A redução da Selic, determinada pelo governo na quarta-feira, na realidade pode ser analisada como um cubo colorido de várias faces. Trata-se de medida econômica encadeada com várias outras. Não se afirma unicamente por si, tampouco conduz à redução dos juros do mercado financeiro. Nem poderia.
Para início de conversa, como se costuma dizer, os bancos não são devedores dessa taxa e sim credores. Recebiam 8,5% ao ano para girar a dívida interna mobiliária do país na escala de 2 trilhões de reais. Em números redondos. Portanto, se recebiam por tal tarefa 170 bilhões a cada doze meses, claro, vão passar a receber 160 bilhões de reais.
Mas como os banqueiros não reclamaram é porque não tiveram diminuição de ganhos, fica evidente. Dois reflexos imediatos: menor remuneração dos títulos públicos que lastreiam o endividamento, queda na rentabilidade das cadernetas de poupança, já que a nova lei passa a ser de 70% da Selic, menos de 5% ao ano, portanto.
Mas há um terceiro ponto menos visível mas bastante real: auferindo menos (do governo) para gerir a dívida, o sistema bancário vai – não diminuir – mas sim aumentar os juros do crédito pessoal e comercial. A rentabilidade dos fundos de investimento vai também recuar e, como o recuo, menos aplicações na Bolsa de Valores de São Paulo.
O declínio de quarta-feira, focalizado nos maiores jornais do país no dia seguinte, O Globo, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, foi o oitavo seguido da Selic. Houve assim sete degraus anteriores.
O movimento do comércio nem por isso subiu. Ao contrário: desceu. Pedro Soares, na FSP, Gabriela Valente e Roberta Scrivano, O Globo, Daniela Amorim e Vinícius Neder, O Estado de São Paulo, levantaram dados preocupantes quanto ao movimento comercial.
Ele não só vem baixando em volume físico, como a inadimplência do crédito se expandindo. De onde se conclui que não é diminuindo os juros (oficiais) que se obtém efeitos para impulsionar o consumo e a produção, pólos que caminham juntos. Um não pode existir sem o outro. Afinal de contas não teria o menor sentido produzir para estocar. Elevaria absurdamente os encargos do processo fabril.
O consumo só pode ser incentivado através de maior oferta de empregos e salários, sobretudo em nível compatível com o do crescimento da população. Sim porque não podemos esquecer que, a cada ano, nascem 2 milhões de crianças no Brasil. Esta velocidade, claro, não se refere apenas aos recém nascidos.
Não. Incide logicamente sobre todas as faixas etárias. Como a força de trabalho brasileira (a mesma coisa que mão de obra ativa) é a metade de número de habitantes, para dois milhões que nascem evidencia-se a necessidade de serem criados um milhão de empregos novos por ano. Mas a questão não termina aí.
É preciso colocar na balança que, revelam os relatórios anuais do FGTS, o último encontra-se a partir da página 106 do Diário Oficial de 29 de julho de 2011, que ocorrem quase 18 milhões de demissões por ano no país e que esse índice mensal de 1 milhão e 500 mil reune pessoas que lutam para encontrar nova ocupação. Por isso é que se deve distinguir, em matéria de mercado de emprego, o que engloba os postos novos e o que se refere ao nível de reemprego.
Não podemos nos deixar levar pela onda de publicidade oficial, ainda que gratuita, a exemplo das matérias normalmente divulgadas pelo Ministério do Trabalho. Sem tal separação não é possível fazer-se uma análise objetiva e concreta do panorama. Mas esta é outra questão.
O essencial para impulsionar o consumo não está em baixa a taxa Selic. E sim elevar a massa salarial e, efetivamente, o mercado de trabalho. Só há no mundo dois fatores de produção: o capital e o trabalho. O resto é ilusão.
Para início de conversa, como se costuma dizer, os bancos não são devedores dessa taxa e sim credores. Recebiam 8,5% ao ano para girar a dívida interna mobiliária do país na escala de 2 trilhões de reais. Em números redondos. Portanto, se recebiam por tal tarefa 170 bilhões a cada doze meses, claro, vão passar a receber 160 bilhões de reais.
Mas como os banqueiros não reclamaram é porque não tiveram diminuição de ganhos, fica evidente. Dois reflexos imediatos: menor remuneração dos títulos públicos que lastreiam o endividamento, queda na rentabilidade das cadernetas de poupança, já que a nova lei passa a ser de 70% da Selic, menos de 5% ao ano, portanto.
Mas há um terceiro ponto menos visível mas bastante real: auferindo menos (do governo) para gerir a dívida, o sistema bancário vai – não diminuir – mas sim aumentar os juros do crédito pessoal e comercial. A rentabilidade dos fundos de investimento vai também recuar e, como o recuo, menos aplicações na Bolsa de Valores de São Paulo.
O declínio de quarta-feira, focalizado nos maiores jornais do país no dia seguinte, O Globo, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, foi o oitavo seguido da Selic. Houve assim sete degraus anteriores.
O movimento do comércio nem por isso subiu. Ao contrário: desceu. Pedro Soares, na FSP, Gabriela Valente e Roberta Scrivano, O Globo, Daniela Amorim e Vinícius Neder, O Estado de São Paulo, levantaram dados preocupantes quanto ao movimento comercial.
Ele não só vem baixando em volume físico, como a inadimplência do crédito se expandindo. De onde se conclui que não é diminuindo os juros (oficiais) que se obtém efeitos para impulsionar o consumo e a produção, pólos que caminham juntos. Um não pode existir sem o outro. Afinal de contas não teria o menor sentido produzir para estocar. Elevaria absurdamente os encargos do processo fabril.
O consumo só pode ser incentivado através de maior oferta de empregos e salários, sobretudo em nível compatível com o do crescimento da população. Sim porque não podemos esquecer que, a cada ano, nascem 2 milhões de crianças no Brasil. Esta velocidade, claro, não se refere apenas aos recém nascidos.
Não. Incide logicamente sobre todas as faixas etárias. Como a força de trabalho brasileira (a mesma coisa que mão de obra ativa) é a metade de número de habitantes, para dois milhões que nascem evidencia-se a necessidade de serem criados um milhão de empregos novos por ano. Mas a questão não termina aí.
É preciso colocar na balança que, revelam os relatórios anuais do FGTS, o último encontra-se a partir da página 106 do Diário Oficial de 29 de julho de 2011, que ocorrem quase 18 milhões de demissões por ano no país e que esse índice mensal de 1 milhão e 500 mil reune pessoas que lutam para encontrar nova ocupação. Por isso é que se deve distinguir, em matéria de mercado de emprego, o que engloba os postos novos e o que se refere ao nível de reemprego.
Não podemos nos deixar levar pela onda de publicidade oficial, ainda que gratuita, a exemplo das matérias normalmente divulgadas pelo Ministério do Trabalho. Sem tal separação não é possível fazer-se uma análise objetiva e concreta do panorama. Mas esta é outra questão.
O essencial para impulsionar o consumo não está em baixa a taxa Selic. E sim elevar a massa salarial e, efetivamente, o mercado de trabalho. Só há no mundo dois fatores de produção: o capital e o trabalho. O resto é ilusão.
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