As prateleiras com produtos orgânicos nos supermercados enchem os olhos de quem busca uma alimentação mais saudável – e, claro, pode pagar bem mais caro por eles. Mas quando se deixa de lado a preferência individual, ou de nicho, e esse tipo de cultivo é analisado como parte da economia global, aflora a verdade: a agricultura orgânica não é a solução para tornar a segurança alimentar, isto é, o acesso universal a alimentos de qualidade, algo sustentável. As lavouras orgânicas são pouco produtivas e ocupam muito espaço.
Se o mundo fosse tomado por esse tipo de prática, não haveria como alimentar a humanidade. Essa é a opinião de Tim Benton, coordenador por parte da Inglaterra de um programa governamental na Europa chamado Global Food Security, sobre segurança alimentar.
Para o cientista da Universidade de Leeds, na Inglaterra, a comunidade de ambientalistas não admite a vantagem da agricultura industrializada ao conseguir produzir mais alimentos em menos espaço. “Como ecologista, é preciso admitir que isso é melhor para o meio ambiente”, diz. “Desde que as práticas sejam responsáveis”, ressalva. Benton refere-se ao uso desenfreado de agrotóxicos e a expansão desenfreada da área agrícola como meios de aumentar a produção.
Para o cientista da Universidade de Leeds, na Inglaterra, a comunidade de ambientalistas não admite a vantagem da agricultura industrializada ao conseguir produzir mais alimentos em menos espaço. “Como ecologista, é preciso admitir que isso é melhor para o meio ambiente”, diz. “Desde que as práticas sejam responsáveis”, ressalva. Benton refere-se ao uso desenfreado de agrotóxicos e a expansão desenfreada da área agrícola como meios de aumentar a produção.
Durante o Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, evento que vai preparar um documento com sugestões da comunidade científica para a cúpula da Rio+20, o cientista conversou com jornalistas e disse que o problema da produção de alimentos de forma sustentável é uma jornada permanente.
“Não chegará o dia em que vamos dizer: somos sustentáveis, o trabalho está feito. É algo que vamos perseguir continuamente”. Ele acredita que o mais importante não é encontrar a dieta ‘sustentável’ ideal, mas encontrar formas de estimular as pessoas a comprarem e ingerirem alimentos saudáveis. “Não adianta forçar as pessoas a comer aquilo que é saudável, elas precisam ser encorajadas a fazer melhores escolhas na hora de comprar”, diz. O ‘estímulo’ viria do bolso do consumidor. “Um dos caminhos que experimentamos na Europa é o aumento de impostos para alimentos que não são saudáveis”, afirma.
O senhor disse que a agricultura orgânica não é a solução para tornar a segurança alimentar ‘sustentável’. Por quê? Qual caminho devemos seguir?
O senhor disse que a agricultura orgânica não é a solução para tornar a segurança alimentar ‘sustentável’. Por quê? Qual caminho devemos seguir?
Qualquer prática orgânica reduz a produção quando a demanda aumenta ou é a mesma. Para aumentar a produção, você precisa de mais terra e isso vem a um custo ecológico. Especialmente quando não se tem mais terra agrícola e quando é preciso derrubar florestas ou quando as terras utilizadas já estão saturadas.
Na Inglaterra, fizemos um experimento em que controlamos alguns tipos de plantações em diferentes localidades. A produção com práticas orgânicas rendeu metade do que se conseguiria com agricultura industrial no mesmo espaço. Ou seja, é preciso uma área duas vezes maior para manter o cultivo orgânico e continuar alimentando as pessoas. Então, a ideia de que podemos transformar o mundo em um lugar mais orgânico é absurda, não há espaço para isso.
13 de junho de 2012
in aluizio amorim
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