"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 11 de julho de 2012

"DELÚBIO É O MACARRÃO DOS MENSALEIROS"

Na reportagem sobre o assassinato de Eliza Samudio, ocorrido em 2010, VEJA divulgou neste fim de semana uma carta endereçada pelo ex-goleiro Bruno a Luiz Henrique Romão, o amigo com quem tramou a execução da ex-namorada e mãe de seu filho. No manuscrito, Bruno propõe a “Maka” o que chama de Plano B, concebido em parceria com o advogado: para inocentar o remetente, o destinatário deveria esquecer o que já disse e afirmar que fez tudo sozinho, à revelia do atleta engaiolado.

Há duas semanas, uma reportagem do Estadão revelou que, com a colaboração dos clientes, os advogados de José Dirceu e José Genoíno arquitetaram uma jogada parecida com a sugerida na carta do algoz de Eliza Samudio. Nesse plano B dos mensaleiros, o papel de Macarrão caberia a Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e da quadrilha que executou a grande roubalheira descoberta há sete anos. Caso sustente que fez tudo sozinho, acreditam os pais da ideia, Delúbio poderá salvar a pele dos demais quadrilheiros.

Se a carta de Bruno tivesse chegado às mãos do parceiro, a proposta dificilmente seria recusada. Os dois são ligados por laços que ultrapassam a solidariedade entre cúmplices, informa a tatuagem que enfeita as costas de Macarrão desde o dia em que, a pedido do amigo, sequestrou a condenada à morte: “Bruno e Maka. A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir. Amor verdadeiro”.

Sempre disposto a curvar-se ao partido, especialmente aos apelos formulados pelos cardeais da seita lulopetista, também Delúbio não se furtará a mais um sacrifício. Ele já salvou a pele dos companheiros recorrendo ao silêncio: sabe tudo, mas jamais contou a verdade. Por que não manter a turma longe da cadeia usando a voz para contar mentiras? O tempo de gaiola não serã tão lo

Falta saber quem terá o nome tatuado nas costas de Delúbio. Dirceu? Genoíno? Lula? Os três? Para evitar a propagação de boatos constrangedores até para meliantes irrecuperáveis, é melhor que a declaração de amor verdadeiro do Maka do mensalão seja destinada não a um dos integrantes da trinca, mas a todos os militantes do PT.

11 de julho de 2012
Augusto Nunes 

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