Depois, dizem que é má vontade. Só que assim não dá. Os comandantes do PT exigiram do relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha, que incluísse em seu texto agressões ao Procurador Geral da República, a jornalistas e até ao governador de Goiás, do PSDB. Cumprida à risca, a ordem só desmoraliza o autor, além de revelar-se inócua. A Justiça jamais aceitará abrir processos de sentido nitidamente político contra as pessoas referidas.
No fundo dessa represália pueril está o mensalão, ou melhor, estão José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e outros cardeais petistas. O ex-chefe da Casa Civil ainda manda nos companheiros que dirigem o partido. E muito. O relatório da CPI significa uma espécie de revanche ou vingança, além, é claro, de expor as falcatruas do Carlinhos Cachoeira e seus associados.
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ADVERSÁRIOS, QUASE DESAFETOS
Pesquisa superficial nos trabalhos do Supremo Tribunal Federal, desde a posse de Joaquim Barbosa como ministro, revela que o atual presidente da mais alta corte nacional de justiça já se indispôs com pelo menos seis colegas. Com os ex-ministros Maurício Correia, Eros Grau e Ceza Peluso, e os atuais Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, foram trocadas palavras ásperas, agressivas e pouco protocolares.
A pergunta que se faz é se, na direção do Supremo, Joaquim Barbosa vai mudar. Provavelmente não.
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POR PRECAUÇÃO…
Voltaire passou a vida inteira dizendo a verdade e, por conta disso, rompido com meia Humanidade. Seu alvo principal foi a Igreja, naqueles idos aliada à aristocracia e beneficiando-se materialmente dela. Foi dele a exortação para "esmagar a infame", que tanto rebuliço causou na França. O genial pensador acreditava em Deus, mas à sua maneira, desligado da liturgia e das práticas do catolicismo. Com mais de oitenta ano, já doente, surpreendeu os amigos ao mandar buscar um sacerdote. Queria confessar-se. Espantados, eles cobraram coerência em quem rejeitava em bloco os ensinamentos religiosos. A resposta foi singular: "Continuo não acreditando nessa história de céu e inferno, mas por via das dúvidas, não custa nada estar preparado, se a Igreja tiver razão…"
O episódio se conta a propósito da mudança do Secretário de Segurança Pública, em São Paulo. Não vai adiantar nada, em termos de combate ao crime organizado e à bandidagem que assola a cidade, mas por via das dúvidas…
23 de novembro de 2012
Carlos Chagas
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