A precisa cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres rendeu-me uma quase obrigação de comparar os perfis e as trajetórias de Elizabeth Alexandra Mary, a Elizabeth II, e de Luiz Inácio da Silva, o magnânimo Lula.
Discreta, apesar do pomposo status, Elizabeth tem certeza que reina na Grã-Bretanha. Messiânico, Lula acha que é o rei do universo. Na terra da pontualidade e do verdadeiro scotch, canta-se “Deus salve a Rainha”. No território da cachaça e do jeitinho, Lula acha que é Deus e não salva ninguém. Elizabeth é uma pessoa culta, Lula, um apedeuta avesso à leitura.
É difícil imaginar, nos dias atuais, um povo vivendo sob a batuta sempre cadenciada da realeza. Há setenta anos reinando absoluta, Elizabeth tem seus méritos. De igual maneira é difícil imaginar uma democracia sendo preparada para estrear como ditadura. Há dez anos patrocinando a bandalheira nacional, Lula tem um reino de culpa.
Na realeza o sangue azul é figura de retórica. Mesmo com títulos e coroas, todos são reles mortais. Na cleptocracia verde-loura a canalhice é fava contada. Mesmo sendo reles em todos os quesitos, os “lulodependentes” são de morte.
Na realeza britânica os escândalos familiares causam constrangimentos à Rainha Elizabeth. Na barafunda petista os gatunos aprontam e Dom Lula I diz que de nada sabia. No reino de Elizabeth o príncipe herdeiro sonha em ser o absorvente íntimo da mulher, no feudo de Lula os aloprados colocam dinheiro na cueca.
Manter uma rainha e seus herdeiros não é barato, financiar um bando cujo chefe vive como rei custa muito caro. Elizabeth sabe o seu papel, Lula é o próprio papelão.
Com a concordância dos súditos, Elizabeth tem seus palácios. Com a discordância dos paulistanos, Lula ganhou um terreno para o seu instituto. Elizabeth vive às custas do reino que herdou, Lula, às custas das reinações que protagonizou.
Elizabeth é chefe de Estado, Lula foi acusado de ser chefe de quadrilha. Elizabeth se preserva, Lula se acha. Elizabeth toma chá, Lula, aquela água que passarinho não bebe.
Elizabeth é imperatriz, Lula é imperioso. Elizabeth é eclética, Lula é profético. Elizabeth é contida, Lula é fanfarrão. Elizabeth não representa o governo, Lula é sinônimo de desgoverno. Elizabeth é figurante, Lula é farsante.
Os herdeiros de Elizabeth falam com qualquer um. Os herdeiros de Lula são adeptos do “você sabe com quem está falando?”.
Elizabeth foi a figura central da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres. Lula foi a figura central da abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio. Elizabeth foi aplaudida no Estádio Olímpico de Londres. Lula foi vaiado no Maracanã. Os súditos de Elizabeth sabem o que fizeram. Os enganados por Lula também.
Elizabeth tem Deus que a salva, pelo menos no hino. Lula, uma legião que torce para que o diabo o carregue.
Lula não é Elizabeth, para a sorte da Rainha.
Ucho Haddad
27 de julho de 2012
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