Jogo de cena – O apego ao poder leva algumas pessoas a atitudes inexplicáveis. É o caso do presidente Hugo Chávez, da Venezuela, que faz mistério sobre o tipo de câncer que o obriga a cirurgias e sessões de quimioterapia e radioterapia em Cuba.
A decisão por se tratar em Havana, deixando de lado a possibilidade de ser atendido por médicos do Hospital Sírio-Libanês, coloca mais luz sobre uma polêmica que cresce a cada dia. A necessidade de se manter como candidato à reeleição tem levado o tiranete Chávez a falar na primeira pessoal do plural quando se refere à misteriosa doença e ao tratamento a que vem se submetendo. Como se o povo venezuelano, diuturnamente vilipendiado em seus direito básicos, também sofresse de câncer.
O tratamento contra um tumor maligno na região pélvica teria provocado em Chávez consequências muito piores do que as até agora anunciadas pelo Palácio Miraflores, sede do Executivo venezuelano. Na coluna RunRun.es, o jornalista venezuelano Nelson Bocaranda informa que o tratamento radioterápico teria provocado uma fratura no fêmur de Chávez, que deve abandonar esse tipo de procedimento.
Bocaranda escreveu que “mais do que a enfermidade, que se espalha, o que mais o afeta é afundar em uma depressão acompanhada de dores provocadas por lesões orgânicas e especialmente nos ossos do quadril”. De acordo com o jornalista, o presidente venezuelano deverá, de agora em diante, se submeter a tratamento psicológico para enfrentar os desdobramentos da doença que continua sendo mantida sob sigilo, uma vez que “o milagre” a que se referiu o ditador bolivariano, recentemente, não se consume.
Em sua recente viagem a Cuba, em 1º de maio, Chávez posou para uma foto ao lado de Raúl Castro, imagem que foi considerada resultado de encenação, pois o mandatário venezuelano já estaria fazendo uso de bengala e cadeira de rodas. Na foto é fácil perceber que enquanto Chávez parece caminhar com dificuldade, o ditador cubano avança com desenvoltura e tentando puxar o colega da Venezuela.
Os brasileiros conhecem bem esse artifício, pois por ocasião da doença de Tancredo de Almeida Neves prática idêntica foi adotada para ludibriar a opinião pública e evitar uma rebelião na caserna, que depois de longos anos de ditadura militar havia decidido deixar o poder.
O mistério que recobre a doença de Hugo Chávez sugere que algo mais complexo existe por trás das notícias divulgadas pelo governo da Venezuela. No caso da não reeleição de Chávez – aqui não fazemos referência à sua morte – a lufada esquerdista que sopra na América Latina obrigaria o governo do PT a assumir o comando do movimento que tem a ilha caribenha de Cuba como catedral ideológica.
Com o eventual falecimento de Chávez, muitos dos governantes sul-americanos terão problemas sérios pela frente. A começar pelo presidente-cocalero Evo Morales, da Bolívia.
05 de maio de 2012
ucho.info
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