Um pergunta que não quer calar na Venezuela é: onde foi parar o defunto bolivariano? Até hoje não se sabe ao certo se o corpo de Chávez está realmente dentro do sarcófago ou evaporou em Havana, cercado de mistério e muita "informação" cuidadosamente dosada e trabalhada pelo G2 cubano, o serviço de inteligência e espionagem de Fidel Castro.
O que se sabe é que, para Fidel Castro e seu irmão Raúl, era obrigatório que Nicolás Maduro assumisse o governo com a morte de Chávez. Maduro viveu quando jovem em Cuba, onde foi treinado pelos doutrinadores do castro-comunismo. Era e é o homem de confiança total de Havana, se bem que os comunistas, como a história comprova, não pensam duas vezes em eliminar seus maiores amigos de confiança, se por alguma razão possam colocar em jogo o esquema de poder comunista.
A doença de Chávez foi um golpe inesperado para Fidel Castro. Cuba sobrevive em função do abastecimento de petróleo procedente da Venezuela. Se não fosse isso, Cuba não teria mais energia elétrica e seria transformada num Estado zumbi. Portanto, todo o tempo em que a situação da saúde de Chávez esteve guardada em absoluto segredo, obedeceu ao diabólico esquema de Havana.
Não existe certidão de óbito da morte do caudilho definindo a causa mortis. Não há nenhuma foto do cadáver no caixão. Por isso toda a história continua sendo guardada em absoluto sigilo. Tal fato, como se pode ver, jamais ocorreria se Cuba e a Venezuela fossem países democráticos.
Não é para menos que o monitoramento de segurança levado a efeito pelos Estados Unidos, que denominam "espionagem", deixa os comunistas enlouquecidos e sobressaltados. Os setores inteligência americanos saberiam a verdade dos fatos? Só o futuro poderá responder.
O MISTÉRIO DO CADÁVER
Vale lembrar o que ocorreu durante os dias em que o defunto foi velado. A preocupação era tanta para não deixar vazar a verdade que até mesmo um simples twitteira foi presa pela polícia política Sebin, do governo chavista, com relatou à época o jornalista brasileiro Ricardo Setti, em seu blog no site da revista Veja, dia 1º de abril deste ano de 2013. Transcrevo:
A tuiteira venezuelana Lourdes Ortega foi presa durante 24 horas, por ordem do presidente interino Nicolás Maduro, sob a acusação de tentar “desestabilizar” a Venezuela.
Seu crime pavoroso?
Dizer no dia 8 de março, três dias depois da morte do caudilho Hugo Chávez, em sua conta @ulilou, em resposta a um seguidor, a seguinte frase: “Não sei, mas foi convertido em cera”.
Referia-se ao corpo de Chávez, então exposto na sede da Academia Militar, em caixão do qual se podia ver — por exatos 3 segundos, de acordo com a estrita vigilância dos seguranças ali postados –, através de um cristal, o rosto do falecido coronel.
Outros tuiteiros tiveram problemas por descrever o cadáver como um boneco.
E não foram apenas eles que tiveram a impressão de que, no caixão, havia uma cópia em cera do dirigente “bolivariano”. O jornal ABC, de Madri, que mantém correspondente em Caracas, entrevistou uma dúzia de pessoas de diferentes segmentos e todas elas acharam estranha a aparência do rosto de Chávez.
O entrevistado que mais forneceu detalhes foi um funcionário de uma companhia internacional de fretes de 37 anos, que o jornal chamou de Óscar Medina para ocultar seu verdadeiro nome e protege-lo.
“Medina” passou duas horas na fila para ver Chávez. Para burlar os 3 segundos obrigatórios, simulou choro e desespero, de modo que pôde se inclinar várias vezes para observar bem. “Já tinha estado anteriormente ante cadáveres muito maquilados e arrumados, mas o que vi de Chávez foi um boneco de cera”, assegurou.
“A pele, lisa, parecia demasiadamente brilhante e rosada, ele tinha lábios em cor natural, fechados, e parte do cabelo coberto por uma boina roxa. O pescoço também estava liso e ileso, sem qualquer sinal da traqueostomia que lhe praticaram quando de seu tratamento em Cuba”.
O corpo de Chávez deixou a sede da Academia Militar no dia 15 passado e foi levado a uma espécie de mausoléu no chamado Quartel da Montanha, onde uma laje de granito preto cobre sua tumba.
Como se sabe, o governo pretendia embalsamar o corpo e transformá-lo em objeto de culto, como ocorre com os cadáveres conservados de ex-dirigentes comunistas como Lênin, na Rússia, Mao Tsé-tung, na China, e Ho Chi Minh, no Vietnã, além de dos ex-ditadores comunistas na Coreia do Norte, pai e filho.
Por incompetência e pela confusão e correria causados pela morte do coronel, porém, não se tomaram providências imediatas sem as quais o embalsamamento por tempo indeterminado não é possível.
Perto da praça que homenageia um narcoterrorista
O governo não divulgou fotos que mostrassem de forma minimamente nítida o corpo de Chávez morto. E, para as pessoas vê-lo em capela ardente na Academia, eram obrigadas a desfazer-se de câmeras fotográficas, celulares, gravadores e qualquer tipo de aparelho que pudesse gravar imagens.
Fotógrafos e cameramen de veículos de comunicação não podiam fazer imagens de perto.
As mesmas restrições continuam em relação à tumba de granito no chamado Quartel da Montanha, que foi o centro de operações do então tenente-coronel Chávez quando ele liderou um frustrado golpe de Estado contra o presidente civil Carlos Andrés Pérez, em fevereiro de 1992, e funciona como Museu Histórico Militar.
O governo diz que dois milhões de pessoas viram o corpo de Chávez. Até agora não se sabe se Chávez será transferido para o Panteão Nacional, junto ao Libertador Simón Bolívar — há restrições legais para isso, mas, como se sabe, elas pouco valem para os “bolivarianos” — ou se será definitivamente sepultado em sua terra natal, Sabaneta, no Estado de Barinas, a 420 quilômetros de Caracas.
De todo modo, e significativamente, o local onde se encontra o corpo do caudilho, num bairro popular denominado 23 de Janeiro, fica próximo a uma praça batizada em homenagem a um narcoterrorista — o fundador e ex-chefe das chamadas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Manuel Marulanda, o “Tirofijo” (“tiro certeiro”), morto em 2006.
Bolivarianamente, tem busto em homenagem a ele e tudo.
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