A política está impedindo a Índia de realizar seu imenso potencial econômico
A Índia é um país de grandes números: um lugar com mais de um bilhão de pessoas, um milhão de revoltas e mil línguas diferentes. Mas não é muito exagerado dizer que desde a independência em 1947 só houve dois tipos de economia indiana.
A primeira produziu um crescimento preguiçoso, com protocolos enlouquecedores e uma burocracia sufocante. A segunda engatou gradualmente após a liberalização dos anos 90, de modo que em meados da primeira década dos anos 2000, a Índia era um país com otimismo em alta – aberta e cheia de empreendedores que triunfavam sobre um setor público caquético, ainda que em ritmo de diminuição. O país parecia destinado a experimentar uma onda de supercrescimento, graças à sua demografia favorável, empresas entusiasmadas, reformas graduais e uma predisposição para poupar e investir.
Mas nos últimos tempos, como um vilão de Bollywood que se recusa a morrer, a velha Índia fez um reaparecimento assustador. A principal razão é a política desesperada do país.
De volta a um crescimento em ritmo de meditação
Ninguém duvida que a economia da Índia continuará a crescer, mas o ângulo de sua trajetória econômica diminuiu. O crescimento diminuiu para 6,1% no último trimestre. Ainda que, como espera o governo, este volte a aumentar, muitas pessoas preocupam-se que o ritmo de crescimento não voltará a ultrapassar os 7%.
O episódio recente ilustra o lamaçal sob o qual se encontra a cúpula. Primeiro, o governo anunciou que finalmente abriria o seu ineficiente setor manufatureiro a empresas estrangeiras – apenas para mudar de ideia dias depois. Neste mês, de modo a proteger a indústria doméstica, a exportação de algodão foi proibida, irritando os produtores indianos e seus compradores internacionais; em dias voltou atrás desta decisão também. E na última semana o governo movimentou-se para indeferir uma decisão da Suprema Corte e mudar o código tributário de modo a taxar investimentos estrangeiros retroativamente, sem excluir a compra da Vodafone de sua subsidiária indiana.
Alguns se preocupam que o estado de direito, um dos pontos fortes da Índia, esteja sendo erodido. Não é surpresa que os empresários estejam pessimistas e os investimentos em queda.
02 de abril de 2012
Fontes:The Economist - Losing its magic
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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