À medida que o gelo recua, os ricos depósitos árticos de petróleo, gás e outros minerais se tornam acessíveis, despertando a cobiça de governos distantes
O Ártico já foi uma periferia, tanto burocrática como literalmente. Não mais. “O Ártico está em voga”, diz Gustaf Lind, o embaixador sueco que irá presidir o congresso do Conselho Ártico em Estocolmo nos dias 28 e 29 de março. Os outros membros são Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Rússia, bem como seis representantes não votantes de povos indígenas do Ártico como os Sami e os Inuit.
O topo do mundo está se aquecendo cerca de duas vezes mais rápido que o resto do planeta: a água em Fram Strait, entre a Groelândia e o arquipélago norueguês de Svalbard, é mais ou menos 3,5° C mais quente do que há um século. A água escura e absortiva do mar substitui o gelo brilhante e reflexivo, e retém mais calor. Isto acelera o aquecimento global. Como resultado, o Ártico tem agora menos gelo marinho nesta época do ano do que ao longo de um milênio. A maioria dos cientistas espera que o Oceano Ártico torne-se livre de gelo no verão entre os anos de 2020 e 2050.
À medida que o gelo recua, os ricos depósitos árticos de petróleo, gás e outros minerais se tornam acessíveis. Os altos preços das commodities os tornam lucrativos. A US Geological Survey estima que o Ártico tenha cerca de um quarto das reservas não exploradas, mas prospectáveis, de petróleo e gás.
Agora rotas comerciais transárticas reduzirão dramaticamente a distância entre Europa e Ásia. Em 2011, um superpetroleiro russo, auxiliado por dois navios quebra-gelo nucleares, tornaram-se as primeiras embarcações navais a cruzar a passagem norte-leste do Ártico, navegando em torno de toda a costa da Sibéria (os russos a chamam de “rota do norte”). Os países que utilizam as vias de comércio marinho globais, e constroem os navios que o fazem, percebem o potencial. China, Coreia do Sul, Japão e Cingapura, além da Itália, entraram na fila para integrar o Conselho Ártico como observadores; assim como a União Europeia.
Apesar de previsões a respeito de acirradas disputas por recursos árticos, a soberania da região está razoavelmente definida com clareza. O Ártico é o oposto polar da Antártica, tanto figurativa quanto literalmente. Não se trata de uma disputada massa de terra cercada por um oceano, mas sim de um oceanomais alguns trechos de solo quase totalmente delimitados. Não se faz necessário um tratado internacional como aquele que rege a Antártida.
Fontes:The Economist - Cozy amid the thaw
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"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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