Isolado na América Latina até o advento do Foro de
São Paulo – segundo declarou Lula em vídeo-mensagem à 18ª. versão do referido
foro, realizado em Caracas (vide abaixo) –, o regime comunista
cubano está em vias de “exportar” para o Brasil, entre janeiro de fevereiro de
2013, nada menos que 1.500 médicos, para atender às regiões do interior do
País. A escolha dessa data teria sido para não repercutir no resultado das
eleições municipais de 2012.
Contudo, nos termos do referido vídeo-mensagem de Lula, no qual ele se jacta
da militância hegemônica do PT e de seus aliados cubanos e bolivarianos para a
implantação da “democracia” em todo o continente latino-americano (a Alemanha
comunista também se chamava República Democrática Alemã – DDR), a pergunta que
se depreende é se os tais 1.500 médicos não serão agentes comunistas destinados
a colaborar na consecução de tal fim.
Existe grande preocupação de que Hugo Chávez não se reeleja pela terceira vez
ao cargo (sua nova candidatura foi obtida graças a mudanças arbitrárias feitas
por ele na Constituição, sem que a esquerda protestasse – a mesma esquerda que
gritou furiosa quando Álvaro Uribe quis fazer o mesmo na Colômbia, só que com
fortíssimo respaldo popular) –, e foi para evitá-lo que o internacionalismo
petista deslocou para a Venezuela a equipe de marketing de João Santana, sob os
protestos da opinião pública, que reclama de interferência externa.
Não se sabe se além do João marqueteiro e de outro João – o “João de Deus”, curandeiro goiano que teria viajado à Venezuela em avião da FAB para tratar de Chávez –, a solidariedade petista enviará também, a exemplo do que ocorreu nas eleições anteriores do período chavista, as urnas eletrônicas brasileiras, as quais, não se sabe bem por que, Hugo Chávez, responsável pelo “excesso de democracia” em vigor na Venezuela, como disse Lula, quis introduzir sorrateiramente em Honduras antes da queda de Zelaya.
Voltando ao tema de Cuba – para cuja sobrevivência o regime chavista foi até aqui imprescindível –, cumpre lembrar que tudo, menos a “exportação” de médicos, poderia ser o resultado imediato da vultosa soma de dinheiro destinada pelo governo da presidente Dilma para a reforma do Porto de Mariel.
Para o leitor aquilatar a qualidade do “produto” a ser importado pelo governo petista, finalizo transcrevendo estes dois trechos de um artigo publicado por “O Estado de S. Paulo” em 3 de janeiro de 2011, sob o título de “Médicos reprovados”:
“Os resultados do projeto-piloto criado pelos Ministérios da Saúde e da Educação para validar diplomas de médicos formados no exterior confirmaram os temores das associações médicas brasileiras. Dos 628 profissionais que se inscreveram para os exames de proficiência e habilitação, 626 foram reprovados e apenas 2 conseguiram autorização para clinicar. A maioria dos candidatos se formou em faculdades argentinas, bolivianas e, principalmente, cubanas.
“[...] As faculdades cubanas – a mais conhecida é a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) de Havana – são estatais e seus alunos são escolhidos não por mérito, mas por afinidade ideológica. Os brasileiros que nelas estudam não se submeteram a um processo seletivo, tendo sido indicados por movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos políticos. Dos 160 brasileiros que obtiveram diploma numa faculdade cubana de medicina, entre 1999 e 2007, 26 foram indicados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). Entre 2007 e 2008, organizações indígenas enviaram para lá 36 jovens índios.”
Helio Viana
16 de julho de 2012
O principal “mercado consumidor” de tais médicos –
cuja capacidade para o exercício da profissão é mais do que duvidosa, como se
verá, ao passo que sua formação ideológica não deixa lugar a nenhuma dúvida –
foi até o momento a Venezuela chavista, onde não se sabe bem até que ponto eles
se restringiram a simples atendimentos médicos e com que resultados.
Tanto mais quanto ficou patente aos olhos de todos
a inconformidade do bloco petista-bolivariano em face do impeachment
inteiramente legal do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, a exemplo do que
ocorrera em Honduras em relação a Manuel Zelaya, quando o então ministro das
Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou que era algo inadmissível, porque a
direita não podia ter mais vez na América Latina. Que democracia sui
generis é essa, que só admite a esquerda?
Não se sabe se além do João marqueteiro e de outro João – o “João de Deus”, curandeiro goiano que teria viajado à Venezuela em avião da FAB para tratar de Chávez –, a solidariedade petista enviará também, a exemplo do que ocorreu nas eleições anteriores do período chavista, as urnas eletrônicas brasileiras, as quais, não se sabe bem por que, Hugo Chávez, responsável pelo “excesso de democracia” em vigor na Venezuela, como disse Lula, quis introduzir sorrateiramente em Honduras antes da queda de Zelaya.
Voltando ao tema de Cuba – para cuja sobrevivência o regime chavista foi até aqui imprescindível –, cumpre lembrar que tudo, menos a “exportação” de médicos, poderia ser o resultado imediato da vultosa soma de dinheiro destinada pelo governo da presidente Dilma para a reforma do Porto de Mariel.
Para o leitor aquilatar a qualidade do “produto” a ser importado pelo governo petista, finalizo transcrevendo estes dois trechos de um artigo publicado por “O Estado de S. Paulo” em 3 de janeiro de 2011, sob o título de “Médicos reprovados”:
“Os resultados do projeto-piloto criado pelos Ministérios da Saúde e da Educação para validar diplomas de médicos formados no exterior confirmaram os temores das associações médicas brasileiras. Dos 628 profissionais que se inscreveram para os exames de proficiência e habilitação, 626 foram reprovados e apenas 2 conseguiram autorização para clinicar. A maioria dos candidatos se formou em faculdades argentinas, bolivianas e, principalmente, cubanas.
“[...] As faculdades cubanas – a mais conhecida é a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) de Havana – são estatais e seus alunos são escolhidos não por mérito, mas por afinidade ideológica. Os brasileiros que nelas estudam não se submeteram a um processo seletivo, tendo sido indicados por movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos políticos. Dos 160 brasileiros que obtiveram diploma numa faculdade cubana de medicina, entre 1999 e 2007, 26 foram indicados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). Entre 2007 e 2008, organizações indígenas enviaram para lá 36 jovens índios.”
Helio Viana
16 de julho de 2012
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