A primeira colônia de idealistas estabelecida nas Américas que efetivamente prosperou foi baseada nos “Pilgrims”(peregrinos) do barco Mayflower e das sucessivas levas que vieram ter à região de Plymouth em Massachussetts.
Entenda-se houve outras colônias anteriores inclusive uma colônia onde hoje é Jamestown chamada de “colônia perdida”, pois praticamente desapareceu entre uma visita de navios de abastecimento e outra.
Eram colônias de aventureiros, muito no estilo das capitanias. Uma companhia obtinha uma escritura da coroa e criava uma feitoria em que essencialmente os colonos eram ou aventureiros que compravam quotas ou eram empregados da companhia que após certo número de anos recebiam alguma propriedade.
Mas os colonos do Mayflower eram dissidentes religiosos procurando um lugar onde pudessem se expressar. Eram os primeiros europeus na América do Norte que vinham para construir uma sociedade baseada em ideais.
Para tanto estabeleceram que todo os bens e haveres eram propriedade comum. O resultado do trabalho entraria no patrimônio comum da comunidade e cada qual receberia o mesmo quinhão.
Isto até funcionou no primeiro e segundo anos em que havia uma necessidade de defesa mútua um esforço conjunto contra intempéries contra a fome e aprender a produzir na nova terra, e até mesmo para juntar pagamentos de empréstimos que haviam sido feitos para financiar a vinda da Europa para a América.
Contudo à medida que se criava ma rotina de procedimentos e providências que precisavam ser tomadas regularmente surgiu a consciência de que alguns trabalhavam mais ou com melhores resultados que outros. Os mais ativos acabavam sendo os mantenedores dos preguiçosos e dos incompetentes.
Pouco a pouco a comissão que dirigia a comunidade começou a perceber que as colheitas diminuíam, que o rebanho de animais domésticos estabilizava e reduzia. Ao procurarem o motivo desse fenômeno constataram que os mais ativos membros da colônia já não colocavam seu esforço extra e criatividade a serviço da comunidade.
Com isto chegava a haver risco de desabastecimento nos invernos rigorosos pois os paióis não tinham mais suficientes suprimentos para agüentar o ano inteiro.
Felizmente era ainda uma comunidade de poucas centenas de pessoas. Foi relativamente fácil mudar as regras do jogo. De um momento para outro convencionou-se que cada um teria a posse da terra em que estava trabalhando e teria para negociar aquilo que colhesse, caçasse, criasse, tecesse ou elaborasse de alguma forma. Com isto a produção voltou a crescer e agora vertiginosamente.
Foi o fim de uma experiência coletivista, que durou aproximadamente de 1620 a 1628. Também foi a fundação da famosa ética de trabalho da população dos estados conhecidos como a Nova Inglaterra.
Todos nós sabemos o que aconteceu com experiências coletivistas nos 390 anos que se seguiram com ressalvas para o sistema dos kibutz em Israel mesmo que os jovens tendam a sair das comunidades sem que isto represente uma vergonha ou motivo de crítica pois o sistema é totalmente voluntário.
E aí está a chave da questão. Vida comunista não é coisa que possa ser imposta nem é para qualquer um. Deveria ser uma opção individual, para pessoas que preferem viver numa sociedade dirigida. Não para um país ou povo inteiro.
Ralph J. Hofmann
18 de julho de 2012
(*) Ilustração: O desembarque em Plymuth, dos Peregrinos chegados no Mayflower.
Eram colônias de aventureiros, muito no estilo das capitanias. Uma companhia obtinha uma escritura da coroa e criava uma feitoria em que essencialmente os colonos eram ou aventureiros que compravam quotas ou eram empregados da companhia que após certo número de anos recebiam alguma propriedade.
Mas os colonos do Mayflower eram dissidentes religiosos procurando um lugar onde pudessem se expressar. Eram os primeiros europeus na América do Norte que vinham para construir uma sociedade baseada em ideais.
Isto até funcionou no primeiro e segundo anos em que havia uma necessidade de defesa mútua um esforço conjunto contra intempéries contra a fome e aprender a produzir na nova terra, e até mesmo para juntar pagamentos de empréstimos que haviam sido feitos para financiar a vinda da Europa para a América.
Contudo à medida que se criava ma rotina de procedimentos e providências que precisavam ser tomadas regularmente surgiu a consciência de que alguns trabalhavam mais ou com melhores resultados que outros. Os mais ativos acabavam sendo os mantenedores dos preguiçosos e dos incompetentes.
Pouco a pouco a comissão que dirigia a comunidade começou a perceber que as colheitas diminuíam, que o rebanho de animais domésticos estabilizava e reduzia. Ao procurarem o motivo desse fenômeno constataram que os mais ativos membros da colônia já não colocavam seu esforço extra e criatividade a serviço da comunidade.
Com isto chegava a haver risco de desabastecimento nos invernos rigorosos pois os paióis não tinham mais suficientes suprimentos para agüentar o ano inteiro.
Felizmente era ainda uma comunidade de poucas centenas de pessoas. Foi relativamente fácil mudar as regras do jogo. De um momento para outro convencionou-se que cada um teria a posse da terra em que estava trabalhando e teria para negociar aquilo que colhesse, caçasse, criasse, tecesse ou elaborasse de alguma forma. Com isto a produção voltou a crescer e agora vertiginosamente.
Foi o fim de uma experiência coletivista, que durou aproximadamente de 1620 a 1628. Também foi a fundação da famosa ética de trabalho da população dos estados conhecidos como a Nova Inglaterra.
Todos nós sabemos o que aconteceu com experiências coletivistas nos 390 anos que se seguiram com ressalvas para o sistema dos kibutz em Israel mesmo que os jovens tendam a sair das comunidades sem que isto represente uma vergonha ou motivo de crítica pois o sistema é totalmente voluntário.
E aí está a chave da questão. Vida comunista não é coisa que possa ser imposta nem é para qualquer um. Deveria ser uma opção individual, para pessoas que preferem viver numa sociedade dirigida. Não para um país ou povo inteiro.
Ralph J. Hofmann
18 de julho de 2012
(*) Ilustração: O desembarque em Plymuth, dos Peregrinos chegados no Mayflower.
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