Ações da OGX caem quase 30% e puxam Ibovespa; dólar fecha em leve queda a R$ 2,22. Empresa anunciou inviabilidade em três campos e diz que Tubarão Azul, único em produção, pode parar em 2014
No mercado de câmbio, a moeda americana terminou com leve queda frente ao real. No fechamento, a divisa apresentou baixa de 0,04%, sendo negociada a R$ 2,229 na compra e R$ 2,231 na venda. Na máxima do dia, o dólar foi negociado a R$ 2,238 e na mínima bateu em 2,217.
A empresa anunciou nesta segunda a inviabilidade de três campos (Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia), localizados na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo o comunicado, a OGX não tem tecnologia disponível para tornar esses poços viáveis. Ainda segundo a empresa, o campo de Tubarão Azul, o único em produção, deverá deixar de operar em 2014.
Somente os planos para o campo de Tubarão Martelo estão mantidos, com a primeira produção programada para o quarto trimestre de 2013. A OGX vendeu 40% do poço de Tubarão Martelo para a Petronas, em maio último. A empresa informou que todas as demais projeções feitas anteriormente, inclusive sobre metas de produção, não devem mais ser consideradas.
A notícia deixou analista de mercado preocupados com o futuro da empresa que, segundo eles, tem endividamento alto e baixa receitas. As dívidas a serem pagas no curto e médio prazo chegariam a R$ 8 bilhões e um processo de reestruturação já está em andamento com os principais bancos credores, como Itaú, Bradesco e BTG Pactual. O BNDES emprestou ás empresas do Grupo cerca de R$ 9 bilhões.
- Para uma empresa pré-operacional, que ainda extrai pouco petróleo e depende de sua produção futura para ganhar valor, a notícia é muito negativa e tem impacto direto nas ações. E, como se vê hoje, a queda dos papéis da OGX se intensifica num cenário que já era ruim para as empresas do grupo - avalia João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos.
Para Brugger, a única alternativa para a OGX é a entrada de um investidor, já que não há clima para uma ajuda financeira vinda do governo, via BNDES. Além disso, diz o analista, como a empresa já está endividada e, inclusive, reestruturando seus débitos com os principais bancos, novas linhas de crédito podem não ser abertas.
Outro analista ouvido pelo GLOBO, que prefere não se identificar, disse que existem rumores no mercado de que o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, poderia injetar recursos na OGX. Em março, o Grupo EBX e o BTG Pactual fecharam uma parceria que envolve aconselhamento financeiro, linhas de crédito e futuros investimentos de capital de longo prazo.
- Depois da parceria entre o banco e o Grupo EBX, este seria um dos únicos caminhos para as empresas de Eike Batista obterem novos recursos - diz o analista.
Em relatório enviado a clientes, com o título "OGX: o fim da história", a corretora Planner avalia que o comunicado da OGX “altera praticamente todo o cenário no qual se baseavam as expectativas do mercado para a companhia, partindo agora para outro patamar, muito mais de sobrevivência do que de crescimento”.
A corretora lembra que, além de não ter perspectivas de produção, a petroleira terá de continuar pagando a plataforma de exploração de petróleo OSX-1, construída pela OSX, também do Grupo EBX, e mais US$ 449 milhões por quebras de contratos e para cobrir despesas com outras duas plataformas cuja produção já estava adiantada.
O relatório da Planner ressalva que a OGX tem outros ativos que podem ser interessantes, “porém, precisam de recursos para serem desenvolvidos, recursos que neste momento não existem”. Assim, “restam poucos caminhos para a empresa”. A Planner não calcula preços justo para as ações da OGX “pela mais absoluta incapacidade de reunir dados confiáveis para realizar projeções”.
Nas últimas semanas, o empresário vem anunciando que estuda a venda de ativos e inclusive de ações de algumas empresas, como a MMX de mineração e a LLX de Logística. Mas como nada de concreto foi anunciado até agora as ações continuam se desvalorizando com a desconfiança dos investidores. As ações da OGX Petróleo registraram o pior desempenho do Ibovespa, com queda de 82,2% no primeiro semestre de 2013. O empresário precisa fazer caixa para cumprir compromissos de curto prazo e manter investimentos, dizem analistas.
A OGX teve prejuízo de mais de R$ 800 milhões no primeiro trimestre, devido principalmente a baixas contábeis pelo reconhecimento de poços secos e áreas subcomerciais devolvidas ao governo após conclusão do período exploratório.
O anúncio feito pela OGX nesta segunda influencia outros papéis do grupo: MMX ON cai 4,76% a R$ 1,40, a terceira maior baixa do Ibovespa, e os papéis ON da LLX perdem 4,04% a R$ 0,95, a terceira maior desvalorização do pregão.
A OGX, informou ainda que o aluguel das plataformas fornecidas pela OSX, empresa naval do mesmo grupo, continuará a ser pago. Os papéis ON da OSX estão estáveis a R$ 1,40.
A maior alta do pregão é das ações ON da Gerdau, que sobem 5,15% a R$ 13,26 O Bank of America Merrill Lynch (BofA) melhorou a recomendação para os papéis da Gerdau de neutra para compra. Os preço-alvo também foi elevado para R$ 16,50, com potencial de alta de 31% ante o preço ao último fechamento, de R$ 12,61.
Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA sobe 0,48% a R$ 27,20, o que limita a queda do Ibovespa. A declaração de Edison Lobão, ministro de Minas e Energia, que afirmou que o novo Código da Mineração não vai afugentar investidores anima os ingvestidores da Vale.Petrobras PN cai 0,86% a R$ 16,05; Itaú Unibanco recua 0,80% a R$ 28,52 e Bradesco PN tem perda de 0,79% a R$ 28,57.
Câmbio: dólar tem valorização de mais de 9% no ano
Segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, a previsão do mercado é que a divisa encerre o ano na casa de R$ 2,15. Na semana passada, a expectativa era de que o dólar terminasse 2013 na casa de R$ 2,13.No ano, o dólar sobe 9,25% frente ao real. Apenas em junho, o dólar teve uma alta de 4,15% depois que o Federal Reserve, o banco central americano, sinalizou que o programa de estímulo à economia deve ser reduzido este ano e pode ser encerrado em 2014. Hoje, esse estímulo injeta US$ 85 bilhões por mês na economia do país através da compra de títulos.
Para analistas ouvidos pelo GLOBO, a tendência da divisa americana é um fenômeno global. Segundo eles, será difícil o dólar recuar abaixo de R$ 2,20 este ano.
Na Europa, dados mais positivos da indústria do Japão animaram os investidores. O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) da atividade industrial do Japão subiu a 52,3 pontos em junho, nível mais alto desde fevereiro de 2011, segundo o Instituto Markit Economics. Além disso, as grandes indústrias japonesas veem condições mais favoráveis para fazer negócios, de acordo com um índice que mede o sentimento dos empresários.
Na zona do euro, a atividade industrial também teve leve melhora. O PMI, índice dos gerentes de compras do bloco subiu para 48,8 pontos em junho frente aos 48,3 pontos de maio. Na zona do euro, o que preocupa é o índice de desemprego que atingiu 12,1%, um novo recorde. Apesar da taxa acima de 12%, o número veio abaixo do que o mercado esperava.
As principais Bolsas europeias fecharam em alta o índice, da bolsa de Londres, subiu 1,48%. Em Frankfurt, o Dax teve alta de 0,31%, e o Cac, de Paris, avançou 0,76%. Nos Estados Unidos, os principais índices acionários também se valorizaram: o S&P 500 subiu 0,54%; o Dow Jones avançou 0,44% e o Nasdaq teve alta de 0,92%.
01 de julho de 2013
João Sorima Neto e com agências internacionais
O índice Bovespa, principal referência do mercado brasileiro, se mantém em queda nesta segunda-feira puxado pelos papéis da OGX Petróleo, que se desvalorizam 26%. Por volta de 15h53m, o índice caía 0,48% aos 47.229 pontos, perdendo o patamar dos 47 mil pontos, um ponto de suporte considerado importante pelos analistas. O volume negociado é de R$ 4,1 bilhões. Os papéis da OGX Petróleo têm participação de 5% na composição do Ibovespa, por isso pesam sobre o índice. No exterior, as principais Bolsas tiveram uma dia de ganhos.
No mercado de câmbio, a moeda americana terminou com leve queda frente ao real. No fechamento, a divisa apresentou baixa de 0,04%, sendo negociada a R$ 2,229 na compra e R$ 2,231 na venda. Na máxima do dia, o dólar foi negociado a R$ 2,238 e na mínima bateu em 2,217.
As ações ON da OGX, empresa do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, caem 29,11% a R$ 0,56, a maior queda do Ibovespa. Pela manhã, os papéis recuaram 39,24% vendidos a R$ 0,48, a mínima histórica do papel desde sua abertura de capital na Bovespa em 2008. A queda fez os negócios com as ações da OGX serem suspensos várias vezes para entrar em leilão. Sempre que uma ação cai mais de 10%, os negócios são interrompidos e os papéis entram em leilão até o preço estabilizar.
A empresa anunciou nesta segunda a inviabilidade de três campos (Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia), localizados na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo o comunicado, a OGX não tem tecnologia disponível para tornar esses poços viáveis. Ainda segundo a empresa, o campo de Tubarão Azul, o único em produção, deverá deixar de operar em 2014.
Somente os planos para o campo de Tubarão Martelo estão mantidos, com a primeira produção programada para o quarto trimestre de 2013. A OGX vendeu 40% do poço de Tubarão Martelo para a Petronas, em maio último. A empresa informou que todas as demais projeções feitas anteriormente, inclusive sobre metas de produção, não devem mais ser consideradas.
A notícia deixou analista de mercado preocupados com o futuro da empresa que, segundo eles, tem endividamento alto e baixa receitas. As dívidas a serem pagas no curto e médio prazo chegariam a R$ 8 bilhões e um processo de reestruturação já está em andamento com os principais bancos credores, como Itaú, Bradesco e BTG Pactual. O BNDES emprestou ás empresas do Grupo cerca de R$ 9 bilhões.
- Para uma empresa pré-operacional, que ainda extrai pouco petróleo e depende de sua produção futura para ganhar valor, a notícia é muito negativa e tem impacto direto nas ações. E, como se vê hoje, a queda dos papéis da OGX se intensifica num cenário que já era ruim para as empresas do grupo - avalia João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos.
Para Brugger, a única alternativa para a OGX é a entrada de um investidor, já que não há clima para uma ajuda financeira vinda do governo, via BNDES. Além disso, diz o analista, como a empresa já está endividada e, inclusive, reestruturando seus débitos com os principais bancos, novas linhas de crédito podem não ser abertas.
Outro analista ouvido pelo GLOBO, que prefere não se identificar, disse que existem rumores no mercado de que o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, poderia injetar recursos na OGX. Em março, o Grupo EBX e o BTG Pactual fecharam uma parceria que envolve aconselhamento financeiro, linhas de crédito e futuros investimentos de capital de longo prazo.
- Depois da parceria entre o banco e o Grupo EBX, este seria um dos únicos caminhos para as empresas de Eike Batista obterem novos recursos - diz o analista.
Em relatório enviado a clientes, com o título "OGX: o fim da história", a corretora Planner avalia que o comunicado da OGX “altera praticamente todo o cenário no qual se baseavam as expectativas do mercado para a companhia, partindo agora para outro patamar, muito mais de sobrevivência do que de crescimento”.
A corretora lembra que, além de não ter perspectivas de produção, a petroleira terá de continuar pagando a plataforma de exploração de petróleo OSX-1, construída pela OSX, também do Grupo EBX, e mais US$ 449 milhões por quebras de contratos e para cobrir despesas com outras duas plataformas cuja produção já estava adiantada.
O relatório da Planner ressalva que a OGX tem outros ativos que podem ser interessantes, “porém, precisam de recursos para serem desenvolvidos, recursos que neste momento não existem”. Assim, “restam poucos caminhos para a empresa”. A Planner não calcula preços justo para as ações da OGX “pela mais absoluta incapacidade de reunir dados confiáveis para realizar projeções”.
Nas últimas semanas, o empresário vem anunciando que estuda a venda de ativos e inclusive de ações de algumas empresas, como a MMX de mineração e a LLX de Logística. Mas como nada de concreto foi anunciado até agora as ações continuam se desvalorizando com a desconfiança dos investidores. As ações da OGX Petróleo registraram o pior desempenho do Ibovespa, com queda de 82,2% no primeiro semestre de 2013. O empresário precisa fazer caixa para cumprir compromissos de curto prazo e manter investimentos, dizem analistas.
A OGX teve prejuízo de mais de R$ 800 milhões no primeiro trimestre, devido principalmente a baixas contábeis pelo reconhecimento de poços secos e áreas subcomerciais devolvidas ao governo após conclusão do período exploratório.
O anúncio feito pela OGX nesta segunda influencia outros papéis do grupo: MMX ON cai 4,76% a R$ 1,40, a terceira maior baixa do Ibovespa, e os papéis ON da LLX perdem 4,04% a R$ 0,95, a terceira maior desvalorização do pregão.
A OGX, informou ainda que o aluguel das plataformas fornecidas pela OSX, empresa naval do mesmo grupo, continuará a ser pago. Os papéis ON da OSX estão estáveis a R$ 1,40.
A maior alta do pregão é das ações ON da Gerdau, que sobem 5,15% a R$ 13,26 O Bank of America Merrill Lynch (BofA) melhorou a recomendação para os papéis da Gerdau de neutra para compra. Os preço-alvo também foi elevado para R$ 16,50, com potencial de alta de 31% ante o preço ao último fechamento, de R$ 12,61.
Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA sobe 0,48% a R$ 27,20, o que limita a queda do Ibovespa. A declaração de Edison Lobão, ministro de Minas e Energia, que afirmou que o novo Código da Mineração não vai afugentar investidores anima os ingvestidores da Vale.Petrobras PN cai 0,86% a R$ 16,05; Itaú Unibanco recua 0,80% a R$ 28,52 e Bradesco PN tem perda de 0,79% a R$ 28,57.
Câmbio: dólar tem valorização de mais de 9% no ano
Segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, a previsão do mercado é que a divisa encerre o ano na casa de R$ 2,15. Na semana passada, a expectativa era de que o dólar terminasse 2013 na casa de R$ 2,13.No ano, o dólar sobe 9,25% frente ao real. Apenas em junho, o dólar teve uma alta de 4,15% depois que o Federal Reserve, o banco central americano, sinalizou que o programa de estímulo à economia deve ser reduzido este ano e pode ser encerrado em 2014. Hoje, esse estímulo injeta US$ 85 bilhões por mês na economia do país através da compra de títulos.
Para analistas ouvidos pelo GLOBO, a tendência da divisa americana é um fenômeno global. Segundo eles, será difícil o dólar recuar abaixo de R$ 2,20 este ano.
Na Europa, dados mais positivos da indústria do Japão animaram os investidores. O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) da atividade industrial do Japão subiu a 52,3 pontos em junho, nível mais alto desde fevereiro de 2011, segundo o Instituto Markit Economics. Além disso, as grandes indústrias japonesas veem condições mais favoráveis para fazer negócios, de acordo com um índice que mede o sentimento dos empresários.
Na zona do euro, a atividade industrial também teve leve melhora. O PMI, índice dos gerentes de compras do bloco subiu para 48,8 pontos em junho frente aos 48,3 pontos de maio. Na zona do euro, o que preocupa é o índice de desemprego que atingiu 12,1%, um novo recorde. Apesar da taxa acima de 12%, o número veio abaixo do que o mercado esperava.
As principais Bolsas europeias fecharam em alta o índice, da bolsa de Londres, subiu 1,48%. Em Frankfurt, o Dax teve alta de 0,31%, e o Cac, de Paris, avançou 0,76%. Nos Estados Unidos, os principais índices acionários também se valorizaram: o S&P 500 subiu 0,54%; o Dow Jones avançou 0,44% e o Nasdaq teve alta de 0,92%.
01 de julho de 2013
João Sorima Neto e com agências internacionais
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