Caindo para 30% de popularidade e 30% de intenções de voto, Dilma está em queda livre.
Se 55% de popularidade já não eram um índice capaz de garantir a reeleição, 30% são um indicador que torna a reeleição praticamente inviável.
As oposições concatenam a herança dos votos dos movimentos sociais, com Mariana subindo para 23%, Aécio subindo para 17%, e Eduardo Campos subindo para 7%, mostrando a institucionalização política do Brasil.
O número de indecisos sobe de 13% para 23%, votos que vão contemplar ainda mais para os candidatos de oposição. O cenário de segundo turno fica configurado, e o da reeleição de Dilma é pouco provável.
Todo e qualquer plano governamental de melhoria dos serviços públicos toma pelo menos um ano para a sua formulação e implantação, não sendo exequível no prazo destes próximos 12 meses que antecedem as eleições presidenciais de 2014.
A reforma política é certamente necessária e conveniente, mas ela não é uma solução para os problemas das ruas e da inflação que comprime o poder de compra dos brasileiros.
A questão é o porquê da queda tão significante da popularidade de Dilma. E a resposta é que sua popularidade não era firme.
Nos Estados Unidos, utiliza-se a expressão de “swing voters” para explicar as variações eleitorais, ou do “voto oscilante”.
Esse conceito difere da noção dos indecisos utilizada no Brasil, sendo o “voto oscilante” o voto de critério em questões limítrofes da economia e das políticas sociais.
A Califórnia tradicionalmente vota democrata e o Texas republicano, mas Ohio e outros estados são “swing states”, ou “estados oscilantes”, pendendo ora para democratas, ora para republicanos, garantindo a rotatividade do poder entre os partidos.
Parte da população quando vota em um candidato expressa um voto de crédito e não de apoio incondicional, havendo a necessidade de resposta adequada por parte dos governantes para a manutenção da popularidade e das intenções de voto.
No Brasil, é importante observar, nos processos eleitorais presidenciais a definição do voto se inicia no Norte-Nordeste e no Sul, seguido do Centro-Oeste, e finalmente no Sudeste. Dos Estados do Sudeste, Minas Gerais tem sido o último a se decidir em todas as eleições presidenciais.
A voz das ruas é abrupta, com cenários incertos nas eleições presidenciais de 2014.
01 de julho de 2013
Ricardo Guedes, Ph.D. em Ciências Políticas pela Universidade de Chicago.
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