Petistas se reúnem na segunda para decidir se deputado continua na comissão
O flagra da demonstração de fidelidade através de torpedos enviados pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) ao governador do Rio, Sérgio Cabral, expôs o azedume cada dia mais forte nas relações entre o PT e o PMDB por causa da condução dos rumos da CPMI do Cachoeira. O escorregão provocou a ira da oposição que liga as mensagens a uma articulação do PT para proteger Cabral e a construtora Delta, e pode ocasionar a destituição do deputado petista da comissão. Na segunda-feira, os petistas se reúnem para ver o que fazer com o petista e a crise de credibilidade na CPMI.
A mensagem foi enviada no momento em que os petistas amargavam a irritação por não terem conseguido arrastar o PMDB para a dobradinha que fazem com o senador Fernando Collor (PTB-AL) para atrair um jornalista para o centro das investigações da CPMI do Cachoeira. Segundo caciques peemedebistas, o líder do partido na Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o vice presidente Michel Temer foram bombardeados com ligações e pedidos de lideranças petistas — inclusive o ex-presidente Lula — para que o PMDB ajudasse na operação.
— Henrique deixou claro que o PMDB não entraria numa briga que não é sua. O partido defende a liberdade de imprensa. O PT não engoliu — contou um dos caciques peemedebistas.
Nesta sexta-feira, Vaccarezza, por meio de nota negou a intenção de blindar o amigo Cabral, mas deixou explícito que há um tensionamento entre o PT e o PMDB, que ele atribui a fatos pontuais, sem os esclarecer. Mas, se Vaccarezza manteve o silêncio público, o mesmo não aconteceu com seus companheiros de Congresso. No PMDB, o entendimento foi de que o PT está mais interessado em proteger o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish.
— Aí não tem ninguém bobo, não! O PT diz que está blindando o Cabral, mas na verdade quer proteger é o Cavendish — disse um cacique peemedebista do grupo de Henrique e Temer.
Também irritou os petistas o comportamento de alguns peeemedebistas na votação do requerimento de quebra de sigilo da empresa Delta. Alguns, como o senador Ricardo Ferraço (ES), defenderam a investigação mais ampla da empresa.
Desde a instalação da CPI, PT e PMDB vem se estranhando. Os peemedebistas esperaram que o PT obtivesse o número de assinaturas para a instalação da CPI e queriam que a responsabilidade fosse dos petistas. Na hora de indicar os membros, os líderes nas duas Casas não escalaram os nomes mais combativos, deixando para o PT a responsabilidade das blindagens.
Por isso, ao mandar o torpedo a Cabral, Vaccarezza não escondeu sua irritação. Um peemedebista confirma que o vice-presidente Michel Temer foi comunicado da estratégia dos líderes peemedebistas de evitar o ataque frontal à imprensa, contrária à vontade do PT e que concordou. O gesto de Vaccarezza causou indignação entre a oposição e, mesmo entre os parlamentares do PT, há quem defenda que é melhor ele deixar a comissão, sob pena de espalhar as digitais do partido numa futura pizza da CPMI. Até aliados já falam que Vaccarezza deve se explicar.
— Ele criou uma confusão sem precedentes. Um membro da CPMI não deve discutir essas coisas, porque vai perdendo a credibilidade. Agora vai ter que dar explicações — disse a senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM)
O senador Pedro Taques (PDT-MT) é outro que vai cobrar esclarecimentos:
— No mínimo, ele tem de explicar. Não queremos que a CPMI seja um instrumento para proteger amiguinhos. Vou cobrar.
Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado, disse que o episódio da troca de torpedos demonstra que estão querendo esconder coisas na CPMI:
— Essa espécie de relação de amor através de torpedo joga mais luzes sobre o governador e amplia as suspeitas sobre ele. Esse cuidado todo, de blindar, pressupõe a existência de fatos que precisam ser esclarecidos.
O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), defendeu o amigo, e disse que não pretende retirá-lo da comissão.
— Não tem pedido para trocá-lo. É a opinião dele e não representa a opinião da CPMI ou da bancada — declarou Tatto, para em seguida afirmar que, por enquanto, não há por que trazer Cabral para prestar depoimento pois não há indícios da ligação do governador do Rio com Cachoeira.
Cabral informou, por meio da assessoria, que não se pronunciaria sobre as mensagens.
19 de maio de 2012
aleluia
O flagra da demonstração de fidelidade através de torpedos enviados pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) ao governador do Rio, Sérgio Cabral, expôs o azedume cada dia mais forte nas relações entre o PT e o PMDB por causa da condução dos rumos da CPMI do Cachoeira. O escorregão provocou a ira da oposição que liga as mensagens a uma articulação do PT para proteger Cabral e a construtora Delta, e pode ocasionar a destituição do deputado petista da comissão. Na segunda-feira, os petistas se reúnem para ver o que fazer com o petista e a crise de credibilidade na CPMI.
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A mensagem foi enviada no momento em que os petistas amargavam a irritação por não terem conseguido arrastar o PMDB para a dobradinha que fazem com o senador Fernando Collor (PTB-AL) para atrair um jornalista para o centro das investigações da CPMI do Cachoeira. Segundo caciques peemedebistas, o líder do partido na Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o vice presidente Michel Temer foram bombardeados com ligações e pedidos de lideranças petistas — inclusive o ex-presidente Lula — para que o PMDB ajudasse na operação.
— Henrique deixou claro que o PMDB não entraria numa briga que não é sua. O partido defende a liberdade de imprensa. O PT não engoliu — contou um dos caciques peemedebistas.
Nesta sexta-feira, Vaccarezza, por meio de nota negou a intenção de blindar o amigo Cabral, mas deixou explícito que há um tensionamento entre o PT e o PMDB, que ele atribui a fatos pontuais, sem os esclarecer. Mas, se Vaccarezza manteve o silêncio público, o mesmo não aconteceu com seus companheiros de Congresso. No PMDB, o entendimento foi de que o PT está mais interessado em proteger o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish.
— Aí não tem ninguém bobo, não! O PT diz que está blindando o Cabral, mas na verdade quer proteger é o Cavendish — disse um cacique peemedebista do grupo de Henrique e Temer.
Também irritou os petistas o comportamento de alguns peeemedebistas na votação do requerimento de quebra de sigilo da empresa Delta. Alguns, como o senador Ricardo Ferraço (ES), defenderam a investigação mais ampla da empresa.
Desde a instalação da CPI, PT e PMDB vem se estranhando. Os peemedebistas esperaram que o PT obtivesse o número de assinaturas para a instalação da CPI e queriam que a responsabilidade fosse dos petistas. Na hora de indicar os membros, os líderes nas duas Casas não escalaram os nomes mais combativos, deixando para o PT a responsabilidade das blindagens.
Por isso, ao mandar o torpedo a Cabral, Vaccarezza não escondeu sua irritação. Um peemedebista confirma que o vice-presidente Michel Temer foi comunicado da estratégia dos líderes peemedebistas de evitar o ataque frontal à imprensa, contrária à vontade do PT e que concordou. O gesto de Vaccarezza causou indignação entre a oposição e, mesmo entre os parlamentares do PT, há quem defenda que é melhor ele deixar a comissão, sob pena de espalhar as digitais do partido numa futura pizza da CPMI. Até aliados já falam que Vaccarezza deve se explicar.
— Ele criou uma confusão sem precedentes. Um membro da CPMI não deve discutir essas coisas, porque vai perdendo a credibilidade. Agora vai ter que dar explicações — disse a senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM)
O senador Pedro Taques (PDT-MT) é outro que vai cobrar esclarecimentos:
— No mínimo, ele tem de explicar. Não queremos que a CPMI seja um instrumento para proteger amiguinhos. Vou cobrar.
Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado, disse que o episódio da troca de torpedos demonstra que estão querendo esconder coisas na CPMI:
— Essa espécie de relação de amor através de torpedo joga mais luzes sobre o governador e amplia as suspeitas sobre ele. Esse cuidado todo, de blindar, pressupõe a existência de fatos que precisam ser esclarecidos.
O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), defendeu o amigo, e disse que não pretende retirá-lo da comissão.
— Não tem pedido para trocá-lo. É a opinião dele e não representa a opinião da CPMI ou da bancada — declarou Tatto, para em seguida afirmar que, por enquanto, não há por que trazer Cabral para prestar depoimento pois não há indícios da ligação do governador do Rio com Cachoeira.
Cabral informou, por meio da assessoria, que não se pronunciaria sobre as mensagens.
19 de maio de 2012
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