"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 5 de maio de 2012

REDE BRITÂNICA DE SUPERMERCADOS ADERE A BOICOTE A PRODUTOS ISRAELENSES

A quinta maior rede de supermercados britânica, a Co-op, anunciou a suspensão de acordos com quatro empresas exportadoras de alimentos de Israel, devido à “cumplicidade na violação de direitos humanos dos palestinos”.
Com a decisão, a Co-op engrossa a lista de companhias europeias que boicotam produtos israelenses. Entre elas está a empresa ferroviária alemã Deutsche Bahn, que suspendeu sua participação na construção de uma linha de trens de Tel Aviv a Jerusalém, que passaria em um trecho dos territórios ocupados na Cisjordânia. Segundo a empresa, o projeto era problemático, “com um potencial de violar leis internacionais”.

Já o banco holandês ASN suspendeu seu investimento na empresa francesa Veolia, devido ao envolvimento da companhia na construção do bonde de Jerusalém, que passa pela parte oriental da cidade, ocupada em 1967. O banco alega que seus critérios de alocação de recursos respeitam as resoluções da ONU que mantêm a parte árabe de Jerusalém como território ocupado.
O banco e a Deutsche Bahn aderiram ao boicote após intensa campanha do BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), um movimento criado em 2005 por ONGs palestinas com o objetivo de exercer pressão internacional sobre Israel.

O movimento obteve apoio de sindicatos de trabalhadores e de ONGs na maioria dos países europeus e também nos Estados Unidos, África do Sul e Austrália.
A campanha pelo boicote a produtos dos assentamentos também conta com o apoio de grupos israelenses de esquerda. No ano passado o parlamento de Israel aprovou uma lei criminalizando a campanha pelo boicote e, segundo a lei, os grupos que o apoiarem poderão ser processados e multados.

As quatro empresas que passaram a ser boicotadas pela rede britânica Co-op são Agrexco, Arava, Adafresh e Mehadrin, que exportam alimentos produzidos tanto em Israel como nos assentamentos israelenses ilegais existentes nos territórios palestinos na Cisjordânia ocupados por Israel.

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ISRAEL SE DEFENDE

Do ponto de vista do governo israelense não há diferença entre o boicote a produtos fabricados nos territórios ocupados e o boicote geral a Israel.

“A verdade é que eles boicotam Israel, os assentamentos são apenas um pretexto”, disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Yigal Palmor, à BBC Brasil.

Segundo o porta-voz, o movimento BDS está por trás disso. “O objetivo do BDS é boicotar Israel e os israelenses de maneira generalizada e quem boicota pessoas por causa de sua cidadania é racista”, disse Palmor, acrescentando: “Trata-se de um boicote geral, tanto econômico, como cultural e acadêmico”.

05 de maio de 2012

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