As manifestações que se originaram em São Paulo e se alastraram pelo país desencadearam respostas rápidas.
Governadores e prefeitos de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte decretaram, ao final da tarde do último dia 19, a revogação dos aumentos anteriormente decididos no interior dos gabinetes, com a participação restrita dos concessionários do serviço de transporte coletivo e dos operadores de planilhas eletrônicas. Ninguém mais.
A resposta às ruas veio antes que se pudesse identificar e entender a extensão dos protestos, que se conhecessem os manifestantes, o conjunto de suas causas e onde estava o início de tanta indignação.
Como nomear um movimento que atira para todos os lados, que inclui rostos de toda origem e vários sotaques?
Que cada novo participante acrescenta a ele sua própria rebelião? Não há um rosto. O jovem atual que deu volume à manifestação não é um só em si mesmo e está, ao mesmo tempo, em todos os lugares.
Se pudéssemos ressaltar as nuances da presente geração, também denominada como “geração Y”, ressaltaríamos a descrença na forma atual de se fazer política, a busca de uma democracia participativa e a necessidade de sua intervenção no processo político para tomada de decisões. Ou seja, nem de longe uma juventude apolítica. A questão é também a forma, não apenas o conteúdo.
Uma das principais características dessa geração é o uso das redes sociais como meio de impulsionar seus ideais – ou a ausência deles. A falta de filtro nessa grande rede interativa é o que a diferencia das mídias mais tradicionais, como a das redes de TV. Todos se ligam, se veem, falam e são ouvidos. Mais ainda, o acesso às novas mídias sociais fortalece a individualidade. Então o que foi feito de diferente para que os jovens saíssem às ruas?
Sabemos que não foi apenas pelos R$ 0,20. Talvez uma vontade de fazer algo visto apenas na TV e no imaginário das estórias ouvidas, de compartilhar com os amigos esse momento histórico instigado e realizado por sua própria geração e de enxergar que os nossos problemas são tão dignos de indignação como os problemas do resto do mundo, onde esse formato de participação produziu mudanças históricas.
O futuro democrático do país ainda infantil em suas ações políticas é impreciso e tentar decifrar tudo que está acontecendo – ao mesmo tempo e hora – pode fazer qualquer conclusão soar-se prematura. O certo é que a tomada das ruas foi algo louvável, empolgante e excitante. Há a esperança de uma nova consciência nacional, a ser trabalhada pela juventude para assumir seu papel.
Nasceu no país uma possibilidade de termos uma oposição, fundada para fazer o contraponto essencial a toda construção política. A juventude acordou a nação com sua crítica. A voz das ruas se fez para repelir a prepotência e o descaso dos governos, para cobrar uma agenda de reformas, corajosa e includente. Essa é a hora de realinharmos o país e nossas instituições. Não podemos perdê-la.
(transcrito de O Tempo)
Como nomear um movimento que atira para todos os lados, que inclui rostos de toda origem e vários sotaques?
Que cada novo participante acrescenta a ele sua própria rebelião? Não há um rosto. O jovem atual que deu volume à manifestação não é um só em si mesmo e está, ao mesmo tempo, em todos os lugares.
Se pudéssemos ressaltar as nuances da presente geração, também denominada como “geração Y”, ressaltaríamos a descrença na forma atual de se fazer política, a busca de uma democracia participativa e a necessidade de sua intervenção no processo político para tomada de decisões. Ou seja, nem de longe uma juventude apolítica. A questão é também a forma, não apenas o conteúdo.
Uma das principais características dessa geração é o uso das redes sociais como meio de impulsionar seus ideais – ou a ausência deles. A falta de filtro nessa grande rede interativa é o que a diferencia das mídias mais tradicionais, como a das redes de TV. Todos se ligam, se veem, falam e são ouvidos. Mais ainda, o acesso às novas mídias sociais fortalece a individualidade. Então o que foi feito de diferente para que os jovens saíssem às ruas?
Sabemos que não foi apenas pelos R$ 0,20. Talvez uma vontade de fazer algo visto apenas na TV e no imaginário das estórias ouvidas, de compartilhar com os amigos esse momento histórico instigado e realizado por sua própria geração e de enxergar que os nossos problemas são tão dignos de indignação como os problemas do resto do mundo, onde esse formato de participação produziu mudanças históricas.
O futuro democrático do país ainda infantil em suas ações políticas é impreciso e tentar decifrar tudo que está acontecendo – ao mesmo tempo e hora – pode fazer qualquer conclusão soar-se prematura. O certo é que a tomada das ruas foi algo louvável, empolgante e excitante. Há a esperança de uma nova consciência nacional, a ser trabalhada pela juventude para assumir seu papel.
Nasceu no país uma possibilidade de termos uma oposição, fundada para fazer o contraponto essencial a toda construção política. A juventude acordou a nação com sua crítica. A voz das ruas se fez para repelir a prepotência e o descaso dos governos, para cobrar uma agenda de reformas, corajosa e includente. Essa é a hora de realinharmos o país e nossas instituições. Não podemos perdê-la.
(transcrito de O Tempo)
26 de junho de 2013
Luiz Tito
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