Como se sabe, até agora o presidente Lula nada falou sobre as denúncias do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Seus assessores apenas disseram que os jornalistas deviam é procurar Mendes, para que confirmasse as acusações. E eles o fizeram.
O ministro Gilmar Mendes já confirmou a veracidade das denúncias que fez à revista Veja deste fim de semana. Mendes reafirmou que esteve no escritório de Nelson Jobim e foi pressionado pelo ex-presidente Lula para adiar o julgamento do Mensalão, com ameaças veladas sobre sua convocação pela CPI do Cachoeira, para falar de um encontro que teria havido entre ele e o senador Demóstenes Torres (sem partido), em Berlim, na Alemanha, no ano passado.
Por sua vez, Nelson Jobim já admitiu que armou o encontro e que foi ele quem motivou a conversão sobre o Mensalão.
Hoje, Mendes ainda não foi encontrado para dar declarações porque viajou para Manaus amanhã, onde fará uma palestra sobre a jurisprudência da Corte Suprema. A todos os jornalistas que o procuram, Gilmar Mendes confirma o encontro e diz que poderia ser convocado na CPI, mas não toparia qualquer manobra para adiar o julgamento do Mensalão, previsto para os próximos meses.
A palestra do ministro Gilmar Mendes está sendo coordenada pelo juiz Victor Liuzzi Gomes. Será as 19 horas, no auditório da Escola da Magistratura, no Fórum Henoch Reis, na capital amazonense. O sucesso já está garantido.
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MARCO AURÉLIO PROTESTA
Em entrevista ao repórter Felipe Seligman, da Folha, o ministro d Marco Aurélio Mello afirma que nunca deveria ter ocorrido o encontro em que o colega Gilmar Mendes disse ter recebido do ex-presidente Lula pedido para adiar o julgamento do Mensalão. “Está tudo errado”, desbafou.
Reprodução de foto de Sergio Lima, da Folha
FOLHA – Como o sr. avalia esse encontro do ministro Gilmar Mendes com o ex-presidente Lula e o pedido de adiar o julgamento?
MARCO AURÉLIO MELLO – Está tudo errado. É o tipo de acontecimento que não se coaduna com a liturgia do Supremo Tribunal Federal, nem de um ex-presidente da República ou de um ex-presidente do tribunal, caso o Nelson Jobim tenha de fato participado disso.
Interfere no funcionamento da Corte?
Precisamos compreender uma coisa: ministro do Supremo não é cooptável. No dia em que for, teremos que fechar o Brasil para balanço
O sr. acha que o Mensalão pode ser, de fato, adiado por pressões políticas?
Se eu fosse advogado de algum acusado estaria muito chateado com a situação. Pois parece um gol contra. Mas como julgador, continuo no mesmo patamar de isenção. Nada repercute. É o que eu tenho dito. Esse é um processo como tantos outros. Quando for liberado, será julgado. O que me preocupa é outra questão. Se tem gente que pensa que, diante de um ministro do Supremo, que é o órgão máximo do Judiciário, é capaz de interferir, interceder, influenciar, imagina o que deve acontecer com um juiz de primeira instância.
O ministro Gilmar Mendes já confirmou a veracidade das denúncias que fez à revista Veja deste fim de semana. Mendes reafirmou que esteve no escritório de Nelson Jobim e foi pressionado pelo ex-presidente Lula para adiar o julgamento do Mensalão, com ameaças veladas sobre sua convocação pela CPI do Cachoeira, para falar de um encontro que teria havido entre ele e o senador Demóstenes Torres (sem partido), em Berlim, na Alemanha, no ano passado.
Por sua vez, Nelson Jobim já admitiu que armou o encontro e que foi ele quem motivou a conversão sobre o Mensalão.
Hoje, Mendes ainda não foi encontrado para dar declarações porque viajou para Manaus amanhã, onde fará uma palestra sobre a jurisprudência da Corte Suprema. A todos os jornalistas que o procuram, Gilmar Mendes confirma o encontro e diz que poderia ser convocado na CPI, mas não toparia qualquer manobra para adiar o julgamento do Mensalão, previsto para os próximos meses.
A palestra do ministro Gilmar Mendes está sendo coordenada pelo juiz Victor Liuzzi Gomes. Será as 19 horas, no auditório da Escola da Magistratura, no Fórum Henoch Reis, na capital amazonense. O sucesso já está garantido.
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MARCO AURÉLIO PROTESTA
Em entrevista ao repórter Felipe Seligman, da Folha, o ministro d Marco Aurélio Mello afirma que nunca deveria ter ocorrido o encontro em que o colega Gilmar Mendes disse ter recebido do ex-presidente Lula pedido para adiar o julgamento do Mensalão. “Está tudo errado”, desbafou.
Reprodução de foto de Sergio Lima, da Folha
FOLHA – Como o sr. avalia esse encontro do ministro Gilmar Mendes com o ex-presidente Lula e o pedido de adiar o julgamento?
MARCO AURÉLIO MELLO – Está tudo errado. É o tipo de acontecimento que não se coaduna com a liturgia do Supremo Tribunal Federal, nem de um ex-presidente da República ou de um ex-presidente do tribunal, caso o Nelson Jobim tenha de fato participado disso.
Interfere no funcionamento da Corte?
Precisamos compreender uma coisa: ministro do Supremo não é cooptável. No dia em que for, teremos que fechar o Brasil para balanço
O sr. acha que o Mensalão pode ser, de fato, adiado por pressões políticas?
Se eu fosse advogado de algum acusado estaria muito chateado com a situação. Pois parece um gol contra. Mas como julgador, continuo no mesmo patamar de isenção. Nada repercute. É o que eu tenho dito. Esse é um processo como tantos outros. Quando for liberado, será julgado. O que me preocupa é outra questão. Se tem gente que pensa que, diante de um ministro do Supremo, que é o órgão máximo do Judiciário, é capaz de interferir, interceder, influenciar, imagina o que deve acontecer com um juiz de primeira instância.
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