O que tem chamado mais minha atenção na politica econômica do governo federal atual é a semelhança com a politica dos militares, em especial a do governo Geisel, com a implantação atual paulatina e permanente de manufaturados produzidos todos no Brasil. Mas isto é nacionalismo, meu deus! Ou melhor, nacionalismo tupiniquim.
Em uma época de globalização e abertura, o Brasil a cada dia parece mais e mais voltado a um nacionalismo anacrônico.
Que coisa! E o melhor exemplo desse nacionalismo pode ser visto na interferência, na ingerência do governo na Petrobrás.
Com isso em vez de permitir que a empresa viva uma politica de mercado, passa a ser regida pela politica econômica do governo. De que forma, perguntarás?
Pois bem, a gasolina não sobe de preço, mas pela lei de mercado deveria. E não sobe porque a Petrobrás está fazendo a politica do governo. O governo retirou o imposto CIDE dos distribuidores de combustíveis, mas o valor pago pelos postos as distribuidoras continua o mesmo. Ora, quem ganhou com essa engenharia foram os distribuidores, mas a sociedade nada ganhou.
Seria de supor que com a redução do imposto (como ocorre nos automóveis e com os produtos de linha branca) houvesse um barateamento da gasolina para a sociedade, mas não houve.
Bom, agora a explicação mais técnica (e menos politica) e verdadeira. O prejuízo da Petrobrás está refletindo nas Bolsas. Em 24 horas as ações da Petrobrás caíram o que lhe rendeu um prejuízo de mais de 22 bilhões de dólares.
Você que me acompanhou até aqui pode pensar: “e eu com isso? O que me importa se a Petrobrás perdeu dinheiro ou não? Importa é que eu não pague gasolina cara”. Ok, isso do ponto de vista politico é bom para o governo porque rende votos. Mas em compensação (e ai você leitor não quer saber, mas deveria) os investimentos que deveriam ser feitos no país, investimentos nacionais e estrangeiros, não estão sendo feitos.
A prova é de que o governo que previa um crescimento para o país este ano da ordem 4,5% do PIB, hoje já admite que não crescerá 2,5% ao ano. Posso lhe dar outro dado comparativo interessante: Um país (que está deixando de lado o nacionalismo e o comunismo) que é a China investe hoje 40% do PIB, já o nosso com essa politica do governo de intervir no mercado e nas empresas, os recursos financeiros não estão sendo suficientes para gerar um desenvolvimento com índices mais altos. Investimos apenas 19% do PIB.
No Brasil hoje, praticamente todos os carros fabricados são do tipo Flex (gasolina e álcool), mas o álcool só seria viável se fosse no mínimo 30% mais barato que a gasolina. Como o governo está sustentando artificialmente os preços da gasolina, tem deixado as usinas de álcool sem poder de concorrência e muitas já estão ameaçando fechar como aconteceu no tempo dos militares com o Proálcool.
Sinceramente nunca esperei vivenciar no país uma politica econômica tão semelhante como a praticada pelo PT com a politica econômica dos militares depois que tomaram o poder em 1964. PT e militares nunca estiveram tão afinados e parecidos. PT e militares ou Dilma-Geisel. Como diz um amigo com extremo senso de humor, a única mudança no Brasil é a permanência.
Laurence Bittencourt
11 de julho de 2012
(*) Fotomontagem: Ernesto Geisel e Dilma Rousseff
Em uma época de globalização e abertura, o Brasil a cada dia parece mais e mais voltado a um nacionalismo anacrônico.
Que coisa! E o melhor exemplo desse nacionalismo pode ser visto na interferência, na ingerência do governo na Petrobrás.
Com isso em vez de permitir que a empresa viva uma politica de mercado, passa a ser regida pela politica econômica do governo. De que forma, perguntarás?
Pois bem, a gasolina não sobe de preço, mas pela lei de mercado deveria. E não sobe porque a Petrobrás está fazendo a politica do governo. O governo retirou o imposto CIDE dos distribuidores de combustíveis, mas o valor pago pelos postos as distribuidoras continua o mesmo. Ora, quem ganhou com essa engenharia foram os distribuidores, mas a sociedade nada ganhou.
Seria de supor que com a redução do imposto (como ocorre nos automóveis e com os produtos de linha branca) houvesse um barateamento da gasolina para a sociedade, mas não houve.
Você que me acompanhou até aqui pode pensar: “e eu com isso? O que me importa se a Petrobrás perdeu dinheiro ou não? Importa é que eu não pague gasolina cara”. Ok, isso do ponto de vista politico é bom para o governo porque rende votos. Mas em compensação (e ai você leitor não quer saber, mas deveria) os investimentos que deveriam ser feitos no país, investimentos nacionais e estrangeiros, não estão sendo feitos.
A prova é de que o governo que previa um crescimento para o país este ano da ordem 4,5% do PIB, hoje já admite que não crescerá 2,5% ao ano. Posso lhe dar outro dado comparativo interessante: Um país (que está deixando de lado o nacionalismo e o comunismo) que é a China investe hoje 40% do PIB, já o nosso com essa politica do governo de intervir no mercado e nas empresas, os recursos financeiros não estão sendo suficientes para gerar um desenvolvimento com índices mais altos. Investimos apenas 19% do PIB.
No Brasil hoje, praticamente todos os carros fabricados são do tipo Flex (gasolina e álcool), mas o álcool só seria viável se fosse no mínimo 30% mais barato que a gasolina. Como o governo está sustentando artificialmente os preços da gasolina, tem deixado as usinas de álcool sem poder de concorrência e muitas já estão ameaçando fechar como aconteceu no tempo dos militares com o Proálcool.
Sinceramente nunca esperei vivenciar no país uma politica econômica tão semelhante como a praticada pelo PT com a politica econômica dos militares depois que tomaram o poder em 1964. PT e militares nunca estiveram tão afinados e parecidos. PT e militares ou Dilma-Geisel. Como diz um amigo com extremo senso de humor, a única mudança no Brasil é a permanência.
Laurence Bittencourt
11 de julho de 2012
(*) Fotomontagem: Ernesto Geisel e Dilma Rousseff
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