Na noite de sábado, entrevistado pela jornalista Mônica Bérgamo no programa Ponto a Ponto, da Bandeirantes, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos culpou mais uma vez a imprensa por ter tomado partido contra os réus do Mensalão e, com isso, influiu no rumo do processo. E no resultado do julgamento. Thomaz Bastos elevou o tom ao dizer que os jornais deixaram de lado outros mensalões.
Ora, digo eu, uma coisa não elimina a outra. Mais quais são os mensalões apontados pelo advogado de Carlos Ramos Cachoeira? Este personagem será, no seu modo de ver, responsável por algum deles?
A Folha de São Paulo, edição de segunda-feira, reproduziu a entrevista através de reportagem que saiu sem assinatura. A foto, entretanto, é de Sérgio Lima. No caso do Mensalão de 2005 que causou a demissão de José Dirceu da chefia da Casa Civil de Lula, Thomaz Bastos defende José Roberto Salgado, ex-diretor do Banco Rural.
Por intermédio deste banco eram realizados pagamentos a diversos acusados, além de efetuados empréstimos camuflados. O episódio foi descoberto pela Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, e culminou com a denúncia ao Supremo pelo ex-Procurador Geral da República Antonio Fernando de Souza. Denúncia mantida e sustentada também por seu sucessor, Roberto Gurgel.
Francamente, Thomaz Bastos, considerado grande advogado criminalista, deveria ter buscado melhores argumentos. Os que colocou não são capazes de convencer ninguém e fazem até que se duvide de sua capacidade intelectual. Culpar a imprensa? Os jornais e os demais meios de comunicação não inventaram Marcos Valério e Delúbio Soares, além de José Genoino. Ao longo de sete anos os réus tiveram tempo suficiente para se defender. Se não o fizeram foi porque não conseguiram encontrar um caminho. Apelaram para a prescrição.
Foi um erro enorme. Confundiram prescrição de pena com prescrição de processo. Pois sem se saber o resultado do julgamento não se pode prever qual a pena aplicada. Os réus podem, em princípio, ser até absolvidos. Mas então por que apelar para o decurso de prazo? Simplesmente porque os acusados não acreditam na hipótese de virem a ser inocentados. A defesa apresentada por Thomaz Bastos significa uma espécie de confissão por ação tácita. Conhecida figura do Direito Penal. Os réus do Mensalão estão, na realidade, confessando pela voz do ex-titular da Justiça.
Thomaz Bastos, vale acentuar, vem se especializando em causas difíceis: Antonio Palocci, Carlos Cachoeira, Jorge Roberto Salgado, indiretamente José Dirceu. O embate de agora na Corte Suprema não servirá para que se avalie efetivamente sua competência. Pois ele, a rigor, não está praticando defesa alguma. É só traduzir a falta de conteúdo a que recorre em suas frases. Ele tenta fugir ao julgamento. Não deseja enfrentá-lo.
Sustentar a influência decisiva da imprensa é fato. Mas esta influência não foi fabricada nas páginas e nas telas. Esta vem da revolta popular diante do que se passou. E se passa. Thomaz Bastos não poderá negar o contrato que lhe foi oferecido para defender Cachoeira. Ator do mensalão de 2012.
Não pode condenar a dose de influência da mídia. Porque ele também se lança ao jogo de influência. O que é defender um réu se não fazer com que sua atuação influa nos vereditos? Thomaz Bastos se enrolou nos fios da teia sombria do Mensalão. Não consegue se desvencilhar.
Ora, digo eu, uma coisa não elimina a outra. Mais quais são os mensalões apontados pelo advogado de Carlos Ramos Cachoeira? Este personagem será, no seu modo de ver, responsável por algum deles?
A Folha de São Paulo, edição de segunda-feira, reproduziu a entrevista através de reportagem que saiu sem assinatura. A foto, entretanto, é de Sérgio Lima. No caso do Mensalão de 2005 que causou a demissão de José Dirceu da chefia da Casa Civil de Lula, Thomaz Bastos defende José Roberto Salgado, ex-diretor do Banco Rural.
Por intermédio deste banco eram realizados pagamentos a diversos acusados, além de efetuados empréstimos camuflados. O episódio foi descoberto pela Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, e culminou com a denúncia ao Supremo pelo ex-Procurador Geral da República Antonio Fernando de Souza. Denúncia mantida e sustentada também por seu sucessor, Roberto Gurgel.
Francamente, Thomaz Bastos, considerado grande advogado criminalista, deveria ter buscado melhores argumentos. Os que colocou não são capazes de convencer ninguém e fazem até que se duvide de sua capacidade intelectual. Culpar a imprensa? Os jornais e os demais meios de comunicação não inventaram Marcos Valério e Delúbio Soares, além de José Genoino. Ao longo de sete anos os réus tiveram tempo suficiente para se defender. Se não o fizeram foi porque não conseguiram encontrar um caminho. Apelaram para a prescrição.
Foi um erro enorme. Confundiram prescrição de pena com prescrição de processo. Pois sem se saber o resultado do julgamento não se pode prever qual a pena aplicada. Os réus podem, em princípio, ser até absolvidos. Mas então por que apelar para o decurso de prazo? Simplesmente porque os acusados não acreditam na hipótese de virem a ser inocentados. A defesa apresentada por Thomaz Bastos significa uma espécie de confissão por ação tácita. Conhecida figura do Direito Penal. Os réus do Mensalão estão, na realidade, confessando pela voz do ex-titular da Justiça.
Thomaz Bastos, vale acentuar, vem se especializando em causas difíceis: Antonio Palocci, Carlos Cachoeira, Jorge Roberto Salgado, indiretamente José Dirceu. O embate de agora na Corte Suprema não servirá para que se avalie efetivamente sua competência. Pois ele, a rigor, não está praticando defesa alguma. É só traduzir a falta de conteúdo a que recorre em suas frases. Ele tenta fugir ao julgamento. Não deseja enfrentá-lo.
Sustentar a influência decisiva da imprensa é fato. Mas esta influência não foi fabricada nas páginas e nas telas. Esta vem da revolta popular diante do que se passou. E se passa. Thomaz Bastos não poderá negar o contrato que lhe foi oferecido para defender Cachoeira. Ator do mensalão de 2012.
Não pode condenar a dose de influência da mídia. Porque ele também se lança ao jogo de influência. O que é defender um réu se não fazer com que sua atuação influa nos vereditos? Thomaz Bastos se enrolou nos fios da teia sombria do Mensalão. Não consegue se desvencilhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário