"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

REVER PARA CRER! UM REPETECO MEMORÁVEL!!! MAIS UMA HISTÓRIA MACABRA...

O presente mostra que o Lula está feliz com o escroque de estimação

PUBLICADO EM 12 DE AGOSTO DE 2009

Renan Calheiros entrou no saloon da política pela última porta do corredor à esquerda de quem chega: nos anos 70, enquanto cursava a Faculdade de Direito em Maceió, matriculou-se no PCdoB.
O rebanho tinha mudado de pastor. Trocara a China pela Albânia, Mao Tsé-tung por Enver Hoxja, o mato pela capoeira.

O livro de pensamentos do ditador albanês era tão profundo que as cabras montanhesas daquele grotão europeu poderiam, como a formiguinha de Nelson Rodrigues, atravessá-lo com água pelas canelas. O alagoano de Murici fingiu não saber disso até eleger-se deputado estadual com o apoio da seita.

Quem serve voluntariamente nas galés de um Enver Hoxja embarca em qualquer canoa, confirma a trajetória de Renan.
Achou boa ideia atirar no concorrente Fernando Collor. “É o príncipe herdeiro da corrupcão”, recitou anos a fio. Achou melhor ainda a ideia de aceitar o convite do governador Fernando Collor e assumir a Secretaria da Educação. “Apesar de adversários no passado, sempre fomos amigos”, fantasiou.
Amigos nunca haviam sido, mas logo seriam cúmplices.

Renan estava no jantar em Pequim durante o qual emergiu a ideia que parecia conversa de fim de noite em botequim: que tal transformar o homem na cabeceira da mesa em presidente da República? Meses depois, ambos instalados numa esperteza batizada de Partido da Reconstrução Nacional, Collor e o líder da bancada do governo na Câmara dos Deputados subiram juntos a rampa do Planalto.

O aliado Renan Calheiros defendeu com veemência o conjunto de medidas hediondas que incluiu o confisco da poupança. “Quem não entender que o Brasil mudou perderá o bonde da História”, comunicou à nação. O inimigo Renan Calheiros defendeu com igual veemência o impeachment do ex-parceiro que não subira no bonde que fretou para eleger-se governador. “O presidente da República tinha pleno conhecimento das ações do senhor PC Farias porque foi por mim advertido e informado, enquanto fui seu líder na Câmara”, acusou em 1992 ao depor na CPI que apressou o impeachment.

O bucaneiro de aluguel mandou chumbo em tudo que se movesse no navio corsário do qual saltara ao pressentir o naufrágio. Só poupou Itamar Franco. Ninguém discursou a favor do vice de Collor com tanta ferocidade quanto Renan, infiltrado no Senado desde 1994. Depois trocou Itamar por Fernando Henrique Cardoso e ganhou o Ministério da Justiça.

Em seguida trocou Fernando Henrique por Lula e ganhou a carteirinha de sócio do Clube dos Amigos de Infância do Cara.
Em fevereiro de 2005, com 55 anos, virou presidente do Senado. O céu era o limite, equivocou-se. O escândalo em que contracenou com Mônica Veloso, mais um andor na interminável procissão de horrores, apressou a barganha repulsiva: em 4 de dezembro de 2007, para escapar da cassação do mandato por quebra de decoro, o escroque irrecuperável renunciou ao comando da Casa do Espanto e seguiu usando a carteirinha de congressista.

Pois nem dessa abjeção Lula poupou os brasileiros decentes.

Contratado pelo presidente para liderar a guerra pela sobrevida de José Sarney e pelo sepultamento da CPI da Petrobras, o general sem pudores convocou o agora ajudante-de-ordens Fernando Collor e foi à luta.
Insultou adversários com linguagem de cangaceiro, ameaçou adversários com chantagens e extorsões, ordenou a Romero Jucá que desmoralizasse a CPI, achincalhou o Conselho de Ética pelas mãos e pela voz de um velhote debochado chamado Paulo Duque.

O PT se acovarda, a oposição negocia, Renan faz o que quer. No faroeste de Brasília, os xerifes sumiram. Quem manda é a bandidagem. Milhões de brasileiros se sentem afrontados. Lula está feliz. Acaba de presentear o jagunço de estimação com outra emissora de rádio.

23 de novembro de 2012
Augusto Nunes

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