"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 13 de junho de 2012

COCAÍNA: PROPOSTA DE LIBERAÇÃO DA DROGA AUMENTA RISCO À JUVENTUDE

 

A recente proposta de legalização de drogas, aí também incluída a cocaína, decisão oriunda da comissão de juristas encarregada de apresentar o anteprojeto do novo código Penal, foi também objeto de posicionamento favorável da conhecida atriz Betty Faria, no jornal O Dia, trazendo à baila novamente a polêmica questão da descriminalização e legalização de drogas ilícitas.

Disse BettyFaria, que tem quatro netos: “O problema existe porque há uma hipocrisia internacional. Se o Evo Morales fala que tem que liberar cocaína porque milhares de famílias vivem atravessando (a folha de coca) e ganhando dinheiro, tem que liberar. Cada um que plante a sua ( maconha). Não encham o saco. A cachaça não é liberada?”, compara a atriz.

Com todo respeito à talentosa atriz, mas não concordo. Em defesa de minha convicção sobre a não legalização de drogas – o infortúnio do álcool e do cigarro já são males evidentes –, vale recordar uma recente pesquisa sobre os efeitos nocivos do uso da cocaína, uma droga mortífera, causa de acidente vascular encefálico e de outros males.

“Dependência de cocaína acelera o processo de envelhecimento do cérebro”, concluíram pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. No estudo publicado no periódico Molecular Psychiatry, a equipe comparou o cérebro de usuários e não usuários de cocaína e concluiu que a droga provoca uma perda maior da massa cinzenta do órgão.
“Dependentes de cocaína perdem massa cinzenta de forma significativamente mais rápida, o que poderia ser sinal de envelhecimento prematuro. E suas taxas de mortalidade são estimadas em até oito vezes maiores do que na população saudável. Alterações psicológicas e fisiológicas normalmente associadas à velhice como declínio cognitivo, a atrofia do cérebro, ou imunodeficiência também são vistos nos dependentes de cocaína.”
Explica a autora do estudo, Karen Ersche: ”Com o envelhecimento, todas as pessoas perdem volume de massa cinzenta.
 Essa é a região do cérebro que possui o corpo das células nervosas e abrange partes do órgão envolvidas no controle muscular, memória, emoções, fala e percepção sensorial, tais como ver e ouvir. No entanto, o que temos visto é que os dependentes de cocaína perdem massa cinzenta de uma forma significativamente mais rápida, o que poderia ser um sinal de envelhecimento prematuro.”

A prevenção, o tratamento terapêutico de dependentes e a repressão ao tráfico continuam sendo a mais eficaz e sensata estratégia de combate às drogas no mundo. Melhor que plantar e cultivar folha de coca seria se Evo Morales, por exemplo, direcionasse parte da economia de seus país para o plantio do milho, soja ou feijão.

Drogas não agregam valores sociais positivos. A busca de estados alterados de consciência é um perigoso caminho de destruição humana e familiar. Quem se ama não se droga. A legalização de drogas é uma perigosa ameaça à juventude brasileira. É preciso ter consciência disso.

Milton Corrêa da Costa
13 de junho de 2012

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