A quem interessar possa:
Não ha governo e oposição (salvo meia dúzia de gatos pingados negligenciáveis).
Ha nós e ha eles.
Os de dentro e os de fora do aparelho do Estado.
Os que cobram e os que pagam impostos.
Os que roubam e os que são roubados.
É este o resumo dos fatos de quinta-feira quando se deu conta ao país de que a CPMI (mista, isto é, da Câmara e do Senado, não se salvando nenhum) do Cachoeira melou antes de começar.
Foi servida a exata encomenda de Lula:
- sobre a filial de lavanderia vulgo Construtora Delta, a maior executora de obras do PAC, filho da Dilma, em todo o território nacional, "serão investigadas somente as atividades na região Centro Oeste";
- o "nosso" Fernando Cavendish, dono da dita cuja até o momento da troca de ladrões pelos da lavanderia matriz, vulgo J & F Holding, não será investigado e continua tendo direito ao seu sigilo bancário e telefônico;
- sendo assim, em nome da isonomia, também os governadores ficam, por enquanto, fora da investigação, exceto o "deles" Marconi Perillo (e Demostenes Torres) que será "pego na curva" da "investigação" da Delta no Centro Oeste;
- fica por definir se o Distrito Federal do "nosso" governador Agnelo Queiroz (PT - DF), submete-se à sua localização para efeito dessa investigação ou se será declarada geograficamente neutra;
- para o "nosso" incubador de lavanderias Sergio Cabral (PMDB - RJ) fica valendo a garantia dada pelo ex-lider do PT no Congresso Nacional Candido Vaccarezza (PT - SP) que se pode ler acima;
- finalmente o "nosso" Fernando Collor de Mello também não vira a CPMI por enquanto contra os denunciadores de ladrões; mas ainda ha esperança, dependendo da reação da opinião publica à tentativa de golpe de quinta-feira.
Tudo isso estava acontecendo no mesmo momento em que dona Dilma derramava lágrimas de fervor republicano ao instalar a "nossa" Comissão da Verdade com palavras que, como todo discurso que ela profere, nada têm a ver com a realidade das práticas do seu governo.
Igualmente à la Lula diante do Mensalão o "nosso" relator da CPMI, Odair Cunha (PT - MG), pontuava assim a proclamação das decisões acima:
"Nenhuma pessoa que foi corrompida ou cooptada pela organização criminosa do Cachoeira será blindada, seja jornalista, deputado, senador, governador, empresário, polícia, procurador ou juiz".
Mais para a frente, é de se prever, os "nossos" historiadores do partido tratarão de fazer com que esses fatos e palavras passem - verdadeira e definitivamente - a corresponder uns aos outros.
O obra de Lula chega à sua plenitude!
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