"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 26 de julho de 2013

DILMA COM UM GALO NA CABEÇA


Ainda grogue com a vaia no estádio Mané Garrincha, ainda fingindo que foi por falta de tempo que não viu na tribuna do Maracanã a vitória do Brasil na final da Copa das Confederações, Dilma Rousseff resolveu pegar carona na conquista da Libertadores pelo Atlético Mineiro. E enviou ao time campeão a seguinte mensagem:
 
“O Brasil acordou alvinegro com o título do meu querido Clube Atlético Mineiro de campeão da Taça Libertadores. Aprendi a gostar de futebol indo, ainda criança, ao estádio do Mineirão assistir aos jogos do Atlético. Parabéns aos jogadores, à comissão técnica e a nossa torcida, que conquistou a admiração de todos os brasileiros. Parabéns não apenas pela vitória. Parabéns por, mesmo diante de um resultado adverso, não desistirem, não esmorecerem e, por isso mesmo, se superarem”.
 
O segundo trecho assinalado em negrito foi fulminado pelo nosso Antonio Vieira. “A descarada intenção de querer associar os impasses em que está metida com os obstáculos que o Galo enfrentou é também de incalculável caradurismo”, constatou o comentarista. “A trajetória dos atletas mineiros se deu em escrupuloso respeito às regras do jogo. Perderam e ganharam limpamente. Não houve qualquer violação ao regulamento nem às normas da ética esportiva”.
 
Depois de matar a bola no peito, Antonio Vieira entrou na pequena área em alta velocidade: “Mesmo os tradicionais adversários do Atlético reconhecem os méritos da conquista, e o papel relevante cumprido pela torcida alvinegra, em notável relação de confiança construída ao longo do tempo. Não houve gol de mão, ou gol de impedimento, ou gol ilegal sob qualquer aspecto. Dona Dilma, ao contrário, pauta seu comportamento pela permissão de fazer o diabo para vencer uma disputa”.
 
Quem faz o diabo para levar vantagem em tudo decerto acha que mentir é pecado venial. Ou nem isso, sugere o primeiro trecho em negrito. Releiam: a presidente jura que aprendeu a gostar de futebol “indo, ainda criança, ao estádio do Mineirão assistir aos jogos do Atlético”. Esqueceu de combinar com o calendário gregoriano.
 
Nascida em dezembro de 1947, Dilma estava a dois meses dos 18 anos quando o Mineirão foi inaugurado em setembro de 1965. Deixara de ser criança fazia tempo. E nunca foi vista vibrando nas arquibancadas do Independência, o estádio do Atlético. Desde os 16 passava os domingos não em campos de futebol, mas enfurnada nas reuniões da turma decidida a trocar a ditadura militar pela ditadura comunista.
 
Dilma Rousseff nunca se emocionou com o preto e branco. Sempre deu preferência ao vermelho.
 
26 de julho de 2013
Augusto Nunes

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