Um agente da Polícia Federal foi assassinado no cemitério quando visitava o túmulo dos pais. Ele havia trabalhado na Operação Monte Carlo. Não sou especialista em AIDS, não sou especialista em investigação policial, não sou especialista em nada — os meus críticos têm razão. Sou apenas fã da lógica e costumo dar importância ao óbvio para tentar ultrapassá-lo. Leiam o que informa o Portal G1. Volto em seguida.
É evidente que a tentação de ligar a morte do agente à operação é grande. Pode ser? Claro que pode ser. Tudo pode ser. Mas essa é uma operação gigantesca. O jogo está jogado. O que tinha de ser colhido já foi. Os vazamentos ainda estão em curso e não dependem mais da ação desses funcionários da PF. Mais: trata-se de uma ação grande, envolvendo vários profissionais. A suposição de que um deles concentrasse informação suficiente a ponto de fazer dele uma peça a ser eliminada é remota. Ele já havia atuado no combate ao narcotráfico e à pedofilia.
Por Reinaldo Azevedo
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Um agente da Polícia Federal foi assassinado com dois tiros na cabeça na tarde desta terça-feira (17) no cemitério Campo da Esperança, em Brasília. O agente Wilton Tapajós Macedo visitava o túmulo dos pais, por volta das 15h, quando um homem se aproximou e disparou. Macedo trabalhava no núcleo de inteligência da PF que investigou a operação Monte Carlo, que resultou na prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira. O chefe da operação, delegado Matheus Rodrigues, disse que Macedo participou das investigações desde o início, em 2009.
Um agente da Polícia Federal foi assassinado com dois tiros na cabeça na tarde desta terça-feira (17) no cemitério Campo da Esperança, em Brasília. O agente Wilton Tapajós Macedo visitava o túmulo dos pais, por volta das 15h, quando um homem se aproximou e disparou. Macedo trabalhava no núcleo de inteligência da PF que investigou a operação Monte Carlo, que resultou na prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira. O chefe da operação, delegado Matheus Rodrigues, disse que Macedo participou das investigações desde o início, em 2009.
Em nota, a empresa Campo da Esperança informou que não pode restringir o acesso ao cemitério e que os visitantes não são revistados. A empresa informou ainda que quatro equipes com quatro seguranças armados trabalham, em escala, 24 horas no local. Também por meio de nota, a Polícia Civil disse que a 1ª Delegacia de Polícia está apurando o caso. Um jardineiro que trabalha no local viu o crime e informou à direção.
A polícia investiga se o homem que cometeu o crime agiu sozinho.
De acordo com a PF, Macedo estava armado, mas não chegou a reagir. Ele morreu no local. O assassino levou o carro que estava com o policial, um Gol branco que era do filho de Macedo. A arma que o policial portava – uma Glock 9 milímetros – não foi roubada. O presidente do Sindicato dos Policiais Federais do DF, Jones Borges Leal, não descartou que o crime pode ter sido queima de arquivo.
Macedo estava na PF desde 1987. Leal disse que além do núcleo de inteligência da PF, o agente assassinado já tinha passado pelos serviços de proteção a testemunhas e de repressão a entorpecentes. A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou nota de pesar pela morte de Macedo e se solidarizando com a família do agente.
Comento
É evidente que a tentação de ligar a morte do agente à operação é grande. Pode ser? Claro que pode ser. Tudo pode ser. Mas essa é uma operação gigantesca. O jogo está jogado. O que tinha de ser colhido já foi. Os vazamentos ainda estão em curso e não dependem mais da ação desses funcionários da PF. Mais: trata-se de uma ação grande, envolvendo vários profissionais. A suposição de que um deles concentrasse informação suficiente a ponto de fazer dele uma peça a ser eliminada é remota. Ele já havia atuado no combate ao narcotráfico e à pedofilia.
Por que o policial escolheria justamente o túmulo dos pais para marcar um encontro profissional, ligado a alguma investigação, dadas as muitas larguezas de Brasília? A polícia diz trabalhar com a hipótese de latrocínio, já que seu carro foi levado. Ladrões dando plantão em cemitério em plena terça-feira? Pode ser? Tudo pode ser, mas…
A Polícia Federal certamente vai trabalhar com todas as hipóteses. Que não descarte, então, uma delas: um crime que nada tem a ver com a atuação profissional de Macedo, praticado por quem sabia da atuação do policial da operação Monte Carlo e enxergou uma janela de oportunidades. É uma hipótese, como as outras.
18 de julho de 2012
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