"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 11 de julho de 2012

ACREDITE SE QUISER: NA CASSAÇÃO DE DEMÓSTENES, 19 DENADORES FORAM CONTRA E CINCO SE ABSTIVERAM

Conforme se previa, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) teve seu mandato cassado após votação secreta realizada nesta quarta-feira no Senado. O mais interessante e revelador foi o placar: 56 senadores votaram a favor da cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar, 19 votaram contra e houve cinco abstenções.

Seria importante saber quem votou contra, quem se abasteve e que foi a favor, mas deixemos isso para lá, porque a quadrilha é grande e poderosa. Demostenes teve o mandato cassado por conta da sua relação com o contraventor Carlinhos Cachoeira, com quem muitos políticos e gestores da administração pública também se relacionavam. Náo é o único corrupto no Congresso e não será o último, muito pelo contrário. O que não falta por lá é político picareta.

É a segunda vez na história do Senado que ocorre uma cassação de mandato – a primeira foi a de Luiz Estevão (PMDB-DF), em junho de 2000. Com a decisão desta tarde, Demóstenes Torres não poderá disputar eleições até 2027. Durante a defesa, Demóstenes alegou inocência, dizendo que era vítima de boatos divulgados pela imprensa, e que estava sendo tratado como um “cão sarnento”.

- Não se julga com adjetivação, e sim com os fatos. Chamar uma mulher de vagabunda a marca o resto da vida. Como ela vai provar sua inocência? Aqui, me defendi de várias adjetivações. Mas fui chamado de desonesto, com dupla personalidade, que coloquei meu mandato em disposição de uma quadrilha. Então, qualquer código exige que um fato deva ser devidamente explicitado. É o que se chama no direito de fato típico. (…) Eu provei, aqui, que sou inocente – disse.

Agora, ele volta a ser procurador do Estado de Goiás e vai acumular os vencimentos com a aposentadoria a que faz jus como senador da República. Nada mal.

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