Acuado por protestos, Cabral, cúmplice de Lula e Dilma, diz que não renuncia
Governador do Rio pode sair sem concluir mandato para concorrer ao Senado. Plano de peemedebista é abrir caminho para vice ganhar projeção e filho disputar vaga na Câmara dos Deputados
Acuado por manifestações quase diárias nas ruas pedindo que deixe o cargo, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), disse ontem em entrevista à Folha que a pressão popular não o fará renunciar.
Mas ele admitiu que poderá sair antes de concluir seu mandato para concorrer ao Senado nas próximas eleições e abrir caminho para ajudar seu vice, Luiz Fernando Pezão, candidato à sua sucessão, e seu filho, Marco Antônio, que quer ser deputado.
"Estou acostumado com vaias e aplausos", disse Cabral, lembrando que a legislação permite que ele se afaste do cargo até abril de 2014 para disputar as eleições.
Apesar do desgaste sofrido por seu governo, que recebeu a pior avaliação dos 11 governadores pesquisados pelo Ibope em julho, Cabral afirmou que não há hipótese de que uma eventual chapa à sua sucessão tenha o PT na cabeça e Pezão como vice.
O senador Lindbergh Farias (PT) quer ser candidato a governador e pressiona o PT a lançá-lo em vez de manter sua aliança com Cabral.
"Minha única opção é ficar no governo, trabalhando", afirmou Cabral. "O que eu mais quero é eleger o Pezão."
Com manifestantes acampados desde segunda-feira na esquina da rua onde mora, no Leblon, zona sul da cidade, Cabral vê no movimento contra seu governo a participação de grupos de oposição.
O governador evita citar nomes, mas diz que nos protestos estão "filiados e pessoas simpáticas a eles", referindo-se ao ex-governador Anthony Garotinho (PR) e ao deputado Marcelo Freixo (PSOL).
Cabral admite que a revolta contra seu governo foi provocada por erros cometidos ao longo dos sete anos de sua gestão, mas disse que ainda não entende por que o descontentamento popular chegou a esse ponto.
"Isso [o desgaste] pode ocorrer em determinados momentos com as pessoas públicas. A gente erra mesmo, e acaba se perguntando: por que chegamos a esse ponto de falta de diálogo, de percepção, de sensibilidade para sentar à mesa? É uma autocrítica que faço com a maior humildade mesmo", disse.
Cabral diz que não é o único alvo da revolta da população, afirmando que em outros Estados também existem manifestações. Mas reclama da "coação à sua família" pelo movimento "Ocupa Cabral".
"É quase que uma coação física, vão para a esquina, ficam ali. Aí, a polícia aumenta o efetivo, meus filhos ficam olhando, é uma situação muito ruim", disse, afirmando que tem conseguido entrar sem problemas no prédio. "O que eu posso fazer? Eu moro ali."
Sobre o suposto abuso do uso de helicópteros por ele e sua família, Cabral disse que tudo o que fez foi sob orientação do gabinete militar, por questão de segurança.
"É evidente que eu tenho um senso ético. A minha família sempre recebeu recomendações do gabinete militar e eu sempre as segui."
"O helicóptero era para minha segurança. Queria evitar batedores, uma estrutura de segurança maior, porque isso gera um inconveniente na cidade."
02 de agosto de 2013
E ELE DIZ USA O HELICÓPTERO PARA EVITAR BATEDORES?
ResponderExcluirMAS ESSE SUJEITO NÃO TEM A MENOR PERCEPÇÃO DA REALIDADE, ALIÁS COMO A QUASE TOTALIDADE DOS POLÍTICOS BRASILEIROS.