"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 19 de junho de 2013

ENFIM, TOMBINI ADMITE QUE INFLAÇÃO DEVE ESTOURAR TETO DA META

Presidente do BC diz que órgão está ‘vigilante’ e que combate ao aumento dos preços vai trazer mais confiança aos brasileiros Inflação deve estourar teto da meta mas não sai do controle, afirma Tombini


Tombini: O câmbio flexível é uma fortaleza para a economia
Foto: Ailton de Freitas/2-4-2013
Tombini: O câmbio flexível é uma fortaleza para a economiaAILTON DE FREITAS/2-4-2013
 
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, admitiu nesta terça-feira que a inflação acumulada nos últimos 12 meses deve estourar o teto da meta em breve. Atualmente, o IPCA — índice usado oficialmente — está em 6,5%, o limite máximo aceitável dentro dos objetivos traçados pelo próprio governo. Numa audiência no Senado Federal, ele alertou que o Brasil precisa reduzir o nível de indexação da economia e reafirmou que o BC está  "vigilante" para que a inflação caia no segundo semestre e que essa tendência permaneça ao longo do tempo. 
 
— A  avaliação do Banco Central é que a inflação tem estado, está e continuará sob controle — afirmou o presidente do BC, que completou:  — Posso assegurar que o Banco Central está vigilante e fará o que for necessário, com a devida tempestividade, para colocar a inflação em declínio no segundo semestre e para assegurar que essa tendência persista neste e nos próximos anos.
 
— Nossa política é neutra. O câmbio flexível é uma fortaleza para a economia. Temos uma política de retirar volatilidade do mercado. Nós estamos sempre preparados para extrair volatilidade do mercado quando entendemos que essa volatilidade é excessiva. Indagado por um dos parlamentares se o BC tenta jogar o dólar para baixo para tentar frear a inflação, Alexandre Tombini afirmou que o BC não usa o câmbio para controlar os preços, mas que atua apenas para evitar volatilidade.  
 
Ele ressaltou que nas últimas semanas tem crescido a volatilidade nos mercados pelo mundo na expectativa de que os Estados Unidos voltem a aumentar os juros. E isso traz duas consequências importantes para o Brasil: o encarecimento dos financiamentos externos e a alta do dólar, que é um fenômeno mundial, e deve aumentar o rombo nas contas externas.
 
— Mas o Brasil está e estará preparado para enfrentar eventuais ventos contrários — afirmou antes de lembrar que o país tem reservas internacionais em torno de US$ 375 bilhões.
 
Sobre crescimento, Tombini disse que a tendência global é que haja uma intensificação em 2014. No Brasil, segundo ele, o principal suporte da atividade continuará a ser o mercado interno. E os investimentos devem continuar a crescer.
 
19 de junho de 2013
GABRIELA VALENTE - O Globo

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