O candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, não sai
às ruas para fazer campanha sem ser abordado com perguntas sobre a aliança com o
ex-prefeito e deputado federal Paulo Maluf (PP), firmada na presença do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O acolhimento de uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) pela Justiça Federal em São Paulo sobre desvios de recursos públicos na gestão do então prefeito Maluf (1993-1996) e do já falecido Celso Pitta (1997-2000) pode apimentar ainda mais a polêmica em torno da aliança.
A denúncia, acatada na última segunda-feira, refere-se a construção da
antiga Avenida Água Espraiada, rebatizada de Jornalista Roberto Marinho. Segundo
o MP, a obra foi superfaturada e os recursos desviados foram convertidos em
dólares pelas empreiteiras Mendes Júnior e OAS e entregues a Maluf, Pitta e ao
ex-presidente da extinta Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) Reynaldo
Egydio de Barros.
Ainda de acordo com o MP, o dinheiro, não declarado à Receita Federal, foi depositado em contas no exterior, que configura crime de lavagem de dinheiro. No total, 11 pessoas foram acusadas. A assessoria da empreiteira Mendes Júnior informou que %u201Cnão é parte no processo e, portanto, não vai se manifestar%u201D. Já a OAS não retornou a ligação da reportagem.
A ação criminal é um desmembramento do processo penal que tramita no
Supremo Tribunal Federal contra Maluf por lavagem de dinheiro, formação de
quadrilha e organização criminosa, evasão de divisas e crime contra a
administração pública. Haddad já havia sido questionado sobre denúncia, no
último dia 13, após realizar uma passeata.
Na ocasião, Haddad defendeu as investigações e a possível devolução da verba desviada. %u201C.
Se ficarem comprovadas as suspeitas, é recurso de São Paulo, não tem o que discutir.%u201D.
Correio Braziliense (DF)
LARISSA LEITE
27 de julho de 2012
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