"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 28 de maio de 2012

O BRAVATEIRO MALVADO

Luiz Inácio Lula da Silva, como disse Brizola num momento de rara lucidez: “Não foi nem um bom torneiro mecânico”.

Depois revelou-se um péssimo e desonesto governante, um mau companheiro, e agora se vê que também foi um maléfico conselheiro.

No discurso de Natal em 22/12/2008, num daqueles seus arroubos inconseqüentes, afirmou que a situação econômica do Brasil em meio à crise financeira global era invejável e disse a população brasileira:

“não tenha medo de consumir… se tem um dinheirinho no bolso ou recebeu o décimo terceiro, e está querendo comprar uma geladeira, um fogão ou trocar de carro, não frustre seu sonho, com medo do futuro” – e acrescentou- “Se você não comprar, o comércio não vende. E se a loja não vender, não fará novas encomendas à fábrica. E aí a fábrica produzirá menos e, a médio prazo, o seu emprego poderá estar em risco"


Todavia, os infelizes que acreditaram nessa bravata, sifu. Com a facilidade de crédito, ingressou no mercado de consumo quem nunca tinha comprado a prazo. Além de não estar acostumado com o crédito, esse consumidor tem uma demanda reprimida por bens duráveis.

Nos últimos quatro anos, a expansão do crédito, com a entrada de novos consumidores, garantiu um crescimento robusto da economia. Mas, desde meados de 2011, o ritmo de concessão esfriou, à medida que a inadimplência crescia.
Em abril, o calote atingiu o recorde de 7,6%.

Assim, quase um quarto das famílias se endividou mais do que deveria e foi obrigado a reduzir o padrão de vida ou a dar calote.
Um estudo da consultoria MB Associados, com base na Pesquisa de Orçamento das Famílias (POF), do IBGE, mostra que 14,1 milhões de famílias comprometeram mais de 30% da renda mensal com dívidas. A maior parte dos super-endividados que seguiram a falácia do bravateiro Lula, está na fatia menos favorecida da população: 5,8 milhões na classe C e 6,6 milhões nas classes D e, malvadamente, foram abandonados e estão falando sozinhos.

28 de maio de 2012
Giulio Sanmartini
(*) Texto de apoio: Raquel Landim e Márcia De Chiara.

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