Ao longo dos anos o quilograma padrão ganhou peso, ou talvez tenha perdido
No século XIX, o apogeu da colonialismo europeu, aqueles dois grandes rivais imperiais, a Grã-Bretanha e a França, concordaram em moldar não apenas o mundo, mas também o universo. A capacidade para descrever este universo depende da habilidade dos cientistas de relacionarem suas descobertas às quantidades fundamentais de comprimento, tempo e massa.
Os britânicos ficaram com o controle do tempo, o que explica por que o principal meridiano da Terra cruza Greenwich, um subúrbio de Londres. Os franceses ficaram com o comprimento e a massa.
Eles os mantiveram, na forma de dois pedaços de metal, em frascos selados no Bureau International des Poids et Mesures em Sèvres, um subúrbio de Paris. O metro era a distância entre duas marcas em uma barra composta por uma liga especial de platina e irídio.
O quilograma era o peso de uma pequena barra de uma liga semelhante. Concordou-se legalmente, para o descontentamento britânico, que o pé e a libra eram mera frações dessas unidades fundamentais.
A ciência vai adiante. O tempo hoje é definido por relógios prontamente disponíveis que usam átomos de césio como pêndulos, enquanto a distância é especificada em termos da velocidade da luz em metros por segundo (sendo que os átomos de césio já forneceram o valor de um segundo), e hoje em dia essa velocidade pode ser medida com grande precisão com o uso de equipamento disponível no mercado.
A massa, no entanto, permanece teimosamente empacada em Paris, sob três tampas de vidro concêntricas que se destinam a impedir que a barra perca ou absorva massa e tenha seu valor alterado.
Ao longo dos anos o quilograma padrão ganhou peso, ou talvez tenha perdido. Ninguém sabe ao certo. Mas o que se sabe é que a barra não tem o mesmo peso que costumava ter em 1889.
Ninguém concebeu uma maneira mais precisa de medir a massa do que tirar a barra parisiense do seu sarcófago de tempos em tempos e colocá-la em uma série de balanças. Alguns físicos acreditam ter uma resposta.
Esta envolve a constante de Planck (o princípio fundamental da física quântica), a velocidade da luz e um aparelho chamado de balança watt. Se uma reunião no ano que vem aprovar essa ideia, a massa parisiense finalmente se tornará redundante. Mas a abordagem da balança watt tem seus críticos, uma vez que tais balanças são bastante caras.
19 de janeiro de 2013
Eles os mantiveram, na forma de dois pedaços de metal, em frascos selados no Bureau International des Poids et Mesures em Sèvres, um subúrbio de Paris. O metro era a distância entre duas marcas em uma barra composta por uma liga especial de platina e irídio.
O quilograma era o peso de uma pequena barra de uma liga semelhante. Concordou-se legalmente, para o descontentamento britânico, que o pé e a libra eram mera frações dessas unidades fundamentais.
A ciência vai adiante. O tempo hoje é definido por relógios prontamente disponíveis que usam átomos de césio como pêndulos, enquanto a distância é especificada em termos da velocidade da luz em metros por segundo (sendo que os átomos de césio já forneceram o valor de um segundo), e hoje em dia essa velocidade pode ser medida com grande precisão com o uso de equipamento disponível no mercado.
A massa, no entanto, permanece teimosamente empacada em Paris, sob três tampas de vidro concêntricas que se destinam a impedir que a barra perca ou absorva massa e tenha seu valor alterado.
Ao longo dos anos o quilograma padrão ganhou peso, ou talvez tenha perdido. Ninguém sabe ao certo. Mas o que se sabe é que a barra não tem o mesmo peso que costumava ter em 1889.
Ninguém concebeu uma maneira mais precisa de medir a massa do que tirar a barra parisiense do seu sarcófago de tempos em tempos e colocá-la em uma série de balanças. Alguns físicos acreditam ter uma resposta.
Esta envolve a constante de Planck (o princípio fundamental da física quântica), a velocidade da luz e um aparelho chamado de balança watt. Se uma reunião no ano que vem aprovar essa ideia, a massa parisiense finalmente se tornará redundante. Mas a abordagem da balança watt tem seus críticos, uma vez que tais balanças são bastante caras.
19 de janeiro de 2013
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