompetente para executar as obras para as quais foi contratada e abandona os canteiros de obra ao “Deus dará” e para a concorrência.
Paralelamente a isso, seu principal executivo renuncia ao cargo, vende a empresa para uma outra que não tem qualquer ligação com construção (um frigorífico financiado diretamente pelo Tesouro Nacional), numa evidente operação “abafa” e de “queima de arquivo” ordenada claramente por membros ligados à quadrilha e que ocupam altos postos na República (afinal, colocaram o BNDES na festa e estão lavando o dinheiro da corrupção diretamente nos cofres do Tesouro Nacional, e isso não pode ser ordenado por um simples bicheiro).
A mensagem “sms”, enviada por Vaccarezza (PT/SP) ao governador do Rio (Sérgio Cabral), dizendo explicitamente: “A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe você é nosso e nós somos teu (sic)”. Já mostra de forma límpida e absurda o jogo sujo e asqueroso que está sendo feito fora das câmeras pelos integrantes da base aliada e pelos envolvidos no esquema.
Este senhor (Vaccarezza), aliás, sempre tem sido colocado pela direção do PT a frente da situação nos últimos escândalos em que o PT tem se envolvido. Atuou e atua como uma “eminência parda” fazendo a conexão entre os que realmente mandam no PT de hoje e os diretamente envolvidos nos escândalos que veem à tona.
Sua figura, supostamente, representa a “mão salvadora do governo” que busca tranquilizar os envolvidos e firmar os acordos visando que eles se calem agora para serem recompensados no futuro; se safem depois de bem protegidos e orientados ou simplesmente caiam calados para evitar um “mal maior” a eles mesmos (como no caso Celso Daniel).
O certo mesmo é que a CPI do Cachoeira parece muito mais com uma reunião da cúpula da “Cosa Nostra”, decidindo o que fazer para amenizar os estragos provocados pela descoberta de suas operações em determinada área, do que propriamente algo que pode ser levado a sério em matéria de investigação, apuração e punição de crimes.
Como qualquer pessoa de bom senso diria, diante do que até agora vimos, a CPI do Cachoeira é um lugar para bandido nenhum ficar com medo.
E você leitor, o que pensa disso?
19 de maio de 2012
visão panorâmica
Mas, o que presenciamos ontem, no plenário da CPI, simplesmente corroborou o que todo mundo já sabia “bem lá no fundo”: está tudo mesmo acertado para que não se chegue a lugar algum ou, no máximo, se punam os atores já conhecidos e fartamente banhados pela grana do Cachoeira já expostos na mídia.
Não se pode levar a CPI a sério e concordar com a não convocação e com a recusa em quebrar os sigilos (fiscais, bancários e telefônicos) dos governadores e demais políticos citados diretamente pelo contraventor (durante as escutas e por filmagens) como participantes do esquema. Marconi Perillo (PSDB/GO), Agnelo Queiroz (PT/DF), Sérgio Cabral (PMDB/RJ) e os deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB/GO) e Sandes Júnior (PP/GO) estão envolvidos e enrolados nessa história nojenta até o último fio de cabelo e devem prestar esclarecimentos de suas ligações com o bicheiro.
Os casos de Sérgio Cabral e Agnelo Queiroz são os piores porque estão atuando ativamente para ficarem a margem das convocações. Um indício fortíssimo de que temem uma investigação séria. Sérgio Cabral, inclusive, não tem como explicar as ligações íntimas e extremamente “ativas” que tem com um dos principais braços do esquema que é a construtora Delta.
Ao mesmo tempo, fica muito difícil compreender como uma das maiores construtoras do país, dona de grande parte dos contratos do PAC e da Copa do Mundo, de repente se declara incompetente para executar as obras para as quais foi contratada e abandona os canteiros de obra ao “Deus dará” e para a concorrência.
Paralelamente a isso, seu principal executivo renuncia ao cargo, vende a empresa para uma outra que não tem qualquer ligação com construção (um frigorífico financiado diretamente pelo Tesouro Nacional), numa evidente operação “abafa” e de “queima de arquivo” ordenada claramente por membros ligados à quadrilha e que ocupam altos postos na República (afinal, colocaram o BNDES na festa e estão lavando o dinheiro da corrupção diretamente nos cofres do Tesouro Nacional, e isso não pode ser ordenado por um simples bicheiro).
A mensagem “sms”, enviada por Vaccarezza (PT/SP) ao governador do Rio (Sérgio Cabral), dizendo explicitamente: “A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe você é nosso e nós somos teu (sic)”. Já mostra de forma límpida e absurda o jogo sujo e asqueroso que está sendo feito fora das câmeras pelos integrantes da base aliada e pelos envolvidos no esquema.
Este senhor (Vaccarezza), aliás, sempre tem sido colocado pela direção do PT a frente da situação nos últimos escândalos em que o PT tem se envolvido. Atuou e atua como uma “eminência parda” fazendo a conexão entre os que realmente mandam no PT de hoje e os diretamente envolvidos nos escândalos que veem à tona.
Sua figura, supostamente, representa a “mão salvadora do governo” que busca tranquilizar os envolvidos e firmar os acordos visando que eles se calem agora para serem recompensados no futuro; se safem depois de bem protegidos e orientados ou simplesmente caiam calados para evitar um “mal maior” a eles mesmos (como no caso Celso Daniel).
O certo mesmo é que a CPI do Cachoeira parece muito mais com uma reunião da cúpula da “Cosa Nostra”, decidindo o que fazer para amenizar os estragos provocados pela descoberta de suas operações em determinada área, do que propriamente algo que pode ser levado a sério em matéria de investigação, apuração e punição de crimes.
Como qualquer pessoa de bom senso diria, diante do que até agora vimos, a CPI do Cachoeira é um lugar para bandido nenhum ficar com medo.
E você leitor, o que pensa disso?
19 de maio de 2012
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