O governo de Evo Morales se nega a investigar denúncias reveladas por VEJA
Nas últimas linhas da reportagem de VEJA sobre a visita do ministro da Presidência da Bolívia Juan Ramón Quintana e da ex-miss e diretora da Agência para o Desenvolvimento das Macrorregiões e Zonas Fronteiriças em Beni, Jéssica Jordan, à casa do narcotraficante brasileiro Maximiliano Dorado, em Santa Cruz de la Sierra, no dia 18 de novembro de 2010 (“A República da cocaína”, 11 de julho), afirma-se que o presidente Evo Morales tem sistematicamente ignorado as denúncias feitas contra membros de seu governo.
Ele se nega a investigá-las. “Em vez disso, tenta-se punir os mensageiros”, lia-se na reportagem de VEJA. Dito e feito. Na semana passada, a cúpula boliviana, liderada por Quintana, reagiu à reportagem com ameaças de processo judicial.
Nenhuma palavra de Morales, é claro, sobre averiguar os fatos descritos no relatório da unidade de inteligência da polícia boliviana, cujo conteúdo foi revelado por VEJA. Jéssica, que segundo os agentes bolivianos acompanhou Quintana no encontro com Dorado, disse que estava em outro lugar no momento da reunião, sem dar detalhes. Nenhuma das revelações foi desmontada. Na semana passada, veículos de imprensa e políticos bolivianos validaram muitas delas.
Na terça-feira 10, o jornal El Día, de Santa Cruz de la Sierra, e a Rádio Fides bateram à porta do imóvel apontado como sendo a casa do brasileiro Max.
Ao consultarem a Força Especial de Luta contra o Narcotráfico (FELCN), que cuida do local, descobriram que o endereço era mesmo do traficante.
No mesmo dia, deputados indígenas pediram explicações ao governo, e o senador Bernard Gutiérrez declarou que ele e o colega Roger Pinto, atualmente refugiado na embaixada brasileira em La Paz, entregaram em 2011 o relatório citado por VEJA ao presidente boliviano Evo Morales.
Pinto depois foi acusado de liderar uma conspiração contra Morales, apesar de o documento ter saído de dentro do próprio governo e do partido do presidente, o MAS. Na quarta-feira passada, Morales e Quintana anunciaram a substituição de seu embaixador em Brasília.
Quem assumirá é o socialista Jerjes Justiniano, um ex-reitor de universidade sem experiência diplomática.
Segundo o próprio, sua primeira tarefa será “sentar a mão” em VEJA. Muito sutil, embaixador.
14 de julho de 2012
Transparência - o deputado Adrián Oliva mostra edição de VEJA e pede investigação, em La Paz (ANF)
Ele se nega a investigá-las. “Em vez disso, tenta-se punir os mensageiros”, lia-se na reportagem de VEJA. Dito e feito. Na semana passada, a cúpula boliviana, liderada por Quintana, reagiu à reportagem com ameaças de processo judicial.
Nenhuma palavra de Morales, é claro, sobre averiguar os fatos descritos no relatório da unidade de inteligência da polícia boliviana, cujo conteúdo foi revelado por VEJA. Jéssica, que segundo os agentes bolivianos acompanhou Quintana no encontro com Dorado, disse que estava em outro lugar no momento da reunião, sem dar detalhes. Nenhuma das revelações foi desmontada. Na semana passada, veículos de imprensa e políticos bolivianos validaram muitas delas.
Na terça-feira 10, o jornal El Día, de Santa Cruz de la Sierra, e a Rádio Fides bateram à porta do imóvel apontado como sendo a casa do brasileiro Max.
Ao consultarem a Força Especial de Luta contra o Narcotráfico (FELCN), que cuida do local, descobriram que o endereço era mesmo do traficante.
No mesmo dia, deputados indígenas pediram explicações ao governo, e o senador Bernard Gutiérrez declarou que ele e o colega Roger Pinto, atualmente refugiado na embaixada brasileira em La Paz, entregaram em 2011 o relatório citado por VEJA ao presidente boliviano Evo Morales.
Pinto depois foi acusado de liderar uma conspiração contra Morales, apesar de o documento ter saído de dentro do próprio governo e do partido do presidente, o MAS. Na quarta-feira passada, Morales e Quintana anunciaram a substituição de seu embaixador em Brasília.
Quem assumirá é o socialista Jerjes Justiniano, um ex-reitor de universidade sem experiência diplomática.
Segundo o próprio, sua primeira tarefa será “sentar a mão” em VEJA. Muito sutil, embaixador.
14 de julho de 2012
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