"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 23 de junho de 2012

O SUMIÇO DO VÍDEO MOSTROU QUE, PARA DILMA, FALAR INGLÊS É FALAR BRASILEIRO SÍLABA POR SÍLABA

 

A presidente Dilma Rousseff anuncia à plateia a próxima atração da Rio+20: um vídeo “com uma mensagem da Estação Espacial Internacional, cortesia da NASA, Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço”, recita com um papel na mão.
Olha para a direita. O vídeo não aparece. Olha para a esquerda. Nada. Olha para a frente e para baixo. Coça os dois lados do rosto, logo abaixo das pálpebras. Confere outra vez. O vídeo continua sumido. Olha desconfiada para Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, sentado à sua direita.

A cara de brava avisa que vai dar um pito no companheiro sul-coreano. Ou pelo menos chamá-lo de “meu querido”. Resolve dar uma última chance a Ki-moon. “E o vídeo?”, pergunta. O tom de voz é parecido com o que fazia José Sérgio Gabrielli chorar.
A expressão confusa do visitante informa que o suspeito não entende coisa alguma em português, nem imagina o que enfureceu a presidente do Brasil. Então, Dilma decide interrogá-lo em inglês: “VI-DE-Ô”. Para sorte do desavisado forasteiro, o vídeo aparece antes que a inquisidora parta para as vias de fato.

O vídeo sobre o sumiço do vídeo comprova que, para o neurônio solitário, falar inglês é falar brasileiro sílaba por sílaba.



23 de junho de 2012
Augusto Nunes

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